Em 21 de abril de 1927, o Club de Regatas Vasco da Gama inaugurava o Estádio Vasco da Gama, chamado de São Januário, porque o torcedor acostumu-se a localizá-lo pela rua que passa ao fundo das suas arquibancadas, onde parava o bonde. O futebol fazia parte da vida da colônia lusitana do Rio de Janeiro, desde 1913, quando um combinado formado pelos portugueses Benfica, Lisboa e Tiro & Sport visitou a cidade e animou os patrícios a fundarem três clubes – Lusitânia Esporte Clube, Lusitano Futebol Clube e Centro Esportivo Português.
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Em 1917, o Vasco já estava na Segundona. E foi crescendo, até ser campeão, em 1920. Três temporadas depois, já freqüentava a elite do futebol carioca. Até carregou o caneco. Bem! Aí já era demais. Onde já se viu um time recheado de negros, mulatos, operários e demais representantes da “pobrada” ousar daquele jeito! Pera´i! Futebol era para gente fina. Nada de ralé. E tome perseguição ao Vasco, cujos ‘gajos’ tinham um preparo físico espantoso, e viravam qualquer placar no segundo tempo. Mas já que não dava para segurar o “Time da Virada” no balão esférico, o jeito era pegá-lo de outro jeito: “decretá-lo um sem estádio” e outras cositas mais. Também, não deu. Em pouco tempo, a galera construiu o maior do continente. Não adiantou nem a problemática criada pelo presidente da república, Washington Luís, não permitindo a importação de cimento. Os engenheiros encontaram a solucionática, misturando areia com brita.
TERRAS DAS MARUESA - Lançada a pedra fundamental, em 6 de junho de 1926, pelo prefeito do então Distrito Federal, Alaor Prata, o Vasco saiu para a venda de títulos, de 100 mil-réis, em 20 prestações. O estádio - o terreno custara 665 contos e 895 mil-reis e ficava em uma chácara, de 65.445 metros quadados, que pertencera à marquesa de Santos, amante do Imperador - estava orçado em 2 mil contos de reis. Para ararnjar a grana, pelos finais de 1925, lançou-se a "Campanha dos Dez Mil", uma coleta de recursos que rolou entre 6 de janeiro a 29 de dezembro de 1926 e teve como grandes doadores o Moinho da Luz e a Brahma. O entusiasmo era tanto eu o clube inscreveu 7.189 novos associados.
O Vasco gastou 1.200 contos de reis para inaugurar um estádio com capacidade inicial de 30 mil pessoas, em área construída de 11 mil metros quadrados. Fora do orçamento, comprou 252 toneladas de ferro e 6.600 barris de cimento. Por sinal, o sacanão do Washington Luís, que negara a importação do produto, fora um dos convidados para a inauguração, juntamente como presidente da Confederação Brasileira de Desportos, Oscar Costa, que dera o ‘kick-off’ (pontapé inicial) e o aviador português Sarmento de Beires, que cortara a fita inaugural.
.O Vasco só não seu de bem no primeiro jogo em sua cancha. Perdeu, numa quinta-feira, por 5 x 3, para o Santos, amistoso jamais engolida. Mas, 31 anos depois, devolveu a “pregação da peça”, mandando 2 x 1 no visitante, em jogo comemorativo pela conquista do Torneio Rio-São Paulo de 1958. Confira as duas fichas técnicas:
Oscar Costa e Sarmento Beires cortaram a fita inaugural |
21.04.1927 – Vasco 3 x 5 Santos. Amistoso. Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ). Gols: Negrito, Galego e Pascoal (Vas) e Evangelista (2), Omar, Feitiço e Araquém (San). VASCO: Nélson, Espanhol e Itália; Nesi, Claudionor e Badu; Pascoal, Torterolli, Galego, Russinho e Negrito. SANTOS: Tufy, Bilu e Davi; Alfredo, Júlio e Hugo; Omar, Camarão, Feitiço, Araquém e Evangelista.
21.04.1958 – Vasco 2 x 1 Santos. Amistoso. Estádio: São Januário (RJ). Juiz: José Gomes Sobrinho. Gols vascaínos: Laerte (2). VASCO: Helio, Dario e Viana; Ortunho, Écio e Barbosinha (Clever); Ramos, Laerte, Livinho (Artoff), Rubens (Roberto) e Pinga. SANTOS: Manga, Fioti, Juvaldo e, Getúlio; Ramiro e Urubatão; Dorval, Álvaro, Pagão (Raimundinho), Ciro (Dom Pedro) e Vasconcelos (Zezinho). (imagem do estádioreproduzida de http://www.futbolffv.blogspot.com/). Agradecimento.
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