Em 1962, quando os brasileiros comemoravam o bi da
Copa do Mundo, no Chile, os baianos celebravam, em dobro. A sua representante ao
concurso Miss Brasil elegera-se a mais bela mulher do país. Maria Olívia
Rebouças Cavalcanti, o nome dela. Tempos depois, ela contou que ser rainha da
beleza era o mais improvável de ocorrer em seu futuro, pois achava-se a menina
mais desengonçada de Itabuna, a sua cidade, onde as colegas de escola e de
adolescência apelidaram-na de “Olívia Palito”, aquela personagem alta e magra
do desenho animado norte-americano Popeye.
Ainda bem que aquele
tempo passou. Quando já estudava em Salvador, Maria Olivia tinha um porte
impressionante. As novas colegas a consideravam a mais bela do curso clássico,
espécie de segundo grau da época, para quem desejava cursar ciências humanas.
Até ali, tudo até bem. O que Maria Olívia jamais imaginaria era ser indicada à
disputa do título de Miss Universitária da Bahia. Foi preciso o tio Mendonça
Filho encorajá-la e inscrevê-la. E ela arrasou na passarela. Malmente recebera
a faixa de “rainha”, os amigos já falavam em vê-la Miss Brasil, o que seus pais
não curtiam muito. No entanto, para atender aos colegas universitários, ela
topou disputar o Miss Bahia. Mas sem contar com nenhuma possibilidade de mais
uma faixa no peito. Só que venceu, de novo. E foi para o Maracanãzinho
representar a beleza da mulher baiana, reconhecida como a “mais + mais”, em 16
de junho daquele festivo 1962.
Com medidas em
cima – 1m67cm de altura (pesava 59 quilos) e
56-91-91 de coxas, busto e quadris, respectivamente, além de muita simpatia,
Maria Olívia dominou o desfile. Os jurados viram logo que não daria para ser
superada. Então, depois, de Martha Rocha, em 1954, ela tornava-se a segunda
baiana a conquistar o cetro de Miss Brasil – no dia seguinte, como todas as
brasileiras menos belas do que ela, teria mais uma festa a comemorar: a da
vitória do escrete canarinho em Santiago do Chile. E depois seguiu Miami-EUA, de
onde trouxe o quinto lugar do Miss Universo, em 14 de julho.
Maria Olívia
poderia ter seguido carreira cinematográfica, se quisesse. Convite não faltou.
Mas não topou. Achou a rapaziada daquele negócio muito esquisita. Lançavam-na
olhares libidinosos, devoradores. Ela chegou até a visitar estúdio das
gravações e a experimentar indumentárias. Mas agradeceu e preferiu voltar para
a Bahia.
Em 22 de junho de 1963, Maria Olívia passou o cetro de
Miss Brasil à gaúcha Ieda Maria Vargas, que seria eleita Miss Universo. No dia
seguinte, ela conheceu, durante uma festa, o estudante (de Direito) Olavo de
Almeida Pereira de Cordes. Em 4 de dezembro do mesmo 1963, estavam casados.
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