Se dependesse de uma ajudinha
do Céu para ser titular no time do Vasco, a pedida seria dupla. O lateral-direito
católico apostólico romano Joel armava os seus lance com Cosme e Damião, sem
chances de bola fora. Pra ouvir a galera gritando pelo seu nome, mantinha um
altar dentro de sua casa, em louvor aos santos gêmeos.
Contatos imediatos com o além à
parte, Joel era um cara tranquilão. Fora dos gamados, o seu jogo era só
descansar, ouvindo música. No máximo, curtia um cineminha, juntamente com a
esposa, Maria Vela Pinheiro, quando estava de folga, boa ocasião para se
deliciar com um angu à baiana, o seu cardápio predileto.
Filho de Antônio Felício Pinheiro
com Sebastiana Rosa Pinheiro, o lateral vascaíno nasceu em 27 de outubro de
1939, na mineira Muriaé. Foi batizado e registrado como Joel Felício Pinheiro.
Seus pés pediam chuteiras de número 42 e a sua altura ficou por 1m82cm. Na
balança, os preparadores físicos do Vasco não lhe deixavam passar dos 83/84
quilos.
O primeiro clube de Joel foi o Rio
D´Ouro, de Colégio, na então Guanabara. Mas foi com o Vasco que assinou o seu
primeiro contrato como atleta, em 1957, ainda juvenil, tempo em que era
muito comum os cartolas prenderem jogadores com os chamados contatos de
gaveta. Pelo seu, Joel ganhava Cr$1.500,00 mensais.
Dono de cabelos pretos e
de olhos castanhos escuros, ele conseguia algo raro para jogadores de defesa:
não tinha cicatrizes em suas canelas.
O primeiro título de Joel com a
camisa cruzmaltina foi o do Torneio Pentagonal do México-1963, quando o time-base
teve: Ita; Joel, Brito, Barbosinha e Coronel (Dario); Maranhão (Écio) e Lorico;
Sabará, Viladônega, (Célio), Saulzinho e Ronaldo (Fagundes). Jorge Vieira era o
treinador e os resultados vascaínos foram: 10.01.1963 – 1 x 0 América da Cidade do México; 17.01 – 5
x 0 El Oro; 20.01 – 1 x 1 Guadalajara; 31.01 – 1 x 1 Dukla-TCH.
Pouco depois, Joel ajudou o Vasco a colecionar
mais uma taça, a do Torneio de Santiago do Chile, no qual o Almirante terminou
igualado ao time da Universidad de Chile, sem haver tempo para um jogo
desempate, devido a uma excursão inadiável dos anfitriões. O time-base da
disputa teve: Humberto Torgado; Joel, Brito, Russo (Barbosinha) e Dario; Maranhão
(Écio) e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho (Vevé) e Ronaldo. O treinador
seguia sendo Jorge Vieira e os placares foram: 31.03.1963 – 2 x 2 Universidad
Católica-CHI; 09.04 - 3 x 2 Peñarol-URU;
11.04 – 3 x 1 Colo Colo-CHI; 2 x 2 Universidad de Chile.
Marcelo Cunha, Joel, Brito, Odmar, Barbosinha e Fontana (em pé), Mílton, Mário, Célio, Lorico e Ede (agachados) |
Em 1965, Joel estava no time campeão do I Torneio
Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro. Treinado por Zezé Moreira, o grupo tinha:
Ita: Joel (Paulinho de Almeida), Brito, Fontana (Pereira) e Barbosinha;
Maranhão e Lorico; Mário ‘Tilico”, Saulzinho, Célio e Zezinho. A taça foi
carregada com duas vitórias da rapaziada: 17.01 - 3 x 2 Seleção da Alemanha Oriental; 21.01 – 4
x 1 Flamengo. Na mesma temporada, Joel ajudou o Vasco a conquistar,
também, a I Taça Guanabara, presente nesta formação-base do técnico Zezé
Moreira: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho,
Célio, Mário e Zezinho. Nesta disputa,
os resultados foram: 14.07.1965 – 5 x 0
Fluminense; 22.07 – 1 x 1 Flamengo; 28.07 – 1 x 0 América; 07.08 – 3 x 1 Bangu;
11.08 – 0 x 3 Botafogo; 21.08 – 2 x 0 Fluminense; 25.08 – 1 x 0 Flamengo; 05.09
– 2 x 0 Botafogo.
Em 1966, ainda tendo Zezé Moreira por
treinador, Joel conquistou mais um título com a “Turma da Colina”, o do Torneio
Rio-São Paulo. Mas em uma disputa que teve três outros campeões – Santos,
Botafogo e Corinthians, empatados –, pois não houve tempo para a decisão,
devido ao início dos treinamentos da Seleção Brasileira rumo à Copa do Mundo da
Inglaterra. (fotos reproduzidas da Revista do Esporte).
Gostaria de propor que se fizesse tambem, o perfil de treinadores ( tecnicos) de futebol, afinal eles tambem são responsaveis por vitorias, e tem muitas historias. um forte abraço e obrigado por tudo.
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