Vasco

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O ALMIRANTE E O IMPERADOR

Foto reproduzida de www.clickestudante.com
Existe alguma semelhança entre o Club de Regatas Vasco da Gama e Dom Pedro I, Imperador do Brasil?
Pra começo de conversa, os dois abrem as suas histórias em anos pares. Enquanto Pedro foi coroado, em 1822, o Vasco nasceu em 1898.
Dono de temperamento explosivo, tanto que foi difícil para seus assessores lhe arrumarem uma segunda esposa – Amelia de Leuctenberg –, o Imperador mostrava-se um homem hiperativo, sempre voltado para atividades físicas. O "Almirante", na bola, moveu-se, inicialmente,  à base de um explosivo preparo físico, puxado pelo treinador uruguaio Ramón Platero. E abatia, literalmente, os adversários durante o segundo tempo dos seus jogos dos Campeonatos Carioca de 1923/1924, quando virou “Time da Virada”.
O Imperador, também, estava nessa. Era homem de virada. Quando voltou para Portugal, encontrou o irmão Miguel no lugar que deveria ser seu. Imediatamente, se mandou para a França, preparou-se fisicamente para a guerra e virou a sorte do trono português. Dom Pedro I, que, em Portugal, era D. Pedro IV, viveu como viveria, futuramente, o Vasco da Gama, em questões políticas: negociar saídas diplomáticas, jamais. O Vasco sempre agiu, com firmeza, em defesas do que considerava justo. Por exemplo, não acatou a ordem da elite do futebol carioca, de expulsar pretos e pobres do seu time. Foi à luta e venceu a discriminação social.
Se D. Pedro I abdicou do trono do Brasil, para não se ver, futuramente, inimigo do seu filho, o Vasco abdicou de participar das disputas da liga oficial do futebol do RJ (Associação Metropolitana de Esportes Athléticos), e, como era o mais forte de todos, partiu para a fundação de uma outra entidade (Liga Carioca de Futebol), em 1934. Da mesmas forma, em tempos republicanos, quando o presidente Washington Luís negou-lahe a importação do cimento europeu, para a construção do estádio de São Januário, os engenheiros contratados pela “Turma da Colina”buscaram alternativas e misturaram areia com brita, conseguindo o mesmo sentido. De encarar, não temer desafios, assim como Dom Pedro, que criou para si a imagem de um cavaleiro destemido e apaixonado. Como a torcida cruzmaltina.

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