'Pombo Correio' era o seu apelido |
Ely tinha viajado doido para ter aquela
chance. Mostraria que era mais macho e
vingaria Bigode, que teria levado um tapa de “El Gran Capitan”, dentro do
“Maraca”, segundo contavam. Rolou o que ele queria e foi recebido, como herói,
na volta ao Brasil – campeão, com 3 x 0 sobre
os chilenos, na final.
Seis dias antes do Pan começar, o Vasco recebia a visita da Portuguesa de Desportos,
no Maracanã, pela última rodada da fase de classificação às finais do Torneio
Rio-São Paulo – 30 de março de 1952. Ely já andava com o complexo de ”Obdulio
Varela”. E, como Pinga estava jogando
muito, tascou-lhe a porrada. Pinga reagiu. O pau quebrou dentro do
gramado. No meio da confusão, o
massagista cruzmaltino, Mário Américo, mandou o braço no presidente da Lusa,
Augusto Isaías.
O que rolou
depois do “tabefe” ninguém acredita. Simplesmente, o cartola paulista gostou da
ver aquele baixinho dando sangue,
brigando, como o diabo, pelo seu time. Era gente assim que ele precisava na
Portuguesa. E não sossegou enquanto não tirou Mário Américo do Vasco. Passou mais de um ano tentando, até que, em 6
de maio de 1953, conseguiu.
BATEDOR – Nem só em cartola. Mário Américo batia legal. Antes de ser
massagista, fora lutador de boxe, desde 1937, tendo no currículo o título de
campeão mineiro dos leves, lutando por Montes Santos, a sua terra, onde nascera,
em 28 de julho de 1912.
Ao Vasco,
como massagistas, ele chegou em 1941. Primeiramente, servira ao Madureira. Para
ser competente, cursou a Escola Nacional de Educação Física, após parar de
bater, dentro dos ringues.
Mário Amérioco com o goleiro Carlos Alberto(D) |
Mário Américo serviu, também, à Seleção
Brasileira, tendo sido mais um vascaíno no time vice-campeão mundial de 1950 –
o técnico Flávio Costa e os jogadores Barbosa, Augusto, Ely, Danilo, Alfredo,
Maneca, Ademir Menezes e Chico foram os outros. Depois, foi bicampeão mundial
nas Copas da Suécia e do Chile. Muito do sucesso do menino Pelé, em 1958,
deveu-se ao seu trabalho de recuperação. Para ele, o garoto que surgia para ser o "Rei do Futebol" era um novo de "Ademir em preto", referindo-se ao goleador cruzmaltino, Ademir Menezes, que ele tanto admirava. (fotos reproduzidas da Revista do Esporte".
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