Vasco

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

FERAS DA COLINA - NIGINHO

 O desembarque de Niginho na Colina tem uma história interessante. Membro da família mineira dos Fantoni, descendentes de italianos, ele defendia a Lazio, de Roma, quando o ditador Benito Mussolini o expulsou do seu país, por se recusar a ir  à guerra na então  Abissínia, como “oriundi”. Sorte do Vasco.
Niginho, registrado por Leonísio Fantoni, nasceu em 12 de fevereiro de 1912, em Belo Horizonte. Surgiu como promessa nos juvenis do Palestra Itália-MG (atual Cruzeiro EC), em 1928. Um ano depois, já estava no time principal, para ser negociado, em 1929, com o Lázio, da Itália.  Ficou pelo clube da Roma até 1935, quando fugiu do território italiano, para não pegar no fuzil e fazer a guerra na África.   
De novo em Minas Gerais, Niginho voltou a defender o Palestra que, pouco depois, o emprestou ao Palestra Itália-SP (atual Palmeiras), par ser campeão paulista. O próximo passo, então, foi desembarcar em São Januário, em 1937, assinando o melhor contrato já feito no futebol carioca: luvas (dinheiro extra) de 40 contos de réis e três contos de reis mensais.  
A grana fora bem empregada pelos vascaínos, pois Niginho respondeu sendo o principal artilheiro do Campeonato Carioca-1937, com 25 gols. Grande feito! Antes dele, o Vasco só conseguira a façanha por duas vezes: em 1929, com Russinho ( 23 tentos), e em 1931, com o mesmo  Russinho (17).
porque a FIFA acatou uma impugnação da Federação Italiana de Futebol. Ele havia chegado à Colina, em 1936 e, na temporada seguinte, já seria o principal artilheiro do Campeonato Carioca, com 25 gols. Grande feito! Antes dele, o Vasco só conseguira a façanha por duas vezes: em 1929, com Russinho fazendo 23 tentos, e em 1931, com o mesmo  Russinho anotando 17.
Como cruzmaltino, Niginho foi convocado para disputar a Copa do Mundo de 1938, na França. Em todos textos sobre aquele Mundial, conta-se que a FIFA acatara uma impugnação da Federação Italiana de Futebol, impedindo que ele atuasse. No entanto, por entrevista concedida à "Revista do Esporte de Nº 86, datada de 29 de outubro de 1960, Niginho apresenta uma versão diferente. Conforme declarou, a sua inscrição fora efetivada e o que havia eram comentários . "O Pimenta (Adhemar, o treinador da Seleção Brasileira) ficou com medo de lançar-me, porque diziam que os italianos iriam reclamar", caso os enfrentasse.  
Niginho perdeu aquela chance de ter defendido o Brasil na Copa do Mundo-1938, mas esteve presente em quatro oportunidades: 27.12.1936  - Brasil 3 x 2 Peru, marcando um dos gols; 13.01.1937 - Brasil 5 x 0 Paraguai; 19.01.1937 - Brasil 3 x 2 Uruguai, deixando mais um na rede; 30.01.1937 - Brasil 0 x 1 Argentina.
 Irmão dos atacantes Ninão (João) e Orlando (treinador vascaíno em 1977/78), e primo do lateral-esquerdo Nininho (Otávio), na Itália, era chamado de Fantoni III. Depois de ter sido vascaíno, voltou ao Palestra Itália-MG, em 1939, para ser tricampeão mineiro-1943/44/45. Em 1947, uma cirurgia, em dois locais de um dos joelhos, determinou o final de sua carreira, como atleta. Depois, viria a de treinador, foto abaixo. (Reprodução da Revista do Esporte)  

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