ANIVERSARIANTE - ADEMIR MENEZES

 A data 8 de novembro registra o envio,  por uma cegonha de outro planeta, do maior e mais badalado atacante do futebol brasileiro na era pré-Pelé: Ademir Marques de Menezes desembarcou, em Recife, em 1922. Revelado pelo time infanto-juvenil Sport Clube Recife, em 1938, três anos depois, o treinador Ricardo Diaz o promoveu ao grupo principal e, de cara, foi campeão pernambucano.  

O começo da glória seria a partir de março de 1942, quando o “Leão da  Ilha” deixou o Nordeste para uma excursão, e os gols do garoto e as suas arrancadas em direção à área enloqueceram os clubes cariocas. São Januário foi o destino do craque, campeão carioca (invicto), em 1945. Por desentendimentos financeiros, Ademir passou dois anos no Fluminense, voltando à Colina em 1948, para voltar a ganhar as taças da temporadas de 1949/50/52.

O estilo rompedor do ‘Queixada’, seu apelido, por ter um queixo avantajado, levou o treinador cruzmaltino Flávio Costa a criar uma posição para ele, a do ponta-de-lança. Era um desperdício tê-lo recuado. O jeito foi mandá-lo para a meia-direita, partindo, em diagonal, com os seus rushes em direção ao gol, o que não cabia dentro do velho esquema tático inglês WM, surgido em 1925.      

 OFICIALMENE - Ademir estreou como vascaíno em um Torneio Início, espécie de festival de futebol antecedendo ao Campeonatos Carioca. Assim, a estreia oficial no time cruzmaltino rolou diante do América, em 22 de março de 1942, no campo do Botafogo, à Rua General Severiano. No dia, estava em disputa o “Troféu da Paz”, e o Vasco o conquistou, com 2 x 1 não placar. Foi quando os duelos entre os dois times passaram a ser chamados de “Clássico da Paz”'.a, por que selava a paz entre duas entidades que disputavam o poder no futebol da terra. 

Os títulos da carreira de Ademir com a camisas cruzmaltina foram: 1942 - do Torneio Início; 1944 - do Torneio Municipal;  1945- campeão carioca invicto; 1948 - campeão do Torneio Início e do Sul-Americano de Clubes Campeões; 1949 -campeão carioca invicto e artilheiro do campeonato; 1950 - bicampeão carioca e artilheiro do campeonato; 1952 - campeão carioca pelo Vasco da Gama; 1953 - campeão do Torneio Rivadávia Correa Mayer – antes fora  bicampeão juvenil pernambucano-1937/38.
SELEÇÃO BRASILEIRA -  A estreia deu-se em 1945, vencendo a Colômbia, por 3 x 0. Seu último jogo pela equipe foi em 1953, vencendo o Uruguai, por 1 x 0. Foram 41 partidas, com 30 vitórias, 5 empates e 6 derrotas. Além dele, com 9 gols, em 1950, o Brasil só teve um outro artilheiro em uma Copa do Mundo, Ronaldo Fenômeno, em 2002.  

 Além dos seus títulos cariocas, Ademir Marques de Menezes , o filho do “Coronel” Antônio Menezes, que era dono de patente só no apelido (vendia carros usados), ainda foi campeão continental-1948, pelo selecionado nacional. Em 1950, tornou-se o artilheiro da Copa do Mundo, com nove gols. Jogou até 1955, quando uma cirurgia de menisco tirou-lhe as suas características.
Como quarto homem do ataque vascaino, ele obrigou os treinadores a recuarem um meio-campista, criando a figura do quarto-zagueiro e abrindo as portas para anascer o esquema tático 4-2-4 no futebol brasileiro. Com aquilo, o Vasco embarcava no “Expresso da Vitória”, em 1949, tornando-se um dos mais fortes times do mundo, quase imbatível, capaz de conquistar a metade da torcida brasileira.
 No time colineiro, montado pelo uruguaio Ondino Viera e sequenciado no comando por Flávio Costa, uma linha média, que seria, hoje, um meio-de-campo, se encarregava de destruir e lançar. Lá na frente estava Ademir, pronto para "matar".
 LEIA SOBRE O FINAL DA CARREIRA DE ADEMIR NA PÁGINA 10 DE JUNHO DE 2013.