Quem folhear as revistas
da década-1950, principalmente “O Cruzeiro”, verá lindas brasileiras usando um
maiô que trazia um peixinho dourado pela altura da virilha. A onda
começou em 1954, quando a baiana Martha Rocha foi eleita Miss Brasil, durante concurso
na na boate do Palácio Quitandinha, um hotel-cassino, em
Petrópolis-RJ.
A partir de então, as “peixonas” brasucas” passaram a mostrar a
sua beleza durante o Miss Universo, nos Estados Unidos, concurso criado em
1953, quando o maiô Catalina entrou como patrocinador e a fornecer os seus
modelos, tornando-se a acara da promoção que ocorria na praia de Long Beach,
na ensolarada Califórnia.
O Miss Universo foi inspirado pelo International Pageant of
Pulchritude (Desfile Internacional de Beleza), que rolou, de 1926 a 1935, chamando
de “Miss Universo” à vencedora. Problemas econômicos nos EUA e a II Guerra
Mundial deram uma paradinha na promoção. Em 1950, o Miss America, disputa da
beleza norte-americano, foi à passarela, sob patrocínio dos maiôs Catalinae
vencido por, Yolanda Betbeze.
No Brasil pós-guerra de 1955, a beleza baiana de Martha Rocha fez tanto
sucesso que os Diários e Emissoras Associados entraram na promoção,
transmitindo o desfile de Miss Brasil, que passou a ganhar “status” da
futebolística Copa do Mundo.
Veio a décda-1960 e os maiô Catalina vestiram as Miss Brasil e Universo Ieda Maria Vargas, gaúcha,
em 1963, e Martha Vasconcellos, baiana, e 1968, bem como a Miss Beleza
Internacional (3 lugar do Miss Brasil), Maria da Glória Carvalho, em 1968.
Em 1971, a carioca Lúcia Petterle, então Miss
Guanabara, foi eleita Miss Mundo, disputado pela segunda colocada do Miss
Brasil. A catarinense Vera Fischer, que virou atriz e grande refereência de
beleza loira, foi outra Miss Brasil vestida pela Catalina.
Eleições da mais bela brasileira não era, porém, cria da
“Década Dourada”, como foram chamados os idos-1950. Já acontecera desde 1900, quando
a primeira ‘Miss Brasil’ chamou-se Violeta Lima Castro, a apelidade “Bebê”.
Há pesquisadores, no entanto, dando conta de que, em 1865, nos tempos imperiais já houvera
isso, com coroa na cabeça de uma francesa naturalizada brasileira.
Há histórias,
também, de outras vencedoras na primeira metade do século 20, como a paulista
Zezé Leone, em 1922; a carioca Olga Bergamini de Sá, em 1929; a gaúcha Yolanda
Pereira, em 1930; as cariocas Ieda Telles de Menezes, em 1932, Vânia Pinto
(primeira modelo profissional brasileira), em 1939 e a goiana Jussara Marques em 1949.
Até 1981, o Brasil teve duas Miss Universo, quatro
segundos lugares e várias candidatas entre as 15, 10 e 5 primerias colocadas. Em 2011, quando o Miss
Universo foi disputado por aqui, pela primeira vez, o maiô Catalina ficou no
passado, tendo sido trocado por um biquíni da mesma marca, por exigência dos
novos tempos das transmissões televisivas.
De origem estados-unidense, o maiô Catalina foi fabricado no
Brasil pelo Grupo Águia, sediado em Petrópolis-RJ. É uma história que começa em
1937, com imigrantes alemães introduzindo na cidade o manejo de máquinas para a
fabricação de tecidos. Atualmente, o grupo fabrica na China.
Imagem reproduzida da revista carioca `O Cruzeiro`, com as miss destacando o peixinho em suas virilhas |
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