Don Manuel, o “Venturoso, o rei de todos os portugueses,
tinha uma grande admiração pelo seu súdito Vasco da Gama, que voltara das
Índias com umas conversas que lhe deixavam pra lá de Calicut. O papeamento do
almirante lhe dava mais do que a certeza de que o seu antecessor aplicara,
pra cima dos espanhóis, o maior golpe da história, a assinatura do Tratado de
Tordesilhas.
Um dia, sem ter o que fazer, Don Manuel mandou um emissário
a Sines, buscar Vasco da Gama, que passava a maior parte do seu tempo de aposentado
distraindo-se como remador. Era o seu esporte predileto. As vezes, disputava
algumas provinhas, valendo um vinhozinho, com uns vagabundos citadinos. E os
vencia, sempre. Era bom de braço. Além de ser, também, um bom
bombardeador, que o diga o povo de Bombaim, cujo nome já lhe pedia fogo.
Assim foi que o súdito atendeu ao chamado real, rumou a palácio, no
Lisboa, onde Dom Manuel o esperava, parlamentando, animadamente,
com Pedro Álvares Cabral. Ao vê-lo, o “Venturoso”, venturou-lhe: "Ô Vasco, pôiz,.pôiz! Xi fáiz favôire, conte aqui, pro
Cabral, o que me contaste quanto voltaste das Índias. Aqueles segredos, bem
segredados".
O almirante, repetecou toda a fuxicaria levada
ao seu rei, fato que animou Caqbral, tremendamente. Bom
botucador, Don Manuel botucou a euforia do seu fidalgo e emendou: “Eu te
proponho dar-lhe caravelas, para você vai fazêire um achamento, para Purtgal,
Para não ficáire sem ter o que fazêire em seu destino, enquanto estiveire por
lá, mandarei criar um clube de remo, para se divertire. E aproveitaremos para
homenagear este outro grande remador aqui do nosso lado, colocando nessa
agremiação o nome de Club de Regatas Vasco da Gama.
Muito báim! Cabral encarou o lance e achou o Brasil. De sua
parte, Don Manuel esqueceu-se de mandar criar o clube de remo prometido. O
almirante Vasco da Gama até pensou em vir fazer isso, pessoalmente, e
imediatamente, principalmente, depois que o rei mostrou-lhe uma carta de Pero
Vaz de Caminha, na qual o escrivão da armada que levava a cruz da Ordem de
Cristo, em suas velas, contava que as habitantes do pedaço andavam com as suas
vergonhas de fora. Por aquela época, Vasco da Gama não ganhava mais de
vagabundo nenhum nas regatas, e andava numa seca danada.
O tempo passou, o rei foi enrolando o almirante, alegando
que não tinha mais caravelas em boas condições para ele vir ao Brasil, e o papo
foi deixado de lado. Por mais de três séculos. O tempo, implacável, então,
tragou todos eles. Mas um sucessor de Vasco jurou que faria o seu rei não ficaria na boca dos historiadores
como o maior papo furado da história das regatas. Se picou para as terras
brazis, trazendo leis e regulamentos da liga de remo de Sines. E, em 21 de
agosto de 1898, fundou o Clube de Regatas Vasco da Gama. Finalmente!
Finamente? Sim, finalmente, pois, em
séculos anteriores, outros descendentes do almirante tentaram, também, limpar o nome do
rei, livrá-lo do descumprimento da palavra real. O problema era que eles nunca
tinham tempo para isso. Sempre havia um rolo impedindo a criação do Club de
Regatas Vasco da Gama. Por exemplo, em 1557 (a 1560), eles já estavam com a
documentação toda pronta, para darem entrada na Liga de Remo da Bahia. O Brasil
não fora achado na Bahia? Só que, de repente, pintou novo rolo. Daquela vez, no
Rio de Janeiro, para onde tiveram de embarcar, em defesas dos interesses da coroai.
Mas o que rolou, para impedir a
criação do Club de Regatas Vasco da Gama na Bahia? Motivo: 14 rapazes que se
diziam tementes a Jota Cristo, pintaram pelo “ErreJota”, numa acalorada manhã
de verão, acompanhando o vice-almirante NicolaS Durand de Villegagnon. Ao
brindarem a chegada, entre uma cachacinha e outra, acharam o pedaço muito
parecido com a suíça Genebra. E por causa da sua Geneuvre, estropiaram o
topônimo Guanabara.
Villegagnon aplicou o 171 em Deus |
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Villegagnon, perceberam os
sucessores do almirante Vasco da Gama, na verdade, viera inaugurar, por estas bandas trocais, a linhagem dos "cara do carvalho". Era o número 1. Mordera uma grana do seu rei, prometendo-o
fundar, no mundo novo, um estabelecimento propagador da fé calvinista, mas o
que vier mesmo fazer apor aqui fora aplicar um
tremendo 171 em Deus. No máximo,
homenageou o mundano rei da França, criando, onde hoje fica a Santa Casa
de Misericórdia, no RJ, a cidade de Henriville. Ainda bem que não pegou. Já pensou se
pegasse? O carioca seria o quê? Henrivillista! Caracas!
Pois bem, meu rei, o que pegou mesmo foi um fuxico dos sucessores do almirante Vasco da Gama. Espalharam, por toda a colônia, que a epidemia dizimadora de 800 índios no “ErraJota” fora trazido por Villegagnon, em seu navio. Fuxico daqui, fuxico dali, o governador Mem de Sá se arretou com a situação, principalmente porque a todo o instante chegava um alcoviteiro para atrapalhar os seus trabalhos.. E aproveitou uma viagem de Villegagnon à França, para expulsar a patota dele do Rio de Janeiro.
Foi por aquelas priscas eras que chegou à Bahia a armada do capitão-mor Bartolomeu de Vasconcelos e Cunha. Sabedor da chegança, Mem de Sá pediu ajuda à Capitania de São Vicente. E o pau quebrou (em 1560, não perca o relógio do tempo). O time dele arriou vitória parcial, 1 x 0, no primeiro turno, digamos, sobre a francesada. Pensando que estava na ponta da tabela, Mem de Sá deparou-se com uma outra fuxicaria. Uma cara antropofágico que não conseguia comer nenhuma índia tamoia achou de emprenhar os seus ouvidos, a fim de vê-lo expulsar aquela racinha da ilha do Paranapucu. Muito mais pra se ver livre da fuxiqueira daquele elemento, do que por índole guerreira, Mem de Sá foi na onda. Expulsou a rapaziada e, de quebra, foi homenageado com o seu nome naquela parte de terra cercada de água por todos os lados - menos o de cima, é claro. A não ser quando chove. E a ilha de Paranapuco virou Ilha do Governador. .
Jogo encerrado? Que nada! Digamos que estava no intervalo. Os franceses, que viviam, então, pelas bandas de Cabo Frio, não entregaram os pontos, facilmente. Pra resolver de vez a situação, Mem de Sá os desafiou para um jogo contra a seleção dos Morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, na praia de Uruçumirim, e reforçou a sua rapaziada com o concurso dos sucessores do almirante Vasco da Gama.
Rolou a bola e os franceses, de tão filhos que eram daquela "senhora-sem-argola-no-dedo", cometeram uma falta tão brutal sobre Estácio de Sá, sobrinho do governador, que terminaram por mandá-lo desta para uma outra melhor. Em cima do lance, o juiz, que era um dos sucessores do almirante, o pior de bola deles todos, sacou o seu cartão vermelho e expulsou todos os franceses do Raio de Janeiro. Aquela não era a sua praia, definitivamente.
Pois bem, meu rei, o que pegou mesmo foi um fuxico dos sucessores do almirante Vasco da Gama. Espalharam, por toda a colônia, que a epidemia dizimadora de 800 índios no “ErraJota” fora trazido por Villegagnon, em seu navio. Fuxico daqui, fuxico dali, o governador Mem de Sá se arretou com a situação, principalmente porque a todo o instante chegava um alcoviteiro para atrapalhar os seus trabalhos.. E aproveitou uma viagem de Villegagnon à França, para expulsar a patota dele do Rio de Janeiro.
Foi por aquelas priscas eras que chegou à Bahia a armada do capitão-mor Bartolomeu de Vasconcelos e Cunha. Sabedor da chegança, Mem de Sá pediu ajuda à Capitania de São Vicente. E o pau quebrou (em 1560, não perca o relógio do tempo). O time dele arriou vitória parcial, 1 x 0, no primeiro turno, digamos, sobre a francesada. Pensando que estava na ponta da tabela, Mem de Sá deparou-se com uma outra fuxicaria. Uma cara antropofágico que não conseguia comer nenhuma índia tamoia achou de emprenhar os seus ouvidos, a fim de vê-lo expulsar aquela racinha da ilha do Paranapucu. Muito mais pra se ver livre da fuxiqueira daquele elemento, do que por índole guerreira, Mem de Sá foi na onda. Expulsou a rapaziada e, de quebra, foi homenageado com o seu nome naquela parte de terra cercada de água por todos os lados - menos o de cima, é claro. A não ser quando chove. E a ilha de Paranapuco virou Ilha do Governador. .
Jogo encerrado? Que nada! Digamos que estava no intervalo. Os franceses, que viviam, então, pelas bandas de Cabo Frio, não entregaram os pontos, facilmente. Pra resolver de vez a situação, Mem de Sá os desafiou para um jogo contra a seleção dos Morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, na praia de Uruçumirim, e reforçou a sua rapaziada com o concurso dos sucessores do almirante Vasco da Gama.
Rolou a bola e os franceses, de tão filhos que eram daquela "senhora-sem-argola-no-dedo", cometeram uma falta tão brutal sobre Estácio de Sá, sobrinho do governador, que terminaram por mandá-lo desta para uma outra melhor. Em cima do lance, o juiz, que era um dos sucessores do almirante, o pior de bola deles todos, sacou o seu cartão vermelho e expulsou todos os franceses do Raio de Janeiro. Aquela não era a sua praia, definitivamente.
Sem número suficiente para continuar na
guerra, o sucessor do almirante no apito terminou expulsando, definitivamente,
a França Antártica do Rio de Janeiro. E deu a vitória aos cariocas, por W x O,
sem direito a recorrência no tapetão.
Agradecido á sua senhoria, o juiz, Mem de Sá trocou o nome do reduto, de Uuruçumirim por praia do Flamengo, e ofereceu a área para eles fundaram o Clube de Regatas Vasco da Gama.. Aí o bicho pegou. Os sucessores do almirante recusaram.
Agradecido á sua senhoria, o juiz, Mem de Sá trocou o nome do reduto, de Uuruçumirim por praia do Flamengo, e ofereceu a área para eles fundaram o Clube de Regatas Vasco da Gama.. Aí o bicho pegou. Os sucessores do almirante recusaram.
- Ô governador Mem de Sá! Tu ficaiste louco? Pôiz, pôiz, ó
homen! Onde tu já se viste fundar o
Vasco da Gama dentro do Flamengo?
Eles
acabaram com a França Antártica, mas não chegaram a um acordo. Os sucessores do
almirante, então, ante o grande serviço prestado à coroa portuguesa,
escreveram ao rei de Portugal, que marcou uma a nova rodada de discussões com o
sucessor de Mem de Sá. Enquanto isso, para comemorar o fim da França Antártica,
a rapaziada foi beber um cerveja com Camarão, isto é, com Felipe Camarão, junto
com outros amigos índios tamoios, na Ilha do Governador. E entre um copo
e outro, o tema foi ficando esquecido, esquecido, até ser esquecido
completamente. Só voltou a ser lembrado três séculos depois, quando não havia
nem mais reis e, finamente, foi fundado o Club de Regatas Vasco da Gama, que
escapou de ser baiano, graças aos franceses. (gravuras reproduzidas dos blogs vascofutmesa, maragatoassessoramento e wikipedia). Agradecimentos. ESTE TEXTO É UMA BRINCADERIA PARA COMEMORAR AS 115 TEMPORADAS DE
GLÓRIAS DO CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA.
HOJE É ANIVERSÁRIO DO CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA. SÃO 115 TEMPORADAS DE UMA BELA HISTÓRIA. TEMPO DE COMEMORAR.
IMAGENS REPRODUZIDAS DO SITE OFICIAL DO CLUBE - WWW.CRVASCODAGAMA.COM.BR
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