1 - O padre Alfredo Frade Santidade (pelo
nome, não escapava do Céu), da paróquia de Tapiracanga, na Bahia Oeste, havia
escrito um livro sobre as virtudes do jumento para o povo da região. Agradou
muito, principalmente porque foi distribuído de graça. Quem pudesse, doasse
alguma coisa, em troca, para a sua paróquia. Materialmente, ninguém doou nada.
Mas doaram-lhe votos que o elegeram vereador, cargo que, para assumi-lo,
precisou pedir licença à Igreja Católica. Empossado, escreveu um novo livro: “O
Jumento, Grande Eleitor”.
2
– O vereador Clarisvaldo Santos Silva
Filho, o popular Seu Valdinho, também de Tapiracanga, viajou a uma cidade vizinha, para submeter-se a exames
médicos, pois tinha “defluxo”, há mais de um mês. Como
não poderia voltar no mesmo dia, pois o médico pediu-lhe vários exames, ele não
gostou da ameaça de ficar impossibilitado de participar de votação na Câmara
Municipal à noite. Então, enviou o seu voto por telegrama. Em vez de votarem o
projeto em pauta, os vereadores passaram a sessão discutindo se voto por
telegrama valeria. Foram preciso mais três sessões para chegarem a uma decisão.
Mas, quando decidiram, não dava mais para votar a proposta, pois aquele era o último dia daquela legislatura. Na seguinte, a mesa diretora da Câmara não tomou
conhecimento da proposta, que foi arquivada. Seu Valdinho
passou a ser chamado “Vereador Bossa Nova”, o que ele nem sabia o que era e achou que seria insulto da oposição.
3 - 5 –
Policiais perseguiam um ladrão de carros, em Barreiras. De repente, passaram a
discutir entre eles. A discussão esquentou tanto que um dos investigadores foi
preso e autuado, por desacato à
autoridade, o cabo que comandava a expedição. Quando ao gatuno,
escafedeu-se.
4 - - Estudantes da Universidade Federal da Bahia
que residiam pelo bairro (e proximidades) de Peri-Peri, organizaram uma escola
de samba e desfilaram durante o Carnaval-1974, com um nome inquietante para as autoridades do governo militar dos
generais-presidentes: “Os Sambiversivos”.
Na época, quem não rezasse pelo catecismo dos “zome” era classificado por
subversivo. Mas os estudantes não subverteram o carnaval baiano. Só sacanearam
o regime. No meio do desfile, houve o “casamento” de um rapaz do Pau Miúdo
(bairro de Salvador), filho de um sargento,
com uma moça do Buracão (também, bairro da cidade”, filha de um cabo.
5 –
Em um programa humorístico da TV Itapoan, Canal 5, de Salvador, o professor
perguntou ao aluno: “Que tipo de vegetal é a erviha?” O aluno respondeu:
“Professor, pensei que a ervilha fosse mineral, mas já que é vegetal, imagino
que seja uma planta francesa ‘membra da família Peti-Puá’.
6 – O cidadão soteropolitano Marivaldo Ferreira Santos e
Silva, católico extremado, deixou Bom Jesus das Lapa rumo a Aparecida do
Norte-SP, pra realizar o seu grande sonho: assistir missa na Basílica de
Nossa Senhora Aparecida, a “Padroeira do Brasil”. Por lá, escutou o Padre Vitor
Coelho de Almeida pegar a Bíblia e aludir a Timóteo 1, capítulo 3 e versículos
dois, quatro e cinco: “Que o bispo seja casado, marido de uma só mulher; que
governe bem a sua casa, porque, alguém que não governe bem a sua própria casa,
será que vai ter cuidado com a casa de Deus? Marivaldo, que tinha pouco estudo
e se virava como ajudante de pedreiro, ficou espantado com a retórica do reverendo. De volta à Bahia,
quando perguntado sobre o que tinha lhe impressionado mais na viagem,
respondeu: “Oxente! Em Sã Paulo, o governador é o bispo”.
7 – Aconteceu em um sítio de Mimoso do Oeste, a 90
quilômetros de Barreiras. Raimundo Ferreira dos Santos ouvia rádio, sentado à
calçada de casa, em uma calorenta tarde de domingo. De repente, uma cobra
aproximou-se. Assustou-se tanto que
pulou da cadeira e saiu tropeçando, até cair aos pés da mula que deixara
amarrado em uma árvore. Levou tamanho coice, que foi parar batendo contra a
prede da sala de entrada da casa, derrubando um quadro por ali pendurado, com a
fotografia de sua sogra, que vivia condenando as cachaças que ele bebia.
Quando brigava com a mulher, Raimundo ameaçava jogar a moldura no lixo.
Refeito da pancada, esquentou o pescoço por dentro, voltou lá fora e beijou a
mula, exclamando: “Ô bixinha boa” – daquela vez, tendo o quadro espatifado no
chão. E bebeu mais uma talagada, por
conta da bendita mula.
DA COR DA CARREIRA DE JEGUE
Joventino Oliveira de Souza, pedreiro respeitado, em
Brotas de Macaúbas, derrubava uma casa,
quando a picareta bateu em algo diferente de tijolos. Examinou e era uma caixa.
Logo, pensou tratar-se de um tesouro escondido. “Estou rico”, pensou, baixo.
Não comentou nada com os outros pedreiros e, à noite, voltou ao local, para
carregar o seu ouro. Mas, dentro da caixa, só havia um papel, com uma sugestão:
“Quer ficar rico? Vá trabalhar, vagabundo!”
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