Lula e Marisa, nos velhos tempos de fundadores do PT, em foto reproduzida de www.tijolaco.com.br |
A vida nunca foi fácil para ela. Como os seus pais – Antônio João Casa e Regina Rocco – tinham 12 filhos para criar, ela começou a trabalhar, aos nove anos de idade, como babá. A partir dos 14, empregou-se como embaladora de bombons na fábrica da Dulcora, em São Bernardo. Por isso, só estudou até a sétima série.
Marisa casou-se, com o taxista Marcos Cláudio da Silva, quanto estava com 19. Três meses depois, grávida de Marcos, o filho dessa relação, ficou viúva. Seu marido foi assaltado e assassinado. Em 1973, conheceu Lula, quando foi ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pedir um documento para levar ao INPS (atual INSS) e, com aquilo, solicitar pensão por viuvez. Casaram-se, após sete meses de namoro, e tiveram três filhos. Apoiou Lula durante toda a trajetória política dele, a começar pelos tempos sindicais. Costurou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores-PT e, quando Lula foi preso, durante greves no ABC, entre o final da década-1970 e os inícios de 1980, ela liderou uma marcha pela libertação dele.
Como primeira-dama, Marisa Letícia, por dois mantados de Lula (2003 a 2011), não liderou projetos sociais, como antecessoras, preferindo que só o presidente aparecesse. No governo Fernando Henrique, por exemplo, a intelectual e socióloga Ruth Cardoso comandou o projeto Comunidade Solidária, que valeu-lhe muitos holofotes. Mas Marisa era presença garantida durante as campanhas presidenciais de Lula, em comícios, passeatas, tudo o mais que acontecesses.
Para petistas mais chegados, Marisa era mulher geniosa e não tolerava ser fotografada fumando. Foi ela quem teve a ideia de plantar um canteiro com sálvias vermelhasm formando a estrela petista, no gramado do Palácio da Alvorada. No ano passado, a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público Federal, contra ela e Lula, no caso de um apartamento em Guarujá, no litoral paulista, tornando-a ré em processo da "Operação Lava Jato.
Foto reproduzida do arquivo de www.jreisdopt.blogspot.com.br |
Maria Letícia havia sofrido um aneurisma cerebral, em 2007, mas os médicos não viram necessidade de cirurgia. Este mesmo problema deixou-a sem atividade cerebral na manhã do dia 2 deste fevereiro, constatado por doopler transcraniano. Esta estava, desde 24 de janeiro, internada na UTI do Hospital Sírio-Libanês, com AVC hemorrágico. Ela foi acompanhada por equipe coordenada pelos médicos Roberto Kalil Filho, Milberto Scaff, Marcos Stavale e José Guilherme Caldas, que confirmaram o fim da sua existência física, de 66 anos de vida, às 18h57 deste 3 de fevereiro. Seu corpo foi cremado neste sábado 4 de fevereiro .
O presidente Michel Temer-PMDB, que visitou Lula, na quinta-feira, no Hospital Sírio-Libanês, por nota oficial, prestou solidariedade à família do ex-presidente e decretou luto oficial, em todo o país, por três dias, publicado em edição extra do Diário Oficial da União de 3 deste fevereiro. Marisa foi uma grande parceira de Lula.
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