Vasco

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

VASQUETEBOL - CAMPEÃO IV CENTENÁRIO-1965

  A data 11 de julho de 1965 é gloriosíssima para o calendário do basquetebol vascaíno. Nela  a Turma da Colina conquistou o título da temporada do IV Centenário do Rio de Janeiro, na categoria principal, a masculino adulto, vencendo o Botafogo, por 85 x 71, no ginásio do Clube Municipal.

 De acordo com a Revista do Esporte - Nº 335 -, de 7 de agosto -, os alvinegros foram grandes adversários durante o primeiro tempo, quando o placar ficou Vasco da Gama 35 x 34, mas, durante a etapa final, os cruzmaltinos os dominaram, amplamente,  contando com: Oto (25 pontos), Douglas (20), Paulista (15 pontos), Barone (15), Leonardo (8) e Carneirinho.

 A final,  apitada por João Nogueira Macedo e Célio Pádua Guedes, elogiadíssimos, não chegou pra todos os que queriam assisti-la, tendo muitos torcedores ficado do lado de fora do ginásio, levando a imprensa carioca a calcular que, se tivesse sido no Maracanãzinho, a arrecadação, de Cr$ 2 milhões, 352 mil cruzeiros, teria sido dobrada.

Após a partida, a torcida vascaína improvisou um verdadeiro carnaval, carregando os atletas em seus ombros, bem como o treinador José Pereira. Mais do que justo! Aquele era o terceiro título cruzmaltino na bola ao cesto e, não se esquecia que, na temprada anterior, a taça fora tirada pelo maior rival, o Flamengo, por apenas um ponto de frente, impedindo tricampeonato.

A geração campeã do IV Centenário começou a ser formada em julho de 1963, três meses antes do inicio do Estadual.  O  planejamento era de longa prazo, para disputar títulos a partir de 1964, quando se tentaria quebrar jejum, de 17 temporadas. Sim! O Vasco só havia carregado o caneco em 1946. Para a empreitada, um grupo, com média de idade girando pelos 22/23 anos, foi entregue ao treinador Zé Carlos, que precisou só do turno classificatório, disputando pela Zona Suburbana, para sentir que já poderia ser campeão jáem 1963. Fora surpreendente ver a sua rapaziada vencer a sua série e chegar à final, para encarar o Flamengo.

Do grupo de 1963, o Vasco mantinha Carneirinho, Douglas, Barone, Paulista e Leonardo, que estiveram na final de 1965 – Cianela, Válter, Chico, Zezé, Aílton, Lulu e Jorge eram os outros embriões que ajudaram a levar a taça colocada em jogo em uma melhor de três, no Maracanãzinho, duas temporadas antes. Por aquele início de projeto que gerou o título de 1965, o Vasco venceu o estadual de basquete adulto masculino-1963 somando 39 pontos e tendo o cestinha do certame, Paulista, com 412. Carneirinho foi eleito a revelação,  Douglas o melhor pivô móvel e Paulista o melhor infiltrador.

Além disso, Leonardo, Barone e  Cianela receberam menção honrosa pelas atuações na melhor-de-três. Na seleção do campeonato, entraram os  atletas Douglas e Carneirinho e o treinador Zé Carlos. Mais: a torcida vascaína foi a mais presente aos  ginásios, ajudando a proporcionar o maior público – 9 mil presentes – em jogos regionais nacional e o recorde de renda – Cr$ 2 milhões, 212 mil cruzeiros (o total beirou Cr$ 5 milhões e 500 mil)  – na última rodada, antes da melhor-de-três, contra o Flamengo.  

Em 1964, o presidente Manuel Joaquim Lopes queria marcar a sua administração por grandes conquistas. E mandou avisar ao técnico Zé Carlos que facilitaria o seu trabalho.  Por exemplo, seguiria a política do Flamengo, levando para São Januário os melhores atletas,  sem medir sacrifícios. Veio 1965 e, antes do início do torneio, a Federação Carioca de Basquetebol-FCB anunciava a maior de suas temporada masculinas, devido a igualdade de forças entre os quatro principais favoritos - Flamengo, campeão-1964; Vasco da Gama, vice; Botafogo, terceiro colocado, e Fluminense, o quinto -, além do clima festivo do IV Centenário do Rio de Janeiro.

  Realmente, os quatro haviam se armado bem para ganhar o título da temporada mais do que  histórica. Os rubro-negros, por exemplo, tiraram  o paulista Tozi, do XV de Piracicaba, mas perderam vários atletas para os rivais, casos de Gabiru e César e Oto – capaz de fazer 546 pontos, em 20 jogos -, para os vascaínos, bem como Marcelo e Coqueiro, que se tornaram tricolores. Estes, voltarma contar com seus ex-jogadores Lupércio e Paulo Góis, que andavam pelo time da AABB.

Pelo lado flamenguista, o treinador Kanela (Togo Renan Soares) mandava avisar aos adversários: seria bi, “para desgosto dos nossos inimigos”. Ele, porém, discordava da FCB, acreditando que 1965 não teria o maior dos campeonatos, porque os melhores jogos não seriam no Maracanãzinho. Nesse ponto, criticava o ginásio do Clube Municipal, por não comportar grande assistência e nem oferecer comodidade ao público. Kanela tinha bom grupo para tentar o bi: Valdir, Chocolate, Montenegro, Piraí, Guilherme, Coelho, Pedrinho, o norte-americano Bill, o campeã sul-ameticano Válter, Tozi e o mito Algodão.     

No Vasco da Gama, buscou-se Moacir Gato, na AABB. Manteve-se o treinador José Pereira, que tivera experiência, também, com o time feminino. Ele prometia grande campanha, em caso de apoio da sua diretoria e considerava o time do Flamengo uma “incógnita”, por ter se renovado bastante. Perreira definiu a sua base com nove jogadores  - Douglas, Oto, Paulista, Barone, Leonardo, Gato, Carneirinho  Julico e César -, ficando Válter, Virgílio, Nílton e Gabiru para as eventualidades. Diferente de Kanela, o treinador vacaíno acreditava participar de uma grandiosa temporada, desde que a imprensa colaborasse, incentivando o público a comparecer aos jogos. E convocava a “numerosa torcida vascaína” a incentivar a sua rapaziada.

De sua parte, os botafoguense mantiveram a base da temporada anterior, grupo jovem, homogêneo e muito perigoso. O treinador  Tude Sobrinho - eleito, pelo Comitê dos Cronistas de Basquetebol-RJ, o melhor da temporada masculina-1964 -  só temia a falta de maior experiência da maioria de jovens em sua equipe e a falta de um líder para a garotada. “Uma espécie, assim, de cabeça pensnte e controladora, como necessita um quadro jovem”, explicava.

 Tude esperava o Flamengo ser o seu grande adversário, sobretudo pela tradição e o comando de Kanela, mas apontava, time por time, o do Vasco da Gama sendo o melhor. Ao Fluminense, dava maios heterogeneidade. Seus jogadores seriam: Sérgio, Ilha, Franklin, Aurélio, Edinho, Fernandão, Raimundo, Generoso, Renê, Cláudius e Conde.

  Renato Brito Cunha, o treinador tricolor, colocva o Tijuca em pé de igualdade com os quatro considerados favoritos. E seguia o vascaíno Pereira na espera do melhor campeonato carioca de basquete dos últimos tempos. Receito, ele só tinha um: ...“as arbitragens, que...constituem um sério problema”Brito Cunha estivera com treinador do time olímpico brasileiro e contava, par ser campeão carioca, com esta rapaziada: Marcelo, Coqueiro, Osmar, Gritz, Isnard, atiê, Tentativa, Arnaldo, Hiram, Lupércio, Paulo Góis e Renato Tovar, que voltara dos Estados Unidos, onde passara duas temporadas estagiando. Por fim, correndo por fora, o Tijuca prometia valorizar a sua participação.

 CAMPANHA - Turno – Vasco da Gama 88 x 43 Vila Isabel; 96 x 46 América; 98 x 38 Florença; 69 x 61 Fluminense; 83 x 67 Botafogo; 77 x 33 São Cristóvão; 90 x 38 Municipal; 80 x 45 Grajau; 74 x 48 Mackenzie; 71 x 51 Tijuca; 92 x 75 Flamengo - Returno – 99 x 41 Municipal; 116 x 62 Florença; 104 x 49 Vila Isabel; 104 x 42 América; 95 x 38 Grajaú; 91 x 51 Mackenzie; 87 x 52 São Cristóvão; 69 x 51 Flamengo; 82 x 52 Tijuca; 65 x 58 Fluminense; 85 x 71 Botafogo.

                                                             OS CAMPEÕES  

Oto Ditrich Júnior – cestinha do time, com 540 pontos, jogou usando a camisa 14, com 1,93cm de altura (o mais alto da equipe), pesando 87 quilos. Nascido em São Paulo (capital), estava com 23 de idade.

 Benedito Cícero Torteli (Paulista) – encestou 265 pontos, com a jaqueta 9, medindo 1m84cm e pesando 82 quilos. Também, paulistano, já tinha apagado 25 velinha. Campeão carioca na turma de 1963, tinha, ainda, o título de bicampeão mundial pela Seleção Brasileira.

César Augusto Sebba – autor de 265 cestas, igualado a Paulista, estava com 19 de idade  e era o mais jovem da rapaziada. Natuaral de Goiânia-GO, medindo 1m86cm e pesando 79 quilos, usou a camisa 13.

Carlos Barone Neto – campeão, também, em 1963, somou 213 pontos, em 1965, usando a jaqueta 11. Mais um paulista no time, nascido em Campinas, era o mais vleho da rapaziada, aos 27 de idade, pesando 79 quilos e medindo 2m82cm.

Jose Douglas Alves de Lima -  se o Paulista (Benedito Torteli) era o loiro do time, ele era o colored, também, campeão carioca-1963. Marcou 187 pontos, usando o número 12 na camisa, medindo 1m87cm de altura e pesando 85 quilos.          

Leonardo Paulo de Faria – o camisa 10, autor de 163 pontos. Carioca, aos 23 de idade, jogava medindo 1m81cm de altura e pesando 77 quilos. Outro do time campeão-1963.

Moacir Dias César (Gato) – paulista, de Itapira, a terra do zagueiro Hideraldo Luís Bellini, um dos maiores ídolos da torcida vascaína da década-1950 e o primeiro capitão da Seleção Brasileria a erguer a taça Jules Rimet. Usou a jaqueta 15 e marcou 157 pontos, pesando 76 quilos e medindo 1m80cm de altura.

Júlio Céasar Fernandes Mano (Julico) – camisa 6, marcou71 pontos, medindo 1m90cm de altura e pesando 93 quiulos, o mais gordinho da turma. Carioca, estava com 20 de idade e sido campeão, em 1963.

Luís Antôno Rapôso Carneiro (Carneirinho) – o baixinho da turma, com 1m69cm de altura. Pesando 72 quilos, marcou 41 pontos e era considerado o cabeça da equipe. O dono da camisa 8 era prata da casa, desde 1956.          

Virgílio Fernandes Mano Filho -  dentro de sua camisa 7 cabiam 1m83cm de altura e 85 quilos. Irmão de Julico, estava com 22 na idade e fez sete pontos durante a disputa. Outro do grupo campeão-1963. 

João Renato Mazzini Rodrigues Pereira (Gabiru) – coerente com número da camisa e de  pontos marcados: 4. Embora medisse 1m92cm de altura, era o mais magro da turma, com 71 quilos, menos do que Carneirinho (72kg), que media 1mc9cm. Tinha 27 de idade.

Aílton da Silva – usou a camisa 5 e encostou dois pontos. Carioca, estasva com 24 de idade, pesando 85 quilos. Medindo 1m89cm, fora campeão carioca-1963.

José Pereia Gomes – português, com 1m67cm de altura, naturalizado brasileiro, estava com 36 de idade, ao sagrar-se campeão carioca pelo basquetebol masculino. Antes, só havia dirigido times femininos, mudando de setor por ter o Vasco da Gama errado as suas atividades com as moças.    

José de Oliveira Melo – massagista, com 1m68cm de altura, nascido em Sergipe, foi do grupo campeão-1963.

Alberto Rodrigues – carioca e vice-presidente vascaíno, aos 40 de idade, era chamado de “dono do basquete” no clube, por resolver de tudo no setor. Estava nessa desde 1962, quando iniciou a montagem do grupo campeão-1963. Dentista na vida profisisoal. Fora das quadras, vivia para a odontologia.

Hílson Faria – representava o Almirante junto à Federação Metropolitana de Basquetebol. Carioca, funcionário do Banco do Brasil, ocupara vários cargos em diretorias vascaínas anteriores. Fazia questão de contar ter nacido ao lado do estádio de  São Januário.   

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