
Enquanto o Rei não iniciava o seu grande projeto, a corte inquietava-se, tentando descobrir quem seria o comandante da grande aventura. Sua Majestade não demonstrava sinais sobre o escolhido. Só pensava em alguém que, além de navegar e lutar, fosse líder e soubesse negociar com os futuros vassalos.

Vasco da Gama, no entanto, tinha muito mais para se falar dele. Lutara conta os mouros, em Algarves, e carregara o estandarte real na batalha contra Castela, repetindo o seu avô, o cavaleiro inglês Frederick Sudley, pai de Isabel, a sua mãe. Falava-se que ele lutara no Marrocos, treinado por monges guerreiros e que aprendera os primeiros segredos do mar com os pescadores de sua terra.
Teimoso, orgulhoso, com um temperamento irascível, maneiras bruscas e muito rude, Vasco chegou á corte real, em 1492, aos 23 anos de idade, quando tornou-se executor das ordens reais nos portos ao sul de Lisboa. Aos 26, já era um fidalgo e cavaleiro professo da Ordem de Santiago.
Era 8 de julho de 1497, quando Vasco da Gama partiu de Portugal, a bordo do navio comandante São Gabriel, acompanhado pelo São Rafael, comandado por seu irmão Paulo, e do Berrio, comandado por Nicolau Coelho. Levava 160 homens. Pela costa africana, fizera viagem normal. Em 22 de novembro, ultrapassou o Cabo da Boa Esperança. Em 20 de maio de 1498, chegou a Calicute, na Índia, sendo bem recebido pelo samorim, a princípio. Depois, enfrentou hostilidades. Mas chegara a um mundo onde nenhum europeu já estivera, por caminhos marítimos. E deixou a marca do seu Rei na região.

Vivendo retirado em Évora, Vasco da Gama tinha junto ao Rei a ama de temível solucionador de problemas”. Mais do que razão para voltar a enviá-lo às novas terras, para substituir o desastroso governador. Fez sua terceira viagem como vice-rei da Índia. Foi durão e impôs ordem onde faltava respeito ao seu Rei.
Certo dia, Vasco da Gama voltava para o seu navio, juntamente com um dos seus capitães, em Cochim, quando viu nativos chutando uma pelota, pra lá e pra cá, enquanto outros tentavam impedí-los. Achou aquilo interessante. E viu mais vezes, e mais vezes admirou aquela disputa. Até autorizou os seus homens a fazer o mesmo nas praias locais, caso quisessem. E eles toparam. Mas Vasco não pode vê-los em ação. Caiu enfermo, com um problema misterioso, e não o resistiu. No dia 24 de dezembro de 1524, aos 55 anos de idade, partia para uma viagem eterna a um mundo mais desconhecido, ainda. Ao saber do acontecido, seus marinheiros, que jogavam com a pelota nas praias de Cochim, juraram que nunca mais fariam aquilo, naquela data.
O Club de Regatas Vasco das Gama, fundado em 21 de agosto de 1898, para se dedicar ao remo, usou, nos gramados, commuito sucesso, todas as datas do calendário. Menos a de 24 de dezembro. UM FELIZ NATAL
(Início DESTA BRINCADEIRA ás 10h10 de 10.10.12 e final às 22h00 de 10.10.2012)
Gustavo Mariani
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