(*) – Carlos Fehlberg
Pelo
menos, o Flamengo não levou a Taça Guanabara, que ficou com o Botafogo. Mas a classificação
final do primeiro turno nos coloca contra os rubro-negros, abrindo as semifinais. Bom ou não?
De qualquer maneira, para ganhar o título não podemos escolher adversário.
Menos mal que chegamos às finais já recuperados dos 4 x 5 ante o Friburguense, mesmo que a vitória de ontem
só tenha valido pelo segundo tempo.
O Vasco viveu os 45 minutos iniciais
contra o Volta Redonda muito mal, deixando todos preocupados. Recuperou-se no
segundo e ganhou bem, mas deixou dúvidas. O ritmo da equipe não é uniforme,
valem atuações individuais, mas é possível que o trauma do domingo passado esteja superado,
pois agora será para valer. Ainda existe a necessidade de ajustes, e jogar
um clássico é bem diferente, pela natural motivação.
O zagueirão artilheiro Luan (C) já deixou quatro no filó nesta temroadas |
Esta é a
expectativa diante do desajuste que marcou o primeiro tempo. Contra o Flamengo,
a motivação será maior, sobretudo depois do clássico do temporal.... Claro que
o "Urubu" também virá decidido a uma recuperação do 0 x0 com o Nova Iguaçu, também ontem. E isso aumenta o
comprometimento. Para o Vasco, o envolvimento é maior, na medida em que
representa uma revanche e a disputa do título, mas é bom lembrar que o
adversário entrará em campo buscando uma reabilitação.
O Vasco venceu o Volta Redonda jogando dois tempos distintos: o primeiro lembrou
suas piores atuações deste ano, e esta irregularidade é o grande desafio
do treinador. Verdade que um clássico motiva mais, ainda que esteja chegando o
momento de definições, envolvendo o comportamento da equipe. O time deve ser
competitivo, seja o adversário grande ou pequeno. O primeiro tempo desta
quarta foi péssimo, mas serviu para alertar mais uma vez. No segundo a voz do
vestiário, além de algumas modificações, ajudaram, mas o time está devendo um
padrão de jogo e uma atenção maior. Apenas a combatividade não basta, apesar de
sua importância inegável.
John Clay está tentando joga um futebol nota 10 |
Tempos distintos - O que
chama atenção no Vasco são as atuações distintas no jogo: um primeiro tempo mal
e um segundo ótimo ou vice-versa. Falta uniformidade, atenção e um esquema bem definido,
ainda que ele possa ser alterado conforme as circunstâncias. Outra coisa é que as alterações não sejam
adotadas em função de falhas, mas em função de razões estratégicas. O elenco é
satisfatório, mas já é tempo de conhecê-lo bem e realizar alterações
quando forem efetivamente necessárias. Afinal já faz tempo quer as experiências
estão sendo feitas. Nesta quarta tudo ficou flagrante. E a equipe foi
melhorando com as mudanças, prova de que ela não está definida. E isso
prejudica o entrosamento.
Flamengo - A boa
notícia é que o Flamengo, ao contrário
do que se dizia, não ganhou a primeira taça do ano. E a pior é que eles
tentarão a reabilitação justamente contra o Vasco, na semifinal. Mas a
direção cruzmaltina deve saber disso e, sem poças d'água nem temporal,
poderemos ter melhor sorte...Claro que num clássico a motivação será maior, e
está chegando a hora de uma boa resposta. Não há suspensões e Doriva já
deve ter uma escalação definida, com base na experiência dos jogos realizados. Outra
preocupação natural envolve a arbitragem. Quem não se lembra do ano passado? Por
isso é bom começar a pensar sério no assunto. O retrospecto da arbitragem
nesses clássicos tem mostrado uma curiosa soma de erros, e sempre a favor do
Flamengo. Certamente essa preocupação está na pauta dos interesses da direção
do Vasco. Afinal, ao contrário de 2014, o presidente, agora, é Eurico Miranda.
Depois do Volta Redonda, agora vem o Flamengo nas semifinais |
Experiências? Claro que
o futuro do Vasco não depende somente deste jogo, mas será uma boa oportunidade para
mostrar avanços. Faz dois meses que as experiências se sucedem. Pode estar
chegando a hora de mostrar resultados de tudo isso. Mas, como diz Eurico, o
jogo contra o Flamengo é um campeonato à parte. Voltando ao jogo: o Vasco foi
melhor no segundo tempo, e, a cada novo gol, melhorava seu domínio em campo. Um aspecto bom foi a melhor articulação. A
defesa esteve bom postada, mas houve entrosamento melhor entre o meio-campo e
os atacantes, a tal ponto que as jogadas e os gols foram surgindo em
função desse entrosamento. Verdade é que o primeiro tempo foi mais difícil, mas
a melhor categoria imperou. O meio-campo esteve mais atento e atuou também, e
muito, ofensivamente. A boa atuação foi um sinal de que as adversidades dos
dois últimos jogos foi superada, e, assim, estamos começando uma nova fase melhor.
E na hora certa.
(*) –
Carlos Fehlberg é jornalista. Foi, durante anos, diretor de Zero Hora e do
Diário Catarinense. Torce pelo Vasco desde os tempos do Expresso da Vitória, em
meados dos anos 40.
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