Vasco

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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

FERAS DA COLINA - MÁRIO AMÉRICO

'Pombo Correio' era o seu apelido
  Por ter ganho, no grito, a final da Copa do Mundo, no 16 de julho de 1950, no Maracanã, o capitão da “Celeste” uruguaia, Obdulio Varela, virou um mito para o torcedor brasileiro. Em 16 de abril de 1952, pela primeira vez, depois do  “Maracanazo”, Brasil e Uruguai se reencontraram. Valeu pelo Pan-Americano, no Chile. Daquela vez, o time da CBD-Confederação Brasileira de Desportos tocou um baile e ganhou no braço e na bola: 4 x 2. Sobrando glórias para o zagueiro vascaíno Ely do Amparo, que enfiou a mão em Obdulio, que não reagiu.
  Ely tinha viajado doido para ter aquela chance.  Mostraria que era mais macho e vingaria Bigode, que teria levado um tapa de “El Gran Capitan”, dentro do “Maraca”, segundo contavam. Rolou o que ele queria e foi recebido, como herói, na volta ao Brasil – campeão,  com 3 x 0 sobre os chilenos, na final.
 Seis dias antes do Pan começar, o Vasco  recebia a visita da Portuguesa de Desportos, no Maracanã, pela última rodada da fase de classificação às finais do Torneio Rio-São Paulo – 30 de março de 1952. Ely já andava com o complexo de ”Obdulio Varela”.  E, como Pinga estava jogando muito, tascou-lhe a porrada. Pinga reagiu. O pau quebrou dentro do gramado.  No meio da confusão, o massagista cruzmaltino, Mário Américo, mandou o braço no presidente da Lusa, Augusto Isaías.
O que rolou depois do “tabefe” ninguém acredita. Simplesmente, o cartola paulista gostou da ver aquele baixinho  dando sangue, brigando, como o diabo, pelo seu time. Era gente assim que ele precisava na Portuguesa. E não sossegou enquanto não tirou Mário Américo do Vasco.  Passou mais de um ano tentando, até que, em 6 de maio de 1953,  conseguiu.
 BATEDOR – Nem só  em cartola. Mário Américo batia legal. Antes de ser massagista, fora lutador de boxe, desde 1937, tendo no currículo o título de campeão mineiro dos leves, lutando por Montes Santos, a sua terra, onde nascera, em 28 de julho de 1912.
Ao Vasco, como massagistas, ele chegou em 1941. Primeiramente, servira ao Madureira. Para ser competente, cursou a Escola Nacional de Educação Física, após parar de bater, dentro dos ringues.
Mário Amérioco com o goleiro Carlos Alberto(D)
 Foi nos jogos do “Expresso da Vitória “ que Mário Américo ganhou o apelido de “Pombo Correio”. Saía correndo, “voando”,  para passar as instruções do treinador Flávio Costa aos craques de um grupo que foi um dos mais fortes do planeta. Com ele, ganhou os títulos cariocas de 1945, 1947, 1949, 1950 e de 1952.
 Mário Américo serviu, também, à Seleção Brasileira, tendo sido mais um vascaíno no time vice-campeão mundial de 1950 – o técnico Flávio Costa e os jogadores Barbosa, Augusto, Ely, Danilo, Alfredo, Maneca, Ademir Menezes e Chico foram os outros. Depois, foi bicampeão mundial nas Copas da Suécia e do Chile. Muito do sucesso do menino Pelé, em 1958, deveu-se ao seu trabalho de recuperação.  Para ele, o garoto que surgia para ser o "Rei do Futebol" era um novo de "Ademir em preto", referindo-se ao goleador cruzmaltino, Ademir Menezes, que ele tanto admirava. (fotos reproduzidas da Revista do Esporte".    

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