No dia 12 de novembro de 1999, o Gama iniciou o mais duro de todos os seus jogos: contar a Confederação Brasileira de Futebol-CBF, que pretendia rebaixá-lo à Série B do Campeonato Brasileiro. O pontapé inicial desse rolo foi a retirada dos pontos da vitória do São Paulo sobre o Botafogo e do empate com o Internacional, acusando os tricolores paulistas de escalarem, irregularmente, o atacante Sandro Hiroshi. Repassados, pelo Tribunal de Justiça Desportiva/CBF, aos botafoguenses, os três pontos perdidos ante o são-paulinos, na derrota por 1 x 6, pela nova pontuação considerada pela entidade, os gamenses estavam rebaixados ao final da última rodada, em 15º lugar,
Pelas contas da CBF, na média de pontos dos dois últimos Brasileiros, o Gama estaria em 19º, com 1.238 x 1.249 Botafogo que, sem os graciosos três pontos lhe dado pelo tribunal, teria 1.175 - ficaria abaixo do Internacional, que teria 1.249 se perdesse os dois pontos ganhos do São Paulo. O rolo incluía, também, o Departamento de Registros da CBF autorizar o São Paulo a escalar Sandro Hiroshi, cujo passe era reivindicado pelo Tocantinense-TO, enquanto o Departamento Jurídico constatava a escalação.
O Gama nada tinha a ver com tudo aquilo. E não aceitou ser eliminado do Brasileiro, alegado que a CBF não tinha poder para alterar o Código Brasileiro Disciplinar de Futebol, o que fora seguido pelo seu tribunal. Usando por “laranjas” o Partido da Frente Libereral-DF e o Sindicato dos Treinadores de Futebol-DF, entrou com liminar junto à Justiça Comum (proibido pela FIFA), para impedir o rebaixamento, e obteve sucesso em tutela antecipada concedida pelo juiz Jansen Fialho de Almeida, da 3º Vara da Fazenda Pública do DF, garantindo ao Periquitão participar da Pré-Libertadores.
Veio o 25 de janeiro e a CBF reagiu, suspendendo o Gama de todas as competições, “por não-pagamento de multa”. Mais uma vez, os alviverdes derrubaram a medida na Justiça. O ministro Antônio de Pádua Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça, rejeitou recurso da CBF para cassar a liminar de juiz de primeira instância garantindo o Gama na Série A do Brasileirão. No despacho, o ministro Pádua Ribeiro rejeita de maneira categórica o recurso, considerando ele não trouxe argumentos novos para contestar a decisão do juiz que concedeu a liminar e que a ação tentou levantar temas ainda não julgados pela primeira instância.
A luta, então, chegou a 8 de maio, com a CBF apoiando o Clube dos 13 na criação de liga, para disputar do Brasileiro, sem a participação do Gama. Rolaram mais lances, que incluíram o senador José Roberto Arruda - líder no Senado do governo do presidente Fernando Henrique – negociar os interesses do clube candango junto a CBF, além de, em 26 de junho, a FIFA proibir filiados da CBF de jogarem contra o Gama, atendendo pedido do presidente da entidade brasileira, Ricardo Teixeira, que conseguiu tirar o Gama da Pré-Libertadores e da Copa do Brasil, mas não do Torneio Centro-Oeste, contra times de Goiás e Minas Gerais.
Enfim, o advogado Paulo Goyaz ganhou tudo contra a CBF, que fez de tudo para beneficiar o Botafogo, que tentou fazer o processo ser julgado na Justiça do Rio de Janeiro, e perdeu, com Brasília sendo considerado foro prevento. A CBF termninou vendo que não venceria o Gama nos tribunais, usando versão ilegal do Código Brasileiro Disciplinar de Futebol, e o Periquitão disputou o Braileiro da Série A, na sua maior vitória fora dos gramados.
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