O
governo do presidente e general João Figueiredo terminava. Era época de
bipartidarismo e o governista PDS-Partido Democrático Social e o oposicionista
PMDB-Partido do Movimento Democrático Brasileiro haviam marcado as sus
respectivas convenções nacionais para 10, 11 e 12 de agosto de 1986.
Aureliano e Figueiredo reproduzidos de www.memorialdademocracia.com.br |
No real, o povo não suportava mais o regime
militar lhe imposto desde 31 de março de 1964, emitindo todos os indícios de
querer ver um candidato da oposição vencendo o situacionista. E mandou fortes
perepectitivas de que isso ocorreria mais do que depressa. Inclusive, vários caciques que apoiavam o governo militar,
sem a menor vergonha, pularam fora do barco e vestiram a camisa do PMDB, time
para o qua torciam desde criancinha”. Afinal, era preciso sobreviver, politicamente, pós-Ditadura.
Um dos casos mais barulhentos desse período
pré-final de governo militar foi estrelado pelo vice-presidente de Figueiredo,
o mineiro Aureliano Chaves, que assumira a presidência do país por várias
vezes. Ele aderiu à candidatura oposicionista do governdor de seu Estado
mineiro, Tancredo Neves, levando junto 65 votos ao colégio eleitoral. Mas não
foi tão fácil apoiar a Frente Liberal, a turma pro-Tancredo, devido muitos
os entraves municipais nas bases pedesistas, como ocorria, também, em
Pernambuco.
Selo com Tancredo Neves reproduzido de www.metresdahistoria.blogspot.com.br |
O que ninguém, quer dizer, um leigo em
política partidária, jamais imaginaria fosse que um dos principais símbolos
governistas no Congresso Nacional, o senador José Sarney, saísse candidato a
vice-presidente pelo PMDB. Incomodou até os peemedebistas do seu Maranhão,
onde o líder do desagrado era o deputado Renato Archer. Em Minas Gerais, quem
gritou foi o deputado Pimenta da Veiga. Para eles, o PMDB deveria ter
candidatos que somassem, não que enfraquecessem a Aliança Democrática, como
ficou sendo chamado o movimento de apoio a Tancredo.
O maior barulho desse episódio, no entanto,
surgiu por intermédio de líderes pedessistas que apoiavam a candidatura do deputado
Paulo Maluf, que vencera o candidato prferido pelo presidente Figueiredo, o seu
minsitro Mário Andreazza, durante a disputa convencional partidária. Eles,
também, não queriam Sarney candidato a vice de Tancredo. Esquisito? Esquisito,
mas rolou.Sarney em foto oficial - Divulgação Palácio do Planalto |
Resumo da ópera: a caravana passou, Tancredo pegou um outro
caminho e o glorioso Zé de Riba herdou, de presente, sem nunca sonhar, uma
cadeira que passara mais de 20 temporadas
só sendo usada pelos ditadores generais-presidentes. De quebra, Zé de Riba mordeu
365 dias com a faixa presidencial no pescoço – surrealisticamente, real!
Nenhum comentário:
Postar um comentário