Capa do primeiro CD vendido nos Estados Unidos |
Por ali, pedi a um colega que trabalhava em Washington pra comprar e me enviar um LP (long play que tocava por até 30 minutos) de “Gene Vincent And His Blue Caps”, que não achava-se no DF.
Ao receber e abrir o pacote, não entendi nada.
Chegara um disquinho prateado, de 12 centímetros de comprimento e largura,
quando esperava por um vinil de 30cm x 30cm. Levei a "coisa" às redações do
Jornal de Brasilia e da Rádio Nacional de Brasilia, onde eu também trabalhava,
e ninguém, igualmente a mim, sabia do que se tratava.
Telefonei, então, ao colega, indagando sobre o que era aquilo. Ele informou-me tratar-se do “Cidi”, contou-me sobre as suas particularidades e que já era dificílimo encontrar discos de vinil nos Estados Unidos.
Telefonei, então, ao colega, indagando sobre o que era aquilo. Ele informou-me tratar-se do “Cidi”, contou-me sobre as suas particularidades e que já era dificílimo encontrar discos de vinil nos Estados Unidos.
O primeiro “Cidi” comprado pelos
norte-americanos foi (01.10.1982) o “52nd Street”, do compositor e cantor Billy
Joel, saído de parceria Pillips/Sony. Se chegava com melhor qualidade de som e
até 80 minutos de áudio, quem mais iria comprar LP?
Rola o tempo e 1.460 dias voaram. Era 1986 e a turma que cobria o
Ministérios Relações Exteriores, entre os quais eu, discutia qual presente
comprar para um colega que aniversariava. De repente, alguém falou que aparecera “um produto musical novo, chamado cedê”. E o sugeriu.
O primeiro CD brasileiro
chamou-se “Garota de Ipanema” , foi gavado por Nara Leão, com Roberto Menescal, e lançado em 9 de abril de 1986.
Capa do primeiro CD brasileiro |
Vejam só: recentemente, fui onde eu sempre comprava CDs e espantei-me por só ter visto vinilões por lá. Brega, agora, era quem comprava discos a laser.
Já que estava no recinto, aproveitei a visita e comprei três LPs de um
cantor amigo meu lá da Bahia, o "gatão" José Roberto, (como as meninas o chamavam), e de um do conjunto (como se falava), Raulzito e os Panteras. Ao coloca-los em minha dinossáurica “radiola” que toca CD, vinil e fita cassete,
a namorada do meu filho, de 27 de idade, disse saber do que era, mas nunca
ouvido aquele “coisa”.
O vinil surgiu em 1948 e, durante o seu reinado,
registrou rock´n´roll, Beatles, samba, bossa nova, psicodelismo, contracultura,
tudo o que rolou, até ser abandonado, pela ingrata década-1980. Num piscar de olhos!
O pai do disco de vinil foi o norte-americano
Peter Goldmark. Naquele mesmo 1948, Frank Sinatra lançou um, pelo selo
Columbia. Em 1952, surgiram os 45 rotações. Em 1976, o DJ Tom Moulton inventou o de 12 polegadas. Em 1988, o
vinil sobrevivia, graças ao surgimento da “acid house”, na Inglaterra.
Veio a pancada fatal de 1992, mas, cinco temporadas passadas, os bolachões
voltaram a atacar. Em 1998, fez bodas de ouro, resistindo ao tempo. Hoje, é um respeitado senhor “70tão”, graças a colecionadores e "dijêis", principalmente.
Tenho um neto que fará seis de idade, neste
mês. Há poucos dias, quando eu ouvia aquele “LPzão” antigo do meu amigo Zé Roberto, ele indagou-me: “Vovô! Porque o seu disco faz tanto barulho?”
Cá
entre nós: lembra-se dos tempos em que a gente dançava com as nossas namoradas sob o
som dos estalinhos dos discos arranhados? Muitos de vocês casaram-se com elas, não
foi? Da parte que me toca, nos tempos do vinil, tive uma história, de 25 temporadas com uma (na maioria das vezes, dançando ao som de Renato e Seus Blue Caps), mas casei-me com outra, da era do CD.
Que mau caráter, hem! Isso não acontecia nos
tempos do Long Play
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