No dia 7 de março de 1962, o treinador Paulo Amaral arrumava ao
time vascaíno para enfrentar o Fluminense, três dias depois, pelo Torneio
Rio-São Paulo. Distante de São Januário, na Cruzada São Sebastião, no Leblon,
Maria Clarice, mulher muito pobre e mãe de mais três garotos e uma menina, dava luz a Almir Ernâni de Souza.
Quando tinha nove anos de idade, Almir Ernâni saía de porta em
porta de clube da chique zona sul carioca, pedindo para ganhar alguns trocados
como apanhador de bolas. Tudo o que conseguia, entregava à mãe. Aos 11 anos,
bateu à porta da escolinha de futebol do Flamengo. O professor era Djayr, um
ponta-esquerda vascaíno da década-1950, deu-lhe a chance e aprovou-lhe. Em,
1974/75, o garoto já comemorava dois títulos pelo time “dente-de-leite”. Mesmo
assim, não ficou pela Gávea. Um amigo o levou para treinar com o professor
Ademar Braga, no Vasco. Chegou e emplacou. Campeão júnior, em 1981, no ano
seguinte, já estava na seleção carioca da categoria e estreando no time
principal, diante do Volta Redonda.
O menino que pedia para apanhar bola, em troco de moedinhas, em 1983, já era titular no meio-de-campo cuzmaltino, da seleção
carioca principal e convocado para a seleção brasileira de novos. Na final do
Estadual-RJ de 1982, estava na "Turma da Colina" campeã estadual, vencendo o Flamengo,
por 1 x 0, em clássico assistido por 113.270 presentes. O time? Acácio; Galvão, Ivan, Celso e
Pedrinho; Serginho, Ernani e Dudu (Marquinho); Pedrinho Gaúcho (Rosemiro),
Roberto e Jérson.
Durante a
campanha, Ernâni participou de 23 dos 25 jogos – 17 vitórias, e empates e quatro
quedas –, tendo contribuído com três dos 42 marcados pela equipe. Só não foi mais longe no Vasco devido ao temperamento irrequieto. Depois, passou por Santos, Ponte Preta e Atlético-PR. (foto reproduzida da "Revista do Vasco Nº 1, de junho de 1983). Agradecimento.
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