Vasco

Vasco

sábado, 31 de março de 2018

O VENENO DO ESCORPIAO - JORNAL DA BAHIA - EDICAO DE SABADO DE ALELUIA

Cartaz divulgador da campanha presidenciao
1 – Perto do final da campanha presidencial para o pleito de 3 de otubro de 1959, o candidato da UDN-União Democrática Nacional, Jânio Quadros, visitava o governador da Bahia, Juracy Magalhães. Ao indagar do anfitrião se teria grande votação no Estado, Juracy respondeu: “O meu voto eu lhe garanto, mas o dos baianos você terá de gantir na rua, sem a ajuda do governador. E, a propósito, o que é que você ainda está fazendo aqui? Tá perdendo tempo na Bahia.”  

2 – Em 1967, o governo estadual baiano contratou a arquiteta italiana Lina Bardi para montar o Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador. Destinaram-lhe o foyer do Teatro Castro Alves, que sofrera terrível  incêndio um dia após a inauuração. Como o local salvara-se das chamas, Lina armou por ali um teatro de meia-arena, contando com a ajuda de Eros Martim Gonçalves, dietor da Escola de Teatro da Bahia. Para primeiro espetáculo, foi montada uma obra do dramaturgo, poeta e encenador alemão Eugen Bertholt Friedrich Brecht. Beleza! Só se esqueceram de que o título da peça  - Ópera dos três vitens, na tradução popular brasileira – seria mais do que impróprio na Bahia. Por lá, dizia-se que a moça que perdera a virgindade “perdeu os três vitens”. Por conta de um hímen,  mudaram  o título para “Ópera dos três tostões”.

3 – Quem pensa que o coco é “cidadão honorário” só da Bahia, erra no chute. Sua presença no recinto brasileiro começa no paralelo 1 grau e 43 minutos, no Maranhão, e só percorrendo 17 graus e 44 minutos chega ao tabuleiro da baiana.  “Mestre” coco é um dos mais importantes frutas oleaginosass tropicais do planeta, tendo nordestinado 94% do seu cultivo no país, em uma área de 87.680 hectares.

Clemente Mariani a direita na foto reproduzida
da Fundacão Getúlio Vargas
4 - Clemente Mariani, ministro da fazenda (1961/1962) do presidente João Goulart, fora convidado pelo então ministro da pasta, Karlos Rischbieter (1979/1980), para uma reunião, no Rio de Janeiro. Junto com ele foram convidados, também, os ex-ministros Eugênio Gudin (1954/55), Lucas Lopes (1958/59), Walter Moreira Sales (1961) e Gouvêa de Bulhões (1964/67). De volta a Salvador, entrevistado pela imprensa, Mariani declarou: “A conclusão do encontro foi a de que todo ministro da Fazenda, ao assumir o cargo, constata que o governo que o convidou só lhe diz que o país vive uma grave crise. E ele que se vire para acabar com ela.

5 – A partir da década-1970, o termo “brega” ganhou força com o adjetivo qualificador da música popular brasileira de baixa qualidade. Algo equivalente ao mineiro “baranga”. No entanto, o pejorativo já existia na Bahia desde a década-1950. Era um substantivo e significava zona de prostituição, ou “puteiro”, no linguajar zé povão. A origem do termo “brega”, no entanto, deve-se a um religioso, o padre Manuel da Nóbrega, que dava nome a uma das ruas do meretrício baiano. De repente, a placa apareceu danificada, sobrando só as últimas letras do seu sobrenome...”brega”. O “Nó” havia escafedido-se. Dali para o “vamos ao “brega”, foi um pulo – primeiro caso de um substantitvo que virou adjetivo.               

Nenhum comentário:

Postar um comentário