Quando A Loteria Esportiva surgiu, em
1970, logo, virou uma coqueluche. Filas enormes formavam-se diante das casas
lotéricas, com a galera sonhando acertar os 13 pontos. Ficar rico no
palpite era a jogada. Do mais pobre ao mais rico do país, preencher uma cartela
era uma emoção. Revistas e jornais dispensavam uma página inteira com seus
prognósticos e orientações ao apostador.
No Rio de Janeiro, o governador Negrão de Lima
participava de bolões, semanalmente, com os seus assessores mais próximos. Para
valorizar o seu informativo sobre a “Loteca”, apelido que pintou rápido, a
revista Fatos&Fotos, do grupo do empresário Adolph Bloch, convidou o chefe
do executivo carioca a “palpitar” no ainda “Teste Nº 18”, de 3 e 4 de outubro de
1970. Negrão fez aquela “politicada”, e marcou palpite triplo no Jogo 2, entre
Vasco x Flamengo, valendo pelo Torneiio Roberto Gomes pedrosa, o “Robertão”, um
dos embriões do atual Campeonato Brasileiro.
Mas nem só o Negrão ficou em cima do muro com
rela.ção ao “Clássico dos Milhões”. Convidado a marcar um outro volante, o
“técnico tri” – já éramos tricampeões mundiais –, Mário Jorge Lobo Zagallo, fez
o mesmo, alegando que seria “jogo duro”. E justificou-se: “O Flamengo não levou
muita vantagem com o Vasco neste campeonato (Carioca), deve vir querendo forra.
Marco o empate respeitando a categoria do clube campeão”. Zagallo levava em
consideração que, durante o Estadual, o Vasco mandara dois 1 x 0 sobre o rival,
respectivamente, em 09.08.1970 e em 30.08.1970. Estava conversado!
DETALHE: campeão carioca-1970, o Vasco
começou mal a chamada “Taça de Prata”. Naquela jogo, capotou ante o maior
rival, por 1 x 3, com seu volante Alcir Portella abrindo o placar para o
“Urubu”, marcando um gol contra – o tento cruzmaltino foi de Benetti. Pra
completar as bolas murchas daquela tarde, no Maracanã, ante 31.204 pagantes, o
árbitro, Carlos Costa, expulsou de campo o lateral-direito Fidélis e o
principal jogador vascaíno, Silva. Fla 3 x 1, Coluna 1.
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