Vasco

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segunda-feira, 5 de março de 2018

OS ARQUEIROS DA COLINA - ANDRADA -2

 Valdir Apple e Pedro Paulo eram os goleiros vascaínos e não desfrutavam de grande moral junto aos dirigentes, quando um empresário propôs ao presidente vascaíno, Reinaldo Reis, contratar um goleiro e um ponta-direita que haviam vestido a camisa da seleção argentina. O cartola pediu 20 dias de prazo e, na véspera do tempo terminar, chegou o atacante Caldu. Dois dias depois, Edgardo Norberto Andrada, trazendo toda a documentação necessária para jogar logo.
De Chaldu, não ficou nem notícia em São Januário. Já o goleiro Andrada fez história. Com a camisa 1 vascaína, foi um dos maiores goleiros que o futebol brasileiro já conheceu. Nascido em 2 de janeiro de 1939, em Rosário, e medindo 1m78cm, tinha uma ótima altura para a posição, na época. Jogava pesando 73 quilos e havia defendido o selecionado argentino em 35 oportunidades. Convites para jogar pelos então grandes times de Buenos Aires – Boca Juniors, River Plate e Racing – eram constantes, mas ele não queria sair de sua terra. E irritou  os “grandes” argentinos quando ele aceitou vir para o Brasil. Foi preciso a ação do interventor da Associação Argentina de Futebol, Ramos Luís.
Foto reproduzida de www.cruzadavascaína.com.br

 Andrada, que iniciara a carreira aos 13 anos de idade, nas categorias de base do Rosário, era apelidado pela imprensa argentina por ”Gato Preto”, pois só se trajava totalmente naquela cor. Segundo contou, Orlando Peçanha de Carvalho, ex-zagueiro vascaíno, lhe dera boas informações sobre o Vasco, fazendo nascer nele o desejo de jogar pelo “Almirante”, pois via, por aquele momento, o futebol brasileiro mais bem organizado do que o argentino.
 Andrada, no entanto, não estreou em um bom dia para o Vasco. Diante de mais de 86 mil torcedores, ele jogou parte do clássico em que o Vasco perdeu do Flamengo, por 0 x 3, em 11 de maio de 1969, no Maracanã, pelo primeiro turno do Campeonato Carioca, sendo substituído por Pedro Paulo – Andrada (Pedro Paulo); Fidélis, Brito, Fernando e Eberval; Alcir (Benetti) e Buglê; Nado, Nei, Adilson e Silvinho foi o time escalado pelo treinador Evaristo de Macedo. No entanto, durante a temporada seguinte, ajudou o “Almirante” a quebrar o tabu, de 12 anos, sem ser campeão estadual. Atuou em 16 dos 18 jogos da campanha de 13 vitórias, três empates e duas derrotas, sofrendo 10 gols – a rapaziada marcou 30 e o time-base foi: Andrada; Fidélis, Moacir, Renê e Eberval; Alcir e Buglê; Luiz Carlos Lemos, Valfrido, Silva e Gílson Nunes.
 O outro título conquistado por Andrada com a jaqueta cruzmaltina foi o de campeão brasileiro-1974, o primeiro de um clube carioca – Andrada; Fidélis, Miguel , Moisés e Alfinete; Alcir, Zanatta e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luiz Carlos Lemos foi o time do jogo final, com 2 x 1 Cruzeiro. Antes, ela havia sido ganho a “Bola de Prata”, da revista “Placar”, como o melhor goleiro do primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol-1971, e considerado o melhor jogador vascaíno na temporada-1972. Deixou o Vasco, em 1975, para defender o Vitória da Bahia, por uma temporada. Em seguida, voltou para a Argentina e jogou pelo Colón, entre 1977 e 1982, quando encerrou a carreira.     

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