Registra a revista “Manchete Esportiva” – Nº 150, de 4 de outubro – , que “o Vasco foi “sempre senhor do jogo” e o zagueiro Orlando o melhor da partida, deixando Didi “como uma lâmpada que se apaga sem azeite”. Para segurar Garrincha, o lateral-esquerdo Coronel dava ao primeiro combate, ajudado por Orlando e, as vezes, pelo companheiro de zaga Bellini, ou o volante Écio. Nos ataques, os deslocamentos de Laerte e Sabará, pela direita, minaram o policiamento de Nílton Santos e de Servílio. Além de ver o Vasco sempre melhor, taticamente, a revista ainda achou o placar muito complacente para o Botafogo.
Os vascaínos abriram o placar, aos seis minutos. Sabará chutou, Servílio desviou, o goleiro Ernani saiu mal e Pinga marcou: 1 x 0. Aos 38, Sabará faz bonita jogada e gol: 2 x 0, placar do primeiro tempo. No segundo, aos oito minutos, Bellini cometeu pênalti, sobre Garrincha. Didi o converteu: 2 x1. Aos 13, Domício fez o mesmo, em cima de Delém, e Rubens escreveU: 3 x 1. Aos 39, Bellini atrasou bola para o goleiro Barbosa, que bobeou. Garrincha agradeceu: 3 x 2.
Com aquela vitória, o Vasco colocou três pontos à frente do segundo colocado, o Flamengo (3 x 6 pontos perdidos, o critério da época) Orlando ganhou nota 10 da “Manchete Esportiva”. Delém, Pinga e Sabará tiraram 9; Coronel, Écio e Rubens levaram 8; Barbosa, Paulinho de Almeida e Laerte 7. Pelas duas trapalhadas, Bellini ficou com 6, a nota mais baixa do time no clássico que rendeu Cr$ 2 milhões, 459 mil e 600 cruzeiros (moeda vigente).
No vestiário, Laerte, que jogara adiantado, dizia aos repórteres: “A cosia mais fácil do mundo é jogar bem no Vasco. O time estás armado, entrosado, o trabalho é bem distribuído. Ninguém sai de campo com a língua de fora”. Paulinho esnobava: “Esperava mais resistência do Botafogo, fazer mais força e um jogo sofrido”. De sua parte, o capitão Bellini pedia calma a quem já falava em título. “Temos que fazer força para mantermos o ritmo”, propunha.
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