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O mercado das histórias em quadrinhos no
Brasil rolava de há muito. Mas a “Revista
do Rádio”, uma das principais
publicações do país na décadas-1960, ainda não ligava para aquilo. Então,
decidiu lançar uma revistinha infantil, os chamados gibis, com roteiros e
desenhos por Edmundo Rodrigues,
que fizera "Jerônimo,
o Herói do Sertão", a partir de 1955 - personagem radiofônico que,
futuramente, chegaria às novelas da TV.
Além daquele herói,
Edmundo ilustrou um outro, “O Falcão Negro”, para a TV, desenhou histórias de terror para a revista “Calafrio” e teve em “Irina,
a Bruxa”, pela editora Taika”, o seu personagem feminino mais importante,
lançado em 1967 e republicado, a cores, pela Bloch, na década-1980.
Nascido em 10 de
janeiro de 1935, no Pará, Edmundo foi para
o então Rio de Janeiro capital do
país quando tinha cinco de idade. Fez vários estudos, inclusive no Liceu de
Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, e o badalado curso de
“comics” da Escola Continental de Hollywood, nos Estados Unidos. Em 1967, mudou-se para São Paulo e
trabalhou para várias editoras da terra.
Depois voltou à Cidade Maravilhosa, onde viveu até 10 de setembro de 2012.
Quando a “Revista
do Rádio” o convocou,
Edmundo bolou os terríveis “Chico e Chica”, irmãozinhos bagunceiros e personagens de apoio,
como Thiaguinho, menininho que
queria ser muito esperto, mas terminava sempre se enrolando pelo final das historinhas.
Saíam em revistinhas de 32 páginas, quase sempre, em papel jornal preto e
branco, mas com capa colorida.
Pela época, havia
muitos personagens tirados de crianças, casos de Brotoeja, Bolinha, Luluzinha, Pimentinha, Tininha e
Riquinho, entre outros. De sua parte, Maurício de Sousa, que viria a ser o
grande nome brasileiro dos quadrinhos, apresentava as suas primeiras tirinha
em jornais, com os danadinhos Bidu
e Franjinha.
Edmundo trabalhou,
mais tarde – final da década-1970 - para a “Bloch Editores”, como editor de arte dos gibis
“Marvel”, do grupo do empresário Adolpho Bloch. Já a “Revista do Rádio” foi publicação
semanal carioca, entre 1949 e 1969, quando passou a chamar-se “Revista do Rádio e TV”.
Pertenceu ao jornalista/escritor Anselmo
Domingos, que publicava, também, as Revista do Esporte; Revista de Porugal;
Vamos Rir e Vamos Cantar.
As
revistas desenhadas por Edmundo Rodrigues, atualmente, não são fáceis de encontrar.
É preciso vasculhar sites de busca e ter muita paciência. Ele está esquecido,
mas bem que mereceria um livro, ou uma reportagem revival em alguma revista de
grande circulação nacional. Grande Ed! Por favor, vocês que curtiram muito os quadrinhos do passado, não se esqueçam de lembra-lo.
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