O
homem alto, forte e com pinta de ator de cinema – mesmo na velhice, muitos o
achavam parecido com o norte-americano Peter Finch – estava na austríaca
Salzburg, no dia 8 de maio de 1945. De lá, viajou por Itália, Síria, Egito e,
novamente, o território italiano, de onde embarcou, em Nápoles, para o Brasil, entrando
por aqui, legalmente, como pedreiro.
Muita repercussão na imprensa estrangeira |
Na época, como os brasileiros viviam em um
país essencialmente agrário, ele arrumou emprego como roceiro, o que lhe
permitia ficar incógnito e contando histórias para as crianças que o chamavam
por vovô.
A
vida prosseguia tranquila para aquele homem, até 1967, quando um colega de
andanças foi preso e o dedurou. Começava
a cair o barraco daquele velho que narrava historinhas para a filha do patrão,
desde que a menina tinha cinco de idade. Para Uli Casa Milz, foi um choque
saber que o vovô era um criminoso nazista, responsável pelo extermínio de
milhares de pessoas.
Gustav Franz Wagner, subcomandante do campo de
concentraçãode Sobiborr, era o nome da fera, dedurado pelo chefe Franz Paul
Stangl. Ao ser preso, ele confessou “ter dado serviço” na plataforma, o local
onde 10 a 12 vagões despejavam crianças e adultos que eram exterminados à base
de gás. Afirmou não ter participado disso, só cumprido ordens de separar quem
tivesse profissões como pedreiro,
pintor, alfaiate, sapateiro, cozinheiro, etc, para serem aproveitados nos
trabalhos do campo.
Gustav
Wagner não gostava de comunistas, acusava os judeus de “explorar Deus” e
contestava as estatísticas sobre o massacre, pelos nazistas, de 6 milhões de
judeus – para ele, pouco mais da metade
disso.
Goleada na justiça brasileira |
O
“Fuhrer”, para Gustav Wagner, era um “homem maganético”, mas não ao ponto de
sua ideologia torna-lo um soldado político. Aos 67 de idade, quando foi preso,
no Brasil, filosofava coisas como “nenhum homem comando o deu destino”, dizia
não carregar em sua consciência nenhum crime e acreditar em Deus, mas sem
praticar nenhuma religião. Preferia ficar preso na Alemanha, porque “foi por
ela que lutei durante a guerra (II Guerra Mundial, de 1939 a 1945).
Membro
da “Schutzstaffel” (SS) Gustav Fanz Wagnr nasceu na austríaca Viena, em 18 de
julho de 1911, e viveu o seu último dia
de vida, em São Paulo, em 3 de outubro de 1980, quando suicidou-se, temendo ser,
um dia, julgado por Alemanha, Áustria ou
Isarael, que pediam a sua extradição.
Wagner ganhou o apelido de “bobo, fera” devido a sua desenfreada sede de sangue. Durante o julgamento dos criminosos de guerra, em Nuremberg, foi condenado a ser expulso desta vida, acusado pelo assassinato (direto ou indireto) de mais de 250 mil judeus. Algumas pesquisas dizem que fugiu para o Brasil com a ajuda do Vaticano, que teria lhe entregue documentos falsos e dinheiro.
Gustav Wagenr (advogado acima) reproduzido da revista "Manchete" |
Wagner ganhou o apelido de “bobo, fera” devido a sua desenfreada sede de sangue. Durante o julgamento dos criminosos de guerra, em Nuremberg, foi condenado a ser expulso desta vida, acusado pelo assassinato (direto ou indireto) de mais de 250 mil judeus. Algumas pesquisas dizem que fugiu para o Brasil com a ajuda do Vaticano, que teria lhe entregue documentos falsos e dinheiro.
No
Brasil, vivia sob o nome falso de Gunther
Mendel, desde 12 de abril de 1950, na época do governo do presidente Eurico
Dutra. Em junho de 1979, o “Supremo Tribunal
Federal negou todos os pedidos para a sua extradição, sob o argumento de que os
crimes pelos quais Gustav Wagner era acusado estavam prescritos pelas leis
brasileira e alemã.
Ainda não havia, no direito brasileiro, a imprescritibilidade dos crimes contra a humanidade, estabelecidas pelas Nações Unida, em 1970.
Ainda não havia, no direito brasileiro, a imprescritibilidade dos crimes contra a humanidade, estabelecidas pelas Nações Unida, em 1970.
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