Vasco

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domingo, 16 de agosto de 2015

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - JORNALISTA GAÚCHA LIANA SABO

Gaúcha, nascida em Ijuí, por uma cadeia genética que mistura as raças alemã, russa e húngara, Liana Sabo  é uma das jornalistas mais queridas (e competentes) de Brasília. Já percorreu vários setores da busca pela notícia e, atualmente, escreve sobre um dos mais prestigiados temas do moderno jornalismo, a gastronomia.
Apelidada, pelos amigos, por Lili, a gaúcha é, também, o que se pode chamar de um “mulherão”: linda, loira e medindo 1m73cm de altura – e muito mais de inteligência, de cultura e de politização. Aqui, por Brasília, ela começou a acontecer no jornalismo no dia 28 de março de 1968, quando foi pautada para cobrir uma manifestação de estudantes universitários, na Avenida W-3 Sul. Armada, apenas, pelo seu bloquinho de anotações e uma caneta esferográfica, foi reforçar um grupo de vários repórteres que  acompanhavam a possibilidade de choque entre estudantes e forças militares, naquele tempo duro da ditadura dos generais-presidentes.
Lili não conta, pois jamais faz propaganda de si. Mas os colegas de redação daquela época lembram da sua coragem e determinação. Já saiu até no jornal. A rapaziada lembra que, ao deparar-se com uma barreira policial, e ser impedida de seguir adiante, ela encarou o repressor, avisando-lhe estar trabalhando tanto quanto ele. E, por se tratar de um soldado baixinho, ela, com aquele seu tamanhão incomum à maioria das brasileiras da época, abaixou-lhe a crista e seguiu destino. O representante da ditadura perdeu-se diante dos olhos verdes da desaforada, ainda, nem totalmente saída do estágio das chamadas, “foquinhas”, isto é, estreantes.
 O que fazer com uma repórter que desafiava o regime, por uma pauta? Dar-lhe pequenas missões seria um desperdício. Então, o chefe de redação sacou que que o local certo para ela arrancar notícias quentíssimas seria o Palácio do Planalto, onde quem dava as ordens era o segundo presidente-general do ciclo iniciado em 31 de março de 1964, Arthur da Costa Silva.
Por aqueles tempos da ditadura brava, a juventude do país convivia com os embalos do iê-iê-iê daquelas letrinhas mais apropriadas às revistas juvenis de histórias em quadrinhos, só tratando de conquistar a menina, da festa, do carrão, coisas assim. Uma dessas musiquinhas contava da briga de sete cabeludos por uma garota, concluindo que “Lili era bonita/Mas não tinha coração”. Ainda bem que Roberto Carlos falava de uma outra Lili, pois o coração da Liana Sabo “é do tamanho de um trem”, como cantava Erasmo. Pergunte aos colegas de redação e aos sobrinhos dela!  
Passado o regime miliar, Lili ficou, por uns tempos, cobrindo a área internacional. Sacava tanto do riscado que, as vezes, quando o Itamaraty anunciava a distribuição de uma nota oficial, ela, de brincadeira, com os colegas setoristas, já a fazia, antecipadamente. E a que saia do forno governamental era quase idêntica. Tinha fontes que a deixavam mais bem informada do que o chanceler, se ele bobeasse. Que danada, esta gaúcha, tchê!
 Após deixar a cobertura do setor internacional, Lili aceitou o desafio do jornal Correio Braziliense, de lançar o que ainda não havia pegado nos diários da capital do país: o jornalismo culinário. Lá se vão 17 temporadas, deixando os candangos com água na boca. Êta gaúcha arretada, tchê! Barbaridade!    (FOTO REPRODUZIDA DE CORREIO BRAZILIENSE) . AGRADECIMENTO.              

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