Lembra-se do poster
do time vascaíno “SuperSuperCampeão” carioca de 1958? Daquela cruz na faixa? É
da Ordem de Cristo, uma das três condecorações que chegaram ao Brasil – as de
Santiago e de São Bento de Avis foram as outras duas –, provenientes das ordens
de cavalaria surgidas na Palestina e na península ibérica, entre os séculos 11
e 12. O Vasco, então, usou o símbolo da mais antiga condecoração brasileira,
vigorante por todo o nosso período monárquico e abolida pela república.
A Ordem de Cristo foi
uma tentativa do rei português Don Dinis, de reviver em suas conquistas
marítimas, as glórias templárias nas lutas contra os mouros da época das
cruzadas. Para isso, o Papa João 22 assinou, em Avinhão, uma bula
autorizatória, em 14 de março de 1319. oincidentemente, o 14 é uma data de
grandes vitórias do Club de Regatas Vasco da Gama, como veremos ao final deste
texto.
Pois bem! Na faixa diagonal da camisa vascaína você vê
uma cruz vermelha, aberta em
branco. Confere ? Esta mesma cruz cunhou as o anverso das
moedas e as armas do Brasil imperial. Na medalha condecorativa, em Portugal, a
fita era vermelha, como fora a Ordem dos Templários, enquanto, por aqui,
adicionou-se um bordo azul.
Reformada, em Portugal, por Don Pedro, em 1356,
a Ordem Militar de Cristo foi confirmada no Brasil em
1627, secularizada pelo decreto Nº 321, de 9 de setembro de 1843. Nos 9 de
setembro, saiba, também, o que o Vasco fez. Lá no final, combinado? Depois,
vieram aos decretos regulativos – 4.144, de 5 abril de 1868, e 4.203, de 13 de
junho do mesmo ano.
Até Portugal e Ordem de Cristo se juntarem, no século 14,
muitas aventuras rolaram. Por exemplo, em 1682, na França, os intrépidos Duque
de Grammont, o marquês de Rizan, o conde de Vallarda e o cavaleiro Tilladet se
uniram a outros fidalgos, entre eles o duque de Vermandois, para restaurarem a
Ordem dos Templários, com Cristo na jogada. No entanto, quando o rei Luis 14
soube do que acontecia em seu terreiro, mandou aplicar uma surra em Vermandois
e baniu de sua corte todos os demais ousados da pretensa Ordem de Cristo dos
Templários. Mas não adiantou.
Em 1715, o regente da França, o duque de Orleans (Luís 15
era de menor) entrou no jogo da revivência templária. Fazendo de contas ter uma
Ordem de Cristo na França, enviou dois representantes a Lisboa, para negociar
uma tabelinha com a ordem revivida por Don Dinis. Só que Portugal agora era
reinado por Don João quinto, que não topou a parada e mandou sumirem com os
emissários do duque, um dos quais escapou.
A Ordem de Cristo da França teve de arrumar um nome
esquisito, para manter-se como sociedade secreta, até 1789. Mas a revolução
francesa já estava lá na esquina esperando pão ela. Exatamente
Nenhum comentário:
Postar um comentário