Vasco

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sexta-feira, 10 de maio de 2013

OS CARDEAIS DA ESQUINA DA COLINA

O Vasco tem uma instituição, não oficial, que vale mais do que qualquer outra: o “cardinalato”.  Fazer parte dele é ter grande prestígio. Não basta ser sócio benemérito, ou presidente, como Arthur Pires, o comandante da campanha do título de campeão carioca de 1956. Se bem que este último é um caminho indispensável. Ser “cardeal” na Rua General Almério de Moura é ter sagração popular, o reconhecimento, dos associados, dos seus grandes serviços prestados à causa cruzmaltina. Independentemente, da vontade política da direção.
 Um dos prestigiosos vascaínos que não chegou à  mesa do “Concílio da Colina” foi Manoel Felício, na década-1950. Ex-remador do clube e comerciante, era admirado pelos “cardeais”, mas não passou de “bispo”. Da mesma forma, Gaspar Nunes era respeitado como um “bom pastor de almas”. Insuficiente para tirá-lo da condição de “abade”.  Álvaro Ferreira Ramos foi ooutro que viu o quant era difícil subir aos céus de SãoJanuário. Candidato a benemérito, seu pecado era a falta de condecorações. Por isso,  era um “noviço”. Mesmo caso do “coroinha” João Silva, que chegou a presidente. De sua parte, rthur Pires, enquanto comemorava sua faixa de campeão, rezava pelas bênçãos dos cardeais, para se unir a eles.
 
Durante a segunda melhor fase do futebol vascaíno – a primeira foi de 1945 a 1950, quando o “Expresso da Vitória” viveu o seu auge –, os “cardeais” eram: Raul Campos,  o ”pai” do estádio de São Januário, inauguado em 1927; Cyro Aranha, detentor de popularidade pouco conseguida na Rua General Almério de Moura; Artur Fonseca Soares, que só não brigava com o sol, para não deixar o Vasco às escuras; José Ribeiro de Paiva, um oráculo dos pares; Rafael Verri, o “Lobo das Ondas”, ganhador de todos os títulos no mar; Alberto Baltazar Portela, que fazia de sua casa a continuação do clube; Achiles Astuto,  uma espécie de Madre  Tereza de Calcutá de calças, pelo seu gande coração; Pschoal Fontes, ficava na dele, defendendo a tradição cruzmaltina; João Ferreira Braga, vascaíno da Velha Guarda; Manoel Ferreira, um ”cidadão vascaíno”, de grandes serviços prestados ao clube, desde a década de 1920, e Vitorino Carneiro, desportista de terra e mar, um dos primeiros “cardeais” do clube.  Nas duas fotos, reproduzidas do boletim vascaíno da década-1950, o então presidente Cyro Aranha cumprimenta autoridades portuguesas queu visitaram São Januário.                 

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