Se houve alguém na Colina que gostasse tanto
de santa, sem dúvida, este foi Gílson Nunes, campeão carioca em 1970. Era
devoto de duas, Santa Rita e Nossa Senhora Aparecidas, a padroeira do
Brasil. Convenhamos, estava bem protegido.
Gilson Siqueira Nunes, carioca, nascido no
bairro de São Cristóvão, em 12 de junho de 1946, tinha mesmo que ser um
cruzmaltino. O seu primeiro time? O Vasco, no futebol de salão. Depois,
mudou-se para os gramados e cometeu uma infidelidadezinha, virando
meia-esquerda e ponta-de-lança do Bonsucesso, que pagou-lhe os seus primeiros
“trocados” (Cr$ 5 mil cruzeiros), como juvenil. Depois, deu uma de “Amigo da
Onça”, um dos seus apelidos entre os companheiros de bola (o outro era Bicudo),
e assinou o seu primeiro contrato profissional, em 1964, com o rival
Fluminense, de onde o Vasco o “repatriou”.
Filho
do casal Hermínio Nunes/Arleta Siqueira Nunes, o ponta-esquerda Gílson aparecia
nas fotos com cabelos pretos. As lentes, porém, não mostravam que os seus olhos
castanhos, pois jogou no tempo em que as revista e jornais eram em
preto-e-branco. Medindo 1m70cm e pesando 65,6kg, normalmente, calçava chuteiras
de número 40 e tinha 85cm de cintura, para entortar os marcadores. Lembrança do
futebol? Uma cicatriz na perna esquerda.
Como todo carioca, Gílson Nunes adorava uma
praia e um cineminha. Se convidado fosse para escolher um cardápio, de cara, pediria bife com
batatas fritas
Depois de quatro anos em São Januário – 1970 a 1974 –, Gílson Nunes
passou mais quatro defendendo o América-RJ, e encerrou a carreira. No ano seguinte, começou a de treinador, como
assistente de Oto Glória ou Carlos Froner (?), no Vasco da Gama. “Reficou” como
vascaíno até 1991, quando seguiu para o futebol árabe e decolou na carreira de
treinador de vários clubes e das seleções brasileiras olímpica (1983), sub-20
(1985/1987) e assistente no time principal (1988).
Em
seus tempos de atleta vascaíno, Gílson Nunes atuou ao lado de craques como o
goleiro argentino Andrada e os atacantes Silva “Batuta”, Roberto Dinamite,
Tostão e Amarildo, este em final de carreira.
Durante a campanha do título carioca de 1970, que encerrou a história de
12 anos na fila, ele entrou em todas as partidas, tendo marcado três gols –
17.09 – Vasco 2 x 1 Botafogo; 13.09 – Vasco 3 x 2 América; 22.08 – Vasco 3 x 1
Olaria. A formação-base daquele Vasco era: Andrada; Fidélis, Moacir, Renê e
Eberval (Batista): Alcir e Bugleux; Luís Carlos Lemos, Valfrido, Silva e Gílson
Nunes. (foto reproduzida da Revista do Esporte).
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