Os chamados Anos Dourados corriam e o Vasco da Gama havia tirado dos trilhos o Expresso da Vitória, que ganhava quase tudo o que disputava. Em fase da chamada entressafra, o Almirante navegou por um giro cucaracha que durou de fevereiro a abril, coisa que não acontecer mais hoje. Pois aconteceu. A Turma da Colina passou por Costa Rica, Guatemala, México e Peru, e o Almira anotou em seu diário de bordo:
Vasco

quarta-feira, 30 de setembro de 2020
HISTÓRIA DA HISTÓRIA - 'GIRO CUCA'-1954
IMPIEDOSOS MATADORES DE TRICOLORES
O Fluminense é chamado pelos gozadores torcedores vascaínos por freguês de caderno. Realmente, as estatísticas comprovam mais vitórias vascaínas nesse duelo que se tornará centenário em 11 de março de 2023. Até hoje, são 147 triunfos do Almirante, contra 118 tricolores, com a Turma da Colina já tendo comparecido em 545 vezes às redes do rival – contra 501 do clube do carioca bairro das Laranjeiras.
Um dos castigos que a moçada jamais esquece terminou Vasco da Gama 6 x 1 Fluminense, pelo Torneio Rio-São Paulo-1958, fazendo parte da campanha do título que foi parara em São Januário. Foi tramado no Maracanã e assistido por 35.528 pagantes, em uma quinta-feira. Naquele dias, o maior castigador dos tricolores voi o pernambucano Vavá, isto é, Edwaldo Izídio Neto, autor de três tentos e vascaíno entre 1952 e 1958, com histórico de 191 gols pelo Almira –
Um outro
pernambucano, Almir Albuquerque, também buscado no Sport Recife, bem como Vavá, deixou
o dele no filó. E Rubens mais um. O time era dirigido por Gradim (Francisco
Souza Ferreira), que fora atleta da casa, durante a écda-1930, e formou com; Hélio;
Paulinho de Almeida e Bellini; Écio, Orlando e Coronel; Sabará, Almir, Vavá
(Wilson Moreira), Rubens (Roberto Pinto) e Pinga.
Pelo
cronômetro do árbitro Eunápio de Queiroz, os gols do Vasco da Gama saíram nestes
tempos: Vavá, aos 27,
e Rubens, aos 40 minutos do primeiro tempo; Vavá, aos 15 e aos 26, e
Almir, aos 44 da etapa final.
terça-feira, 29 de setembro de 2020
HIOSTÓRIA DA HISTÓRIA - VASCOSFLUS
A data 11 de março marca o início dos confrontos do Vasco da Gama com um dos seus maiores rivais cariocas, o Fluminense. O primeiro deles rolou, em 1923, no campo da Rua Figueira de Melo, apitado por José Ramos de Freitas. Naquele dia, o time do Almirante alinhou: Nélson, Leitão e Mingote; Nicolino, Bolão e Arthur; Pascoal, Russo, Leão, Torterolli e Negrito, treinador pelo uruguaio Ramón Platero.
A Turma da Colina mandou 3 x 2, de viradas, com gols marcados por Negrito, ao 35 minutos do primeiro tempo e aos 22 da segunda fase, além de uma cravada na rede, por Torterolli, aos15 da primeira etapa, iniciando a reação. O Flu fizera dois gols, em 28 minutos, por intermédio de gente que seria, depois, da sua casa, o inglês Henry Welfare, treinador dos vascaínos campeões cariocas, em 1929 e em 1934.
A maioria dos Vaso x Fluminense foi no Maracanã e os principais públicos foram 128.781 (0 x 0 de 27.05.1984, pelo Brasileiro) e 127.123 (2 x 2, de 29.08.1976, pelo Estadual). Com vitória vascaína, o maior foi 126.619 (3 x 0, de 21.03.1999). Mas 11 desses jogos atingiram, ou passaram dos 100 mil assistentes.
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
domingo, 27 de setembro de 2020
sábado, 26 de setembro de 2020
O VENENO DO ESCORPIÃO - MAR DE TONINHAS, BALEIAS E DE SURFISTAS
Mar e Marinha brasileira nem sempre deslizaram juntos pela crista da onda. Quem se juntar aos malandros dos botecos da esquina ouvirá três inacreditáveis caçoadas iradas sobre a nossa gloriosa Armada. A sacanagem parte de 1917, durante a I Guerra Mundial, quando os nossos marinheiros foram convocados para lutar ao lado dos Estados Unidos, contra a Trílice Aliança, formada por Alemanha , Itália e o império Austro-Húngaro.
Embora sem traquejo para guerras intercontinentais, os brazucas não tinham como recusar ir à luta, afinal a alemãozada explodira dois dos nossos navios que partiam do porto de Santos carregados com café, em abril daquela temporadas guerreira. E lá se foi a nosssa marinheirada para o outro lado do Atlântico, levando um forcinha para os seus aliados.
Era novembro já de 1918, quando o almirante Fernando Frotin, comandante do cruzador Bahia, navegava para o norte e pintava pelo Mediterrâneo, onde a guerra pegava fogo. Antes de partir, os britânicos lhe avisaram pra ficar esperto, pois submarinos alemães haviam afundado o seu encouraçado Britannia que, por sinal, acompanhara a flotilha brasileira na viagem para o conflito.
Frontin chegou ao Mediterrâneo pelo Estreito de Gibraltar. E foi, então, que o rolo rolou. Movimentação esquisita perto do seu navio e barato estranho nas águas, fizeram-no crer estar diante de submarino alemão. Rápido no gatilho, ele ordenou abrir fogo. Tocado o rebu, os “alemães” não reagiram. Sangue coloriu o Mediterrâneo. Frotin havia matado um cardume com 46 toninhas, mamífero parecido com golfinhos.
Passadas 35 temporadas, chegava a II Guerra Mundial e mais uma bola fora da marinhada brazuca. O calendário marcava fevereiro de 1943 e o Rio de Janeiro vivia apavorado à espera de ataques por submarinos alemães. Lá pelas tantas, o Forte do Leme tocou a sirena de alarme, avisando que os inimigos estavam chegando. O comandante, capitão Sadock de Sá, repetiu o almirante Frontin e foi acompanhado pelas fortalezas de Santa Cruz, de São João e pelo Forte de Copacabana. Rolaram minutos de intenso tiroteio. Ao cessar fogo, verificou-se que os “submarinos alemães”, na verdade, eram baleias – e nenhum tiro acertou o alvo.
O terceiro caso é o mais irado. Aconteceu por volta de 1956, no Arpoador, que era área militar fechada após as 18 horas. Verãozão escaldante na Cidade Maravilhosa, em um fim de tarde, um rapaz entrou no mar da Avenida Francisco Bhering e a primeria onda que pintou o levou até o pedaço proibitivo dos milicos. Pra quê? Pra matar de susto o guarda que tirava sentinela no exato momento em que uma figura rumava, em pé, sobre as águas, em sua direção. Que o recruta soubesse, só Jesus Cristo faria aquilo.
- Assombração!
Assombração! Socorro! – gritou o apavorado guarda, que desmaiou, deixando o fuzil estendido ao chão, do seu lado.
Daquela vez, não era um cardume de tominhas e nem baleias. Era o primeiro surfista brasileiro, Arduíno Colasanti. Também, pudera! (gíria da época). Quem sabia, no Brasil, o que seria o surf? Até os primeiros alunos do pioneirão se sentiam em cima de um jacaré.
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
HISTÓRIA DA HISTÓRIA - ALMIRA 3 X 0 PELÉ
Antigos torcedores vascaínos não perediam oportunidade para gabar uma vitória do Almirante, por incríveis 3 x 0 Santos, no dia quatr4o de abril de 1965.Por aquela época, o Peixe era bicampeão mundial interclubes, indiscutível, formando o melohor time do planeta. A incrivebilidade acontecera no Maracanão, valendo pelo Torneio Rio-São Paulo, a então maior competição brazuca, com os santistas escalando o “Rei do Futebol” com a sua camisa 10.
Beleza! Aconteceu,
mas o Santos atuara sem cinco titulares:
o goleiro Gilmar, o zagueiro Mauro Ramos, o volante Zito, o centroavante
Coutinho e o ponta-esquerda Pepe. Treinado por Luis Alonso Peres, o Lula, jogou
com: Laércio; Modesto, Geraldino, Ismael (Olavo); Joel Camargo e Elizeu
(Rossi); Dorval, Mengálvio, Toninho Guerreiro,
Pelé e Noriva (Peixinho). O público foi de 42.250, anotou Luisinho e Mario Tilico marcando os gols do Almira, comandado por Zezé Moreira, que
escalou: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico
(Oldair); Luizinho, Célio, Saulzinho (Mário) e Zezinho.
GANHAR DO PELÉ, por 3 x 0, naquele tempo, era difícil de acreditar. Mas que aconteceu, a conteceu. Bem aconteciedo!
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
HISTÓRIA DA HISTÓRIA - ARSENAL
Em 1949, o inglês Arsenal era considerado o mellhor time do planeta, por ter o seu treinador, Herbert Chapmen, revolucionado conceitos táticos, com o WM, a partir de 1925. Chegados ao Brasil, os gunners viveram dias de “superstars”. De cra, mandaram mandaram 4 x 1 Fluminense (15.05.1949) - reforçado por jogadores do Botafogo, diante de quase 40 pagantes, no estádio das Laranjeiras. No Pacaembu-SP, ficou no 1 x 1 Palmeiras ((18.05.1949), diante de mais de 50 mil pagantes. A seguir, vez 2 x 0 Corinthians (22.05.194900. Em trs jogos, totalizou públoico de 140 mil pagantes.
Foi então que o Vasco da Gama o desafiou para um amistoso, em São Januário, promovenmdo a estreria do atacante Heleno de Freitas,que entrou, no decorrer da partida, com Ademir Menezes passando a ponta-de-lança, pela direita, e Maneca armando jogadas, pela meia-esquerda. Assim, o primeiro tempo ficou pelo 0 x 0. A etapa final teve um Vasco melhor, como pelos inícios da pugna. Rola a bola e Mário a centra, da esquerda, para o gol. A pelota cruzou por toda área inglesa, o goleiro Swindin não conseguiu pegá-la e. Nestor o fez, pegando de primeira, sem chances de defesa. Vasco 1 x 0.
Sob o apito de do inglês Cyril John Barrick, auxiliado por Mário Vianna e Alberto da Gama Malcher, o Vasco escalou Barbosa, Augusto e Sampaio; Ely, Danilo e Jorge; Nestor, Maneca, Ademir Menezes, Ipojucan (Heleno) e Tuta (Mário). diante dos oficiais 24 mil pagantes – renda dee Cr$ 1 milhão, 146 mil,150 cruzeiros.
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
TRAGEDESCO- VASCO 0 X 0 BOTAFOGO
O resultado eliminou o Vasco da Gama,
na quarta-fase da Copa do Brasil, por ter pedido, há uma semana, para o mesmo
rival, por 0 x 1, no Estádio Nílton Santos, a casa botafoguense. A eliminação
foi merecida. Enquanto o Botafogo se armou bem, para não levar gols, o Vasco
esteve enrolado, incapaz de furar o bloqueio alvinegro. Não criou uma chance de
gol. Ao final da partidas, o goleiro Fernando Miguel partiu para a loucura de
abandonar o seu posto, para tentar o gol em cobranças de escanteios
FICHA TÉCNICA - 23.09.2020 (quarta-feira) - VASCO
0 X 0 BOTAFOGO. 4ª fase da Copa do Brasil. Estádio: São Januário-RJ. Juiz:
Raphael Claus-SP. Público e renda: sem isso, devido o coronavírus. VASCO:
Fernando Miguel; Pikachu (Carlinhos), Miranda, Leandro Castan e Henrique (Neto
Borges); Andrey, Fellipe Bastos (Marcos Júnior) e Martín Benítez; Ribamar
(Vinícius), Germán Cano e Talles Magno (Ygor Catatau). Técnico: Thiago
Kosloski. BOTAFOGO: Gatito Fernandez; Kevin, Marcelo Benevenuto, Kanu,
Rafael Forster e Victor Luis; Caio Alexandre (Rentería), Honda e Bruno Nazário
(Rhuan); Kalou (Davi Araújo) e Matheus Babi (Pedro Raul). Técnico: Paulo
Autuori.
Obs: O resultado eliminou o Vasco da Gama da Copa do B rasil, por por ter pedido no jogo de ida, há uma semana, por 0 x 1,
no Estádio Nílton Santos, a casa botafoguense.
CORREIO DA COLINA - VASCOVERDEJANTE
"Resido, atualmente, em Niterói, mas morei no bariro de Laranjeiras, no Rio, com os meus pais que, mesmo morando em bairro tricolor, eram (e segudm sendo) vascaínos. Não tenho tempo para pesquisar, porque sou engenheiro e trabalho em tempo integral. Sabe quando foi que o nosso Vasco jogou, pela primeira vez, nos estádios do Fluminense, Flamengo e Botafogo? Pergunto, por curiosidade e por este blog informar muitas curiosidades sobre o Vasco. Osvaldo Fontes Barreto, da Rua Almirante Ary Parreira.
1 - O Almirante pisou, de prima, no gramado do estadio do Flu, em 3 de junho de 1917, e saiu de lá em cima do muro: 2 x 2 Sport Club Brasil, valendo pelo Campeonato Carioca da Série B. Portanto, sem a presença do dono do barraco no foorrbodó. Detalhe: os cartolas da tricolada receberam ajuda do Governo para a contrução do estádio que sediaria o Sul-Americano-1919 e jamais tiraram o escorpião do bolso pra um acerto de contas com os cofres públicos. É o que contam historiadores do futebol brasileiro
K ENTERENÓIZ-1: se os cartolas da tricolada se locupletaram mesmo com a grana do povão, este foi duplamente prestativo, pois a dobradinha Corinthians-Lula, segundo deizem, fez o mesmo na construção da Itaquerão, o estádio do alvinegro paulistano. Enquanto rolava a brca, para ter a sua casa, o Vasco da Gama se virou com o dinheiro de sua patota. Mais: o Governo da época lhe negou permissão para importar cimento da Europa. Mas condedeu tal gracinha ao Jockey Club Brasileiro, do Rio de Janeiro.
K ENTRENÓIS-2: o presidente Washington Luis, que negou cimento ao Almirante, levou pra cadeia uma praga vascaína. Derrubado e mantido preso, em 1930, pelo ditador Getúlio Vargas, por não ter gostado da comida lhe servida no quartel onde ficara hospedado, pediu para lhe servirem o tempero da sede do Vasco da Gama.
2 - O primeiro Vasco no estádio do Flamengo, na Gávea, foi em 4 de setembro de 1938, na inauguração da casa, vencendo o anfitrião, por 2 x 0, pelo Campeonato Carioca. Já o primeiro Vasco em General Severiano rolou no 3 de maio de 1916, na primeira futebolada vascaína, quando foi encaçapado pelo Paladino: 10 x 1, estreando no Campeonato Carioca da Série C.
3 - Já que você mora em Niterói, anote: o primeiro Almira no Estádio Caio Martins foi em 20 de julho de 1941, com Vasco 3 x 1 Canto do Rio, pelo Campeonato Carioca.
terça-feira, 22 de setembro de 2020
NA ESQUINA DA COLINA - VERDEJANTES
1 - 04 de gosto de 1937 - Vasco da Gama 3 x 1 Palestra Itália-SP - oitavo dos difíceis primeiros amistosos disputado com a futura Sociedade Esportiva Palmeiras, em partidas equilibradíssimas. Neste, os tentos vascainos foram marcado por Kuko, Luna e Raul. Turma do dia: Rey, Poroto e Itália; Rapha, Zarzur e Calocero; Lindo, Kuko, Raul, Feitiço e Luna, treinados por Floriano Peixoto. OBS: vitórias e empates cruzmaltinadas: 30.08.1925 - Vasco 1 X 1; 18.12.1927 Vasco 4 x 0; 08.01.1928 - Vasco 1 x 1; 22.01.1928- Vasco 1 X 1 Vasco; 31.12.1929 - Vasco 3 x 1.
2 - 19 de janeiro de 1948 - Vasco da Gama 3 x 1 Palmeiras - amistoso, em São Januário-RJ, com vira-vira e gols na conta de Chico, Djalma e Friaça, treinados por Flávio Costa. Time da vez: Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Ely, (Moacyr II), Danilo e Jorge; Friaça, Maneca, Dimas (Nestor), Lelé (Djalma) e Chico.
HISTÓRIA DA HISTÓRIA - PLACA VIVA
Diante da Portuguesa de Desporots, pelo Campeonato Brasileiro-1988, o ponta-direita Vivinho marcou um dos mais bnitos gols em São Januário. Valeu placa lna Colina. Lançado pelas proximidades da área do time visitante, ele costurou três lençóis em cima do volante Capitão, e entrou para a história do Almirante. Em 2009, ele lembrou do lance: "A gente perdia por 1 X 0 para a Lusa. O Mazinho me lançou e na hora só queria abrir espaço para fazer o gol. O Capitão tentou fechar o ângulo duas vezes e levou dois lençóis. Depois do terceiro chapéu, ele ficou na dúvida se eu ia aplicar o quarto e abriu o canto. Foi aí que chutei para marcar. Não sabia que ia dar essa repercussão toda. Só percebi a dimensão daquela jogada no dia seguinte".
Vivinho foi campeão carioca e brasileiro pelo Vasco em 1988 e 1989. Este post foi enviado pelo kikenauta e jornalista Aluísio Raimundo de Carvalho, ao qual o Kike agradece pela colaboração..
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
HISTÓRIA DA HISTÓRIA - GRIPE ASIÁTICA
domingo, 20 de setembro de 2020
O VENENO DO ESCORPIÃO - FARRAPOS, 185 VIRADAS DOS TEMPOS DE GUERRA INÚTIL
Reprodução de www.brasil. educadorescola.uol.com.br - agradecimento
Das guerras que “os brasileiros guerrearam”, nenhuma foi tão longa quanto a dos Farrapos, mais chamada, hoje, por Revolução Farroupilha. Em dois conflitos mundiais – entre 1914/18 e de 1939/45 -, pracinhas e outros solados brazucas nunca voltaram para casa completando seis viradas do calendário. Durante o conflito envolvendo gaúchos e forças do Império dos Orleans e Bragança, houve um decênio - 1835/1845 - de lutas sem vencedores e vencidos.
Os desencontros começaram em 1821, quando o Império começou a cobrar pesados impostos sobre charque, couros, sebo, graxa, erva-mate e outros itens agropecuários produzidos pelos rio-grandenses. Chegado 1830, bateu mais neles, taxando a importação do sal básico para a fabricação do charque. Aquilo foi considerado castigo imerecido pelo Rio Grande do Sul, lembrando que, durante o Século 17, o seu povo passara mais tempo guerreando contra a Espanha, do que vivendo em paz. Portanto, esperava-se incentivos ao desenvolvimento econômico do Sul brasileiro, em reconhecimento ao sangue de gerações de suas famílias derramados em prol das nossas fronteiras.
Era o 20 de setembro daquele 1835, quando Bento Gonçalves (e a sua turma, evidentemente) expulsou o presidente da província, Fernandes Braga, que fugiu para o Rio de Janeiro. O Império contra-atacou e nomeou José de Araújo Ribeiro para a vaga. Mas o cara não agradou aos gaúchos, que não o viam voltado para a defesa dos seus interesses. E rolou a segunda fuga de presidente provincial. Bento Gonçalves até topou conciliar a sua turma com o Império, propondo ao Ribeiro voltar ao cargo. Mas este amarelou. Preferiu se unir a líderes militares. Crise pegando fogo, no 3 de março de 1836, o Império transferiu repartições públicas, da capital Porto Alegre, para a cidade de Rio Grande e, dali por diante, não haveria mais acordos. Os rebeldes prenderam o líder e major Manuel Marques de Souza e o levam para um navio-prisão aportado no Rio Guaíba.
Bento Gonçalves reproduzido de www. portaldasmissões.com.br
Chega-se a julho e o Império retomou Porto Alegre. Subornou a guarda do 8º Batalhão de Cavalaria, libertou 30 soldados e vários oficiais presos, juntamente com Marques de Souza, em um navio. E prendeu Marciano Ribeiro, o primeiro presidente provincial nomeada pelos rebeldes. A patota de Bento Gonçalves tentou reconquistar Porto Alegre, mas sem sucesso. E a capital passou 1.283 dias sitiada, sem nunca mais os farrapos conseguirem retomá-la.
Próximo capítulo: 9 de setembro de 1836. Rebeldes, liderados pelo general Antônio Souza Netto venceram as tropas imperiais, perto de Bagé, nas fronteiras com o Uruguai, e proclamaram a República Rio-Grandense (também chamada Piratini), com Bento Gonçalves presidente. Já era, então, uma guerra separatista, em época de Regências do Império, pois Dom Pedro II, que o herdara do pai abdicante, em 1831, era criança, só assumiria o trono em 1840.
O Império não reconheceria a república Piratini e seguiu guerreando. Chegou a prender Bento Gonçalves, mas este fugiu e os rebeldes conquistaram outras vitórias mais adiante, graças às lideranças de líderes como David Canabarro e do italiano Giuseppe Garibaldi, que foi, também, uma das principais figuras da unificação italiana. Em1839, os farroupilhas conquistaram a catarinense Laguna e proclamaram mais uma república, a Juliana.
Em 1842, os imperiais, liderados por Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, começaram a conter os revoltosos e tomaram deles cidades dominadas. Houve conflitos em que os dois lados se disseram vencedores, mas o certo foi que após nove batalhas, um acordo começou e demorou a ser concluído. Enfim, foi assinado o Tratado do Poncho Verde, ema 1º de março de 1845, acabando com aquela história guerreira e a tentativa gaúcha de separatismo. Foram garantidos interesses dos rebeldes, sobretudo majoração da taxa em cima do charque da região do Rio da Prata.
sábado, 19 de setembro de 2020
HISTORI&LENDAS - FLAVASCAINICES
1 - Vasco da Gama x Flamengo se encontravam, pela Taça Guanabara-1982. Na bola rolando, saiu tudo normal. Menos o time da Gávea vencer, por 1 x 0, e sair do Maracanã campeão da Taça GB. A grande polêmica restante da partida foi a decisão do árbitro José Roberto Wright, de esconder um gravador em seu corpo, para registrar o converseiro durante o clássico. O resultado pintou na telinha da TV Globo, durante o programa Eporte Espetacular. Dos papos, ficou muito lembrado o instante em que José Roberto discute o vascaíno Geovani, do Vasco.
HISTORI & LENDAS DA COLINA - ORIGENS
O surgimento do nome Vasco vem do espanhol medieval Valasco, possivelmente, significando corvo, imaginam pesquisadores. Outros preferem conceber a palavra gerada por basco, filha do latim vascones, que tem o mesmo significado de bascos. Outros pesquisadores colocam, ainda, na conta da palavra basco o nome dado a povo europeu, Bsac-hos, isto é, povo serrano, ou baso-coa natural da floresta. Assim, temos figuras como (1) o Vasco da Gama original, é claro; o (2) o colonizador Vasco Coutinho, dos inícios do Brasil; o (3) deputado federal baiano Vasco Neto, que lutou contras a Ditadura; o (4) gaúcho Vasco Leitão da Cunha, que trabalhou para a Ditadura; o (5) apresentador televisivo André Vasco, o (6) engenheiro Vasco Azevedo, que trabalhou na construção da estrada Rio-Bahia, e muitos outros. Dos cinco Vasco que faltam para completar um time, tivemos um dos primeiros modelos (manequim) brasileiros na década-1960 e que trabalhava até como ator de fotonovela (foto).
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
HISTÓRIA DA HISTÓRIA - CANECO-77
Capa reproduzida do já inexistente Jornal dos Sports

CAMPANHA: Taça Guanabara (1º turno) - 27.03.1977 – Vasco 2 x 1 Goytcaz (gols de Roberto Dinamite (2); 03.04.1977 – Vasco 6 x 0 Bangu (Ramon (2), Orlando ‘Lelé” (2), Roberto Dinamite e Luís Fumanchu; 06.04.1977 – Vasco 4 x 0 Campo Grande (Roberto Dinamite, Ramon, Luís Fumanchu e Orlando “Lelé”); 10.04.1977 – Vasco 0 x 1 América; 13.04.1977 – Vasco 3 x 0 Olaria (Roberto Dinamite, Dirceu Guimarães e Luís Fumanchu); 17.04.1977 – Vasco 7 x1 Madureira (Roberto Dinamite (2), Ramon (2), Carlos Alberto Zanata (2) e Luís Fumanchu; 24.0.1977 – Vasco 3 x 0 Flamengo (Roberto Dinamite (2) e Zanata); 27.04.1977 – Vasco 3 x 0 São Cristóvão (Roberto Dinamite, Ramon e Marco Antônio); 01.05.1977 - Vasco 1 x 0 Volta Redonda (Zanata); 08.05.1977 – Vasco 1 x 0 Fluminense (Ramon); 15.05.1977 – Vasco 3 x 1 Portuguesa (Roberto Dinamite, Luís Fumanchu e Dirceu); 18.05.1977 - Vasco 2 x 1 Bonsucesso (Roberto Dinamite (2); 25.05.1977 - Vasco 3 x 0 Americano (Ramon (2) e Roberto Dinamite); 29.05.1977 – Vasco 2 x 0 Botafogo (Roberto Dinamite (2).
GALERIA DE TÍTULOS DO REGIONAL CARIOCA: 1923, 1924, 1926, 1929, 1930, 1931, 1934, 1936, 1944, 1945, 1947, 1949, 1950, 1952, 1956, 1958, 1970, 1977, 1982, 1987, 1988, 1992.1993,1994, 1998 e 2003, 2015.
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
TRAGÉDIA - VASCO DA GAMA 0 X 1 BOTAFOGO
Pisada na bola diante de um dos maiores "freguesões", Valeu pela Copa do Brasil, com o jogo das volta marcado para as 21h30 da próxima quarta-feira, 23 deste setembro, em São Januário. Antes, o Vasco vai a Curitiba enfrentar o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro em jogo marco para começar às 16h, no estádio Couto Pereira.
FICHA TÉCNICA - 17.09.2020 (quinta-feira). VASCO 0 X 12 BOTAFOGO. Copa do Brasil. Estádio: Nilton Santos-RJ. Juiz: Ricardo Marques Ribeiro-MG.Renda e público: Portões fechados, devido o coronavírus. Gols: Matheus Babi, aos 22 min do 2º temo. VASCO: Fernando Miguel; Pikachu, Miranda, Leandro Castán e Henrique; Fellipe Bastos (Bruno Gomes 17’/2ºT), Marcos Junior e Benítez (Bruno César 39’/2ºT); Ygor Catatau (Gabriel Pec), Talles Magno e Cano (Ribamar). Técnico: Ramon Menezes. BOTAFOGO: Gatito Fernández; Marcelo Benevenuto, Rafael Forster e Kanu; Kevin (Fernando), Caio Alexandre (Rentería), Honda, Bruno Nazário (Rhuan) e Victor Luis; Kalou e Matheus Babi.
HISTORI&LENDAS DA COLINA - MEDIANEIRA
1 - O Vasco apresentou a sua melhor média de gols no Campeonato Brasileiro durante a temporada-1982. Cravou 2,63 tentos, por jogo, ou 42 bolas nas redes, em 16 compromissos. Por aquela época, o time tinha atletas muito ofensivos, como Wilsinho, Roberto Dinamite e Cláudio Adão (autor de 13 tentos, ajudando o time a chegar às oitavas de final. O Vasco está em 10º lugar no ranking do torneio, mas, no quesito recordes, é o que mais vezes (8) fez o principal artilheiro. Um deles, Edmundo, detém o recorde de mais tentos (6) em uma só partida(6 x 0 União São João-SP, em 11.09.1997). Um outro, Romário (2000/01/05), integra o trio (com Dario e Túlio Maravilha) dos que mais vezes (3) foram o principal “matador”. O Vasco tem, também, a segunda melhor média geral de gols da competição (1,46) – a maior (1,56) é do São Paulo. E não sendo positivo e nem negativo, o Vasco é o time com mais empates no Brasileiro: 341
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
HISTORI&LENDA DA COLINA - 14 EM 4
terça-feira, 15 de setembro de 2020
HISTÓRIA DA HISTÓRIA - 'INVENCÍVÃO'
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Reproduçãode www.netvasco.com.br |
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Quem disse que camisa não ganha jogo? Reprodução de www.cvascodagama.com.br |
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
HISTORI&LENDAS DA COLINA - GALO
BEBETAGEM E ROMARIAGEM LÁ NA ISKINA
Bebeto e Romário vestiram e foram goleadores e campeões com a jaqueta cruzmaltina. José Roberto Gama de Oliveira, o Bebeto, é baiano e foi revelado pelo Esporte Clube Vitória, de Salvador. De sua parte, Romário de Souza Faria surgiu na base do Olaria, entre 1979/1980, tendo chegado a São Januário, em 1981.
Bebeto teve duas passagens por São Januário: de 1989 a 1992, disputando 11 refregas e deixando 59 maricotas no filó, e em 2001, quando vestiu a jaqueta da faixa em diagonal por oito jogos, maracando dois gols. Romário, entre 1985 a 1988, como profissional, fez 196 jogos e totalizou 139 balançadas de filó, em sua primeira vascainagema. Voltou, em 2000, ficou até 2002, e deixou mais 131 nas redes, em 140 partidas. Entre 2005/2006, teve a sua terceira passagem pela Colina, marcando 42 tentos, em 49 puganar. Finalmente, de 2007 a 2008 encerrou a sua vida de cruzmaltino, com 19 prélios e 15 bolas nas redes.domingo, 13 de setembro de 2020
HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRASILIENSE. O ÚLTIMO VOO DO CANARINHO DO 'MANEL'
Time canário virou zebra num domingo e acabou na segunda-feira
1 - A história mais complicada do futebol mundial, muito provavelmente, aconteceu durante a disputa da fase candanga do Torneio Incentivo-1978. Esta era uma competição política inventada pela ainda Confederação Brasileira de Desportos (futura CBF), para engabelar as federações estaduais e garantir votos por meio de competição mixuruca evolvendo times pequeno, pequeninos, inexpressivos.
Aqui pelo futebol candango, o Gama havia vencido o primeiro turno do Incentivo-78 e já comemorava o título do returno, pois só bastava vencer, em casa, um desmotivado Canarinho, durante a penúltima rodada da segunda fase, para carregar o caneco. História cabulosa! Vamos lá.
Enquanto se dava o Gama por "campeão", o presidente do Taguatinga, Justo Magalhães, passou a conversa em Manoel Ramos, presidente do Canarinho, e o convenceu a fundir os dois clubes (times), para que a cidade de Taguatinga “tivesse um só e forte representante nas disputas candangas”. Na verdade, o Canarinho nem era tanto de Taguá, pois já tentara ser de Taguatinga Norte, de Brazlândia, voltara a ser taguatinguense e, em 1977, tentara se ligar à cidade de Ceilâdia, contratando 18 jogadores do Juventus local. Mas a verdade é que nunca tinha lugar certo para treinar. Chegou a pensar em mudar de nome, para Ceilândia Esporte Clube, mas ficou só no papo e terminou passado pra trás pelos fundadors do atual Ceilândia Esporte Clube, campeão candango-2010 e 2012. Foi por ali que o Justo escolheu os sete melhores jogadores canarinhenses e, passado o ramo no Ramos, anunciou fusão à imprensa.
Rolo rolando, ficou acertado de que, na manhã do domingo, a penúltima rodada do Incentivo-78, no Bezerrão, haveria Tagutinga x Grêmio Brasilense na preliminar. de Gasma x Canarinho. Só faltou combinarem com "São Pedro" que, desavisado, abriu a torneira do Céu e fez o gramado amanhecer encharcadíssimo, razão paras o árbitro Carlos Alberto Santiago vetar a preliminar, considerando a marcação do campo precária. Remarcaram tudo, mas, depois de tanto serviço, o "Pedrão" sacaneou, de nov, mandando mais chuva.
Hagstrong então, não viu mais nenhuma condições para rolar a bola no pedaço. Passada a chuva, o Taguatinga sentiu-se prejudicado por não ter jogado, pois achava que venceria, fácil, os gremistas, cujo presidente, Zé Fernandes, iria, também, solicitar licença à FMF, pois a sua rapaziada não aspirava mais nada no torneio e ele já havia acertado as rescisões de contrato de quase todo o grupo, exceto Tita, Edmilson e Amauri. Mesmo já fora do Grêmio, os atletas dispensados compareceram ao Bezerrão e se prontificaram a defender o Tubarão (apelido do time).
Alm de não ver condições de jogo naquele estado do gramado do Bezerrão, Hagstrong ainda acusou os dois times de terem chegado atrasados para a partida. E deixou a imprensa na expectativa de saber se ele registraria o fato na súmula, o que faria os dois times perderem um ponto. Lá pelas tantas o tempo melhorou, o sol brilhou e o árbitro do jogo principal, Jonas de Oliveira, aprovou a marcação do gramado desaprovado por Carlos Alberto Hagstrong. E pintaram na cancha o anfitrião Gama e o visitante Canarinho, com sete jogadores se despedindo de sua camisa, na última partida das sete temporadas de existência do time do "Manel", como seu presidente era chamado. Na segunda-feira, o clube (time) solicitaria licença à então Federação Metropolitana de Futebol-FMF.
Por aquela época, ainda não havia representação política no DF, mas o administrador da cidade do Gama, Walmir Bezerra, sacava lances bem mais longe e já se armava para ser o futuro deputado federal mais votado do DF. Compareceu ao Estádio Walmir Campelo Bezerra (o que era proibido por lei), na expectativa de erguer a taça de campeão junto com o time gamense e, evidentemente, faturar simpatias. Pena qu não "combinaram-2" com o “desmanchante” Canarinho.
Pelas vésperas da partida, o treinador João da Silva anunciou ter recebido bela proposta do Royal, de Barra do Piraí-RJ, e que pedira demissão no Taguá. No entanto, Justo Magalhães dissera não ter recebido nenhum pedido do sujeito e, para ele, o Da Silva seguia comandante do seu time. Mais: como este havia se juntado ao Canarinho, contava com o cara para o jogo entre o pré-desmanchado e os gamenses. João da Silva até prometeu colaborar, mas exigindo que o técnico de campo do Canarinho diante do Gama fosse o Professor Aparecido, o seu preparador físico no Taguatinga e que era treinador da seleção brasiliense universitária feminina de handebol e do time da escola pública em que trabalhava.
João da Silva comandou o time do Canarinho das arquibancadas do Bezerrão
Bater o Canarinho e conquistar o seu primeiro título era uma obrigação para os gamenses. No banco dos reservas do time canário, o Professor Aparecido não abria a boca. Da alto das arquibancadas, atrás dele, o João da Silva (foto) gritava: “Segura a boal no meio-de campo, Belo; Espana (a pelota) com mais vontade, Nonato; Zé Vieira, lance mais o Peba, pra ele cair matando nas costas do lateral (esquerdo); Zecão, acredite mais (nos chutes a gol). O Chico é frangueiro. E etc, etc, etc”.
Da cabine da Rádio Capital, o “Locutor do Povão”, como gostava de ser chamado o trepidante Marcelo Ramos, inflava os pulmões, locutando: “Inédito no futebol mundial: João da Silva, técnico do Taguatinga e do Canarinho”. Realmente! O Jornal de Brasília fotografou o lance, veja foto acima.
Rolava a pelota e o favorito Gama nem nada, nem nada. Do lado de fora do campo, João da Silva mandava Bolinha ser um pastor alemão à frente da zaga e não parava de cobrar lançamentos para Belo e Peba, pela direita do seu ataque. Numa dessas, pela metade do primeiro tempo, o seu pedido foi atendido. Peba recebeu lançamento, avançou, cruzou bola para área, Belo foi beleza no lance e o Canarinho virou zebrão: 1 x 0, ajudado por falha feiaça do goleiro Chico. “Não falei que o Chico é fangueiro!”, gritou João da Silva, enquanto Peba e Belo comemoravam o tento – e, por aquilo, ficou o placar da etapa.
Veio o segundo tempo. Se o Canarinho vencesse o Gama e o Taguatinga derrubasse o Grêmio Esportivo Brasilense, no tapetão, como ameaçava Justo Magalhães, canários e águia (apelido do Taguá) ficariam com oito pontos, contra cinco dos gamense no returno do Incentivo-78. Justo bradava: “Que chegou atrasado foi o Grêmio. Nós chegamos na hora certa. Vou provar isso”. E falava mais: “O Canarinho está jogando para o Taguatinga. A final será Taguatinga x Gama. Não haverá mais nenhum jogo do Canarinho, porque, amanhã, ele estará licenciado da Federação (Metropolitana de Futebol)”, junto com o Grêmio (Esportivo Brasilense)”.
E a bola rolava. Quando o árbitro Jonas Viera – estava auxiliado por Márcio Humberto e Ana Maíto – consultava o cronômetro para encerrar a contenda, um chute de fácil defesa para o goleiro gamense Chico provocou, novamente, tremenda falha do camisa 1 alviverde, que soltou a bola para o seu lado direito, onde estava Peba, para marcar o último gol da história do Canarinho: 2 x 0. “Não falei que o Chico é frangueiro!’, gritou João da Silva, com o Professor Aparecido fazendo um sinal de positivo para ele. Depois, só houve tempo para o apito final.
Uns dois, três dias depois, a possibilidade de ser campeão do returno do Incentivo levou o Canarinho a desistir da desistência do futebol. Manoel Ramos disse à imprensa que iria retirar o pedido de liçença da FMF e desfazer o acordo de fusão com o Taguá, no que Ruy Telles, supervisor deste, contra-atacou: “Bola fora! Os jogadores que levamos deles já tiveram seus contratos enviados para registro na CBD. Logo, não terão time para jogar mais nenhuma partida. Não há tempo hábil para arrumar a casa”.
Naquele dia, o Canarinho "The End", como brincaram os poucos torcedores presentes ao Bezerrão, teve: Edson, Déo, Nonato, Robson e Irênio; Bolinha, Roberto Assis e Peba; Belo Zecão e Zé Vieria. O Gama foi: Chico, Carlão (Osvaldo), Júnior, Assis e Isaías; Julio, Lelé e Manoel Ferreira; Roldão, que foi expulso de campo, Niltinho e Tico (Vicente).
Enfim! Faltando Gama x Tauatinga e Canarinho x Grêmio Brasilense para cumprimento da última rodada do Incentivo-78, o que aconteceu? O Canarinho conseguiu desistir da desistência? O Grêmio não compareceu à rodada final? O Taguatinga venceu o Grêmio no tapetão e ficou na boca de espera para decidir como Gama? Ou o Gama se recuperou na rodada final e conquistou o primeiro título de sua história? – haja rolo ! Assunto para uma outra coluna. Combinado?
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2 – Empolgado pelo tri da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do México-1970, Manoel Ramos, servidor do Palácio do Planalto, formou um time de futebol e deu-lhe o nome de Canarinho, como era chamado o escrete nacional. Chegado o futebol profissional em Brasília, em 1976, ele achou que a sua rapaziada teria condições de entrar no lance e, sem demora, conseguiu inscreve-la junto à Federação Metropolitana de Futebol.
Por aquelas primeira bolas do profissionalismo no futebol candango, Ceub, Brasília e Grêmio Esportivo Brasiliense eram as maiores forças. Mas quem empolgava mesmo era o Taguatinga, com a sua torcida levando folhas de bananeira para as arquibancadas, saudando o ídolo Ernane Banana, que surgiu como o craque da hora. O Canarinho ficava como quinta força.
Rolada uma crise que culminou com o fim do Ceub, no mesmo 1976, o enfraquecimento do Taguatinga, que emprestou o ídolo Banana ao Vasco da Gama e rescindiu o contrato do técnico Dida (Edvaldo Santa Rosa, campeão mundial-1958, na Suécia), além da saída, também, dos gremistas, o Brasília ficou o mais forte indiscutível, com o Canarinho subindo de ranking e ameaçando deixar pra trás Flamengo (depois Cruzeiro) e Humaitá (depois Guará Esporte Clube).
Em 1977, o Canarinho achou que poderia voar mais alto. Convidou o Grêmio Porto-Alegrense para um amistoso, no já demolido Estádio Pelezão, e levou 11 x 0. Mas não desanimou. Em 1978, aprontou o seu segundo rebu, durante o Torneio Incentivo, rolo que est´contado acima. Naquele dia (21.02.1978) no Estádio Bezerrão, os coreanos (apelido dos jogadores auri-negros, por serem baixinhos) atuaram por esta formação: Edson; Déo, Nonato, Robson e Irênio; Bolinha, Peba e Roberto (Assis); Belo, Zecão e Zé Vieira. O Gama foi: Chico; Carlão, (Osvaldo), Junior, Assis e Isaías; Júlio, Lelé e Tico (Vicente); Manoel, Roldão, que foi expulso de campo, e Niltinho. Os gols foram marcados por Belo, no primeiro tempo, e Peba na etapa complementar. Público e renda não foram divulgados, mas tudo indicou que não foram vendidos ingressos, pois a manhã amanhecera chuvosa e mais chuva rolou antes da partida.
3 - Enfim! Faltando dois jogos para cumprimento da última rodada do Incentivo-78, o que aconteceu? O Canarinho conseguiu desistir da desistência? O Taguatinga venceu o Grêmio no tapetão e ficou na boca de espera para decidir como Gama? Ou não chegou a haver tapetão? O que aconteceu com o Grêmio? O Gama se recuperou na rodada final e conquistou o primeiro título de sua história? – assuntos para uma outra coluna. Combinado?
4 - Em 5 de março de 1977, o Canarinho estreou no II Torneio Imprensa, que antecedia ao Campeonato Candango, vendendo caro 1 x 2 Brasilia Esporte Clube. Naquele dia, os “canários” foram: Beto; Aécio, Pará, Ivan e Bolinha; Déo, Maninho e Ariston; Belo, Robertinho e Zé Crioulo que, depois passou, a ser Zé Vieira. De sua parte, o Brasillia alinhou Déo; Sidney, Jonas Foca, Fleury e Edvaldo; Luís Carlos, Rogério e Ernane Banana (Wellington); Júlio César, Léo Fuminho e Ney.
5 - O Canarinho tinha um jogador de nível intelectual bem mais elevado do que os companheiros, o defensor Maninho, que era professor da Fundação Educacional do DF. Certa vez, ele recebeu um telefonema da Caixa Econômica Federal avisando-lhe que ele iria receber um prêmio. Maninho assustou-se, pois não se achava tão craque assim para ser premiado. A premiação, no entanto, fazia parte do marketing da Caixa, que premiava quem marcasse o primeiro e o último gols da rodada semanal da Loteria Esportiva.