Vasco

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sábado, 18 de agosto de 2018

O VENENO DO ESCORIÃO - BÍROUZ BRASUCAS DESBIZORARAM BIZOURO

Eles participaram do primeiro filme
brasileiro colorido

 O embalo do yé-yé-yé brasileiro sacudiu os fãs da música jovem da décadas-1960 com uma brasa que pretendia clonar os ingleses The Beatles, que eram quatro - John, Paul, George e Ringo. 
Os braseiros brasucas acrescentaram mais um cara ao grupo e tiraram duas letras (ea) da grafia original, por acharem que o magrinho “i”, além de manter o som da palavra, a deixaria mais  “brasileirusca”. E tome-lhe The Brazilien Bitles – Luís Troth, Victor Trucco, Fabio Bloch, Jorge Eduardo e Ely Barra.
 Integrantes da galera que torcia pelo tri do escrete nacional que iria à Copa do Mundo da Inglaterra-1966, com jogos marcados para Liverpool, a terra dos inspiradores, eles planejaram fazer o pontapé inicial da estréia canarinha, no ...de junho, no Goodson Park – Brasil 2 x 0 Bulgária foi o placar. Mas, na  Na verdade, o que The Brazilian Bitles pretendia mais era aproveitar o evento oficial da FIFA-Federação Internacional de Futebol Associado e arrumar um encontro amistoso com The Beatles, jogo nada competitivo, mera confraternização de cabeludos.
BBC era Brazilian Bitles Club na TV Excelsior... 
 Empresariados pelo careca Glauco Pereira, os “beatles brasileiros” fizeram adolescentes  e adultos sacudirem o esqueleto, com músicas próprias e versões, desfiladas por shows pelo país a fora, programas de TV, som radiofônico e até fazendo cinema, casos dos “007 e Meio no  Carnaval” e filmes “Rio Verão e Amor”, o primeiro colorido nacional.
 Todos na casa dos “20 years old”, eles recebiam a média de 300 caras semanais, algumas de meninas apressadinhas que já os queria de argola num dedo, o que ainda não era plano  de nenhum deles, que nem só de embalos e de amor delas se deparavam. Por exemplo, os seus cabelos longos incomodavam diretores de escolas. Jorge Eduardo precisou trocar de colégio para continuar os estudos.
 Quanto a outra escola, a dos Beatles ingleses, o líder da banda brasuca, Luis Toth, garantia que, mesmo com a sua turma conseguindo chegar a diretrizes próprias, seguia concentrando admiração pelos inspiradores. De suya parte, Victor ressaltava à revista “O Cruzeiro” terem eles, “acima de tudo, a preocupação de estudar a arte dos "Fab Four”.      
... onde a rapaziada mandava aquela brasa, mora?
 O mais polivalente do grupo era Fábio Block, que chegou a tocar 10 instrumentos. Já Ely tornou-se o “quinto brazilian beatle”, por ter Glauco achado que nem só de guitarras e bateria deveria viver a banda. Era preciso, também,  um piano e alguém dividindo os vocais com Jorge.  E ele foi o cara.                 
 Inicialmente, The Brazilian Bitles, surgido, em 1965  - germinado por The Dangers que tinha Vitor guitarrista e Jorge Eduardo cantor/guitarrista -, teve em sua primeira formação Vitor na guitarra solo (depois, baixo), Luiz Toth (bateria), Fábio Block no baixo (depois guitarra), Jorge Eduardo vocalista e guitarrista-base, e Ely Barra, isto é, Eliseu da Silva Barra, cantando e tocando teclados A estreia foi na boate "La Candelabre", mandando ver BeatlesRolling Stones, Chuck Berry, Little Richard e The Who, entre outros.
Jorge Eduardo, Victor Trucco, Luís Toth, Fábio Block e Ely Barra
Os rapazes, no entanto, não ficaram só por ali.  Visitaram, também, a música popular brasileira, inclusive a regional gaúcha “Pára Pedro” e a caipira “O Barqueiro”. 
Gravaram, pelo selo Polidor, três LP, entre 1967 e 1968, com destaque para “Cabelos longos, ideias curtas”, versão de um hit do francês Johnny Hallyday; “Gata” (Wild Thing, sucesso de The Troggs); “Deixe em paz meu coração"; "É Onda” e “Não tem jeito”, versão de Rossini Pinto para "Satisfaction", dos Rolling Stones.
Na TV, os rapazes apresentaram um programa "Brazilian Bitles Club", sugerindo a sigla BBC-British Broadcasting Corporation, da emissora radiofônica londrina que ajudou muito na projeção dos Beatles. De quebra, até tocaram em uma missa ao som do yé-yé-yé que, no Brasil virou iê-iê-iê - no “sixty RJ jovem”, rolava de tudo ao pé do altar. Inclusive, casamento de muita fé com os embalos da moçada.   
FOTOS REPRODUZIDAS DE "O CRUZEIRO" DE  26 DE MAIO DE 1966 

  









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