Ser negro, pobre e mulher no Brasil da Primeira República,
entre 1889-1930, era duro. Vivia-se em completa marginalização social e
política. O goleiro vascaíno Nélson da Conceição sentiu bem isso.
Nascido em 12 de agosto de 1899, em Nova Friburgo-RJ, a sua
sorte foi o Club de Regatas Vasco da Gama pensar um departamento de futebol, em
1911, durante a presidência de Marcílio Telles, para concretizá-lo, em 26 de
novembro de 1915, quando o presidente Raul da Silva Campos conseguiu uma fusão
com o Lusitânia Sport Club, que já tinha o setor.
Em 3 de maio de 1916,
com Marcílio Telles presidente e Raul Campos vice, o time vascaíno estreou na
Terceira Divisão do Campeonato Carioca, perdendo do Paladino, por 1 x 10. Foi o último colocado da disputa, mas não desanimou. Em 1917,
subiu à Segunda Divisão. Enquanto isso, Nelson da Conceição trocava a sua
cidade, pelo Rio de Janeiro, em busca de melhores condições de vida.
Nélson foi campeão-1923 e o goleirão do time dos "Camisas Pretas" |
Desde os
15 anos de idade, Nélson já disputava partidas de futebol. E pelo Paladino citado acima e
filiado à Liga Metropolitana de Sports Athléticos. Em 1916 estava no Engenho de
Dentro Athletico Club, para ser tricampeão da Liga Suburbana (1916/1917/1918).
Foi então que o Vasco levou-o, com 19 anos de idade.
Uma temporada depois, aos 20, Nélson estreou no time principal vascaíno, em 7 de setembro, vencendo o Sport Club Rio de Janeiro, por 2 x 0, pelo returno da Segunda Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Athléticos.
Uma temporada depois, aos 20, Nélson estreou no time principal vascaíno, em 7 de setembro, vencendo o Sport Club Rio de Janeiro, por 2 x 0, pelo returno da Segunda Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Athléticos.
Mesmo sendo um grande
goleiro, Nélson não escapava dos preconceitos, por ser motorista de taxi, algo
que conduzia aos negros de baixa escolaridade e poder aquisitivo, no
mesmo nível de outros trabalhadores braçais, como operários das fábricas,
mecânicos, pescadores etc. Na época, o futebol era amador e praticado pelos
rapazes da elite.
Em 1923, com o Vasco campeão estadual, Nélson tornou-se o
primeiro goleiro negro a defender as seleções carioca e brasileira. No Vasco, seu
time era: Nelson, Leitão e Mingote; Nicolino, Bolão e Arthur; Paschoal, Torterolli,
Arlindo, Ceci e Negrito. Arlindo (Arlindo Pacheco); Arthur (Arthur Medeiros
Ferreira); Bolão (Claudionor Corrêa); Cecy (Silvio Moreira); Leitão (Albanito
Nascimento); Mingote (Domingos Passini); Negrito (Alípio Marins); Nelson
(Nelson da Conceição); Nicolino (João Baptista Soares); Paschoal (Paschoal
Silva Cinelli); Torterolli (Nicodemes Conceição).
No dia 12 de agosto de 1923, aos 24 anos, Nélson tornou-se bicampeão estadual. Era considerado o melhor goleiro do futebol carioca, o que valeu-lhe a convocação para disputar o Campeonato Sul-Americano daquele ano e o reconhecimento de ter sido um dos poucos que evitaram uma campanha brasileira pior do que fora. Por isso, tornou-se um dos ídolos da torcida cruzmaltina. (Foto reproduzida da revista Grandes Clubes).
No dia 12 de agosto de 1923, aos 24 anos, Nélson tornou-se bicampeão estadual. Era considerado o melhor goleiro do futebol carioca, o que valeu-lhe a convocação para disputar o Campeonato Sul-Americano daquele ano e o reconhecimento de ter sido um dos poucos que evitaram uma campanha brasileira pior do que fora. Por isso, tornou-se um dos ídolos da torcida cruzmaltina. (Foto reproduzida da revista Grandes Clubes).
E sobre Arthur Medeiros? ??tem algo? ??
ResponderExcluirE sobre Arthur Medeiros? ??tem algo? ??
ResponderExcluir