Vasco

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sábado, 11 de agosto de 2018

O VENENO DO ESCORPIÃO - O TRAÇO DO ESQUECIDO EDMUNDO RODRIGUES

Reproduzido de www.almanaqueafb.blogspot
 O mercado das histórias em quadrinhos no Brasil rolava de há muito. Mas a “Revista do Rádio”, uma das principais publicações do país na décadas-1960, ainda não ligava para aquilo. Então, decidiu lançar uma revistinha infantil, os chamados gibis, com roteiros e desenhos por Edmundo Rodrigues, que fizera "Jerônimo, o Herói do Sertão", a partir de 1955 - personagem radiofônico que, futuramente, chegaria às novelas da TV.
Além daquele herói, Edmundo ilustrou um outro, “O Falcão Negro”, para a TV,  desenhou histórias de terror para a revista “Calafrio” e teve em “Irina, a Bruxa”, pela editora Taika”, o seu personagem feminino mais importante, lançado em 1967 e republicado, a cores, pela Bloch, na década-1980.     
Nascido em 10 de janeiro de 1935, no Pará, Edmundo foi para
o então Rio de Janeiro capital do país quando tinha cinco de idade. Fez vários estudos, inclusive no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, e o badalado curso de “comics” da Escola Continental de Hollywood, nos Estados Unidos. Em 1967, mudou-se para São Paulo e trabalhou para  várias editoras da terra. Depois voltou à Cidade Maravilhosa, onde viveu até 10 de setembro de 2012.
 Quando a “Revista do Rádio” o convocou, Edmundo bolou os terríveis “Chico e Chica”, irmãozinhos bagunceiros e personagens de apoio, como Thiaguinho, menininho que queria ser muito esperto, mas terminava sempre se enrolando pelo final das historinhas. Saíam em revistinhas de 32 páginas, quase sempre, em papel jornal preto e branco, mas com capa colorida.
Pela época, havia muitos personagens tirados de crianças, casos de Brotoeja, Bolinha, Luluzinha, Pimentinha, Tininha e Riquinho, entre outros. De sua parte, Maurício de Sousa, que viria a ser o grande nome brasileiro dos quadrinhos, apresentava as suas primeiras tirinha em jornais, com os danadinhos Bidu e Franjinha.
Edmundo trabalhou, mais tarde – final da década-1970 - para a “Bloch Editores”, como editor de arte dos gibis “Marvel”, do grupo do empresário Adolpho Bloch. Já a “Revista do Rádio” foi publicação semanal carioca, entre 1949 e 1969, quando passou a chamar-se “Revista do Rádio e TV”. Pertenceu ao jornalista/escritor Anselmo Domingos, que publicava, também, as Revista do Esporte; Revista de Porugal; Vamos Rir e Vamos Cantar.
     As revistas desenhadas por Edmundo Rodrigues, atualmente, não são fáceis de encontrar. É preciso vasculhar sites de busca e ter muita paciência. Ele está esquecido, mas bem que mereceria um livro, ou uma reportagem revival em alguma revista de grande circulação nacional. Grande Ed! Por favor, vocês que curtiram muito os quadrinhos do passado, não se esqueçam de lembra-lo.   

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