Vasco

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sábado, 17 de janeiro de 2015

O VENENO DO ESCORPIÃO. ABADE & PAPA PREVOST, ENCOTRO NA LINHA DO TEMPO




 Pesquisas arqueológicos dão conta de que à mesma época em que chineses e japoneses jogavam o futebol primitivo, nativos também rolavam a bola em vários pontos da América pré-colombiana. Um dos que contaram isso foi o abade Prévost, segundo o qual era muito antigo entre os astecas a prática de um jogo chamado por tlatchtli.

 Abade Prevost! Mesma cadeia genética do  papa Robert Francis Prevost?  Desportivamente, o novo líder da igreja católica é torcedor de um time de beisebol nos Estados Unidos, o White Sox, de Chicago, que não vence um torneio da World Series desde 2005 - vai precisar de muitas orações papais para melhorar. Ele gosta de jogar tênis e, em 2023, quando concedeu entrevista ao jornal italiano da Ordem Agostiniana, mostrava-se perfeitamente integrado às suas funções de Prefeito do Dicastério dos Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. Só tinha um choro: “Não encontrar tempo para jogar tênis”, cobrou.   

AbadePrevsta repropduzido de 
https://www.infopedia.pt

 Se o abade Prevost noticiou sobre os inícios do balípodo, só se conhece manifestações do novo papa sobre o futebol partindo de jornalistas da cidade de Chiclayo, que o teve por bispo durante oito temporadas e lhe deu cidadania peruana. Segundo aqueles, o homem gostava de ver uma bola rolando e torcia pelo Alianza Lima - futebol, por sinal, era o esporte predileto do seu antecessor, amigo próximo e, assim como ele, o progressista (argentino) Francisco, torcedor e associado do clube San Lorenzo.   

 O abade, isto é, Antoine François Prévost, viveu de 1697 a 1763 e, coincidentemente com o Prevost eleito papa neste 8 de maio de 2025, também foi um beneditino,  ramos dos mais antigos da Igreja Católica, inspirada na vida e nos escritos de Santo Agostinho, “o doutor” do catolicismo, que buscava profundidade no compromisso social, o que o norte-americano fez questão de anunciar ao mundo tão logo foi aprestando a 1,4 milhão de católicos como seu novo líder, querendo ser "a ponte entre Deus e os homens".

 Se o sangue do francês Prevost foi o mesmo que chegou às veias do novo papa, ainda não se falou. Mas se sabe que o Antoine, após ter sido expulso de sua ordem religiosa, por ser muito chegado a escândalos amorosos que o faziam  pular a janela da casa de maridos enciumados, "pingou muito no bucho de holandesas e britânicas descaradinhas", quando fugiu para a Holanda e a Inglaterra, este país que colonizou os Estados Unidos, onde nasceu, com ascendência francesa, o pai do novo papa.

Papa Prevost reproduzido do Jornal de Brasília


 Uma outra coincidência, além do sobrenome, entre o Prevost francês e o norte-americano é que nasceram cercados por veias literárias. Antoine ficou famoso, em 1739, quando produziu Manon Lescault, adaptada pelo patrício Jules Massenet e transformada em ópera pelo italiano Giacomo Puccini que, por ali, conheceu o seu primeiro sucesso internacional, em cima de uma mulher espiritualmente perturbadora, temível e charmosa, enfim, um hino à canalhice feminina - do jeito que o diabo gosta (e o autor gostava).

Reprodução de capa de livro

De sua parte, ao novo papa, (ao contrário do abade é muito bem comportadinho) lhe foi atribuído a publicação de livro sobre probabilidades analisadas por dois filósofos  sobre a existência de Deus. Mas o Robert Prevost autor disso não é o Robert Francis Prevost, mas um  parente homônimo, também, norte-americano e que, embora registrado por Rober Ward Prevost, só assinou os seus livros por Robert Prevost. Muita coincidência.

 Coincidências à parte, Deus e o diabo se encontraram nas veias literáras da linhagem Prevost. Confere? 


Texto de Gustavo Mariani publicado pelo Jornal de Brasília do domingo 11 de maio de 2025 e trazido para cá pelo Túnel do Tempo.

                               

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