Último treinador cruzmaltino na década-1950 e primeiro na seguinte, o ex-goleiro vascaíno Yustrich, assim que assumiu o comando da “Turma da Colina”, apresentou medidas esquisitas para serem seguidas pelos atletas. Entre elas, time em fila indiana, ao entrar e sair de campo; jogadores assobiando um hino militar – “Nós somos da pátria a guarda/Fiéis solados por ela amados...” – quando estivessem marchando, durante os treinos, e a obrigação de beberem guaraná, após as práticas. Além disso, concedeu a cada atleta fumar um cigarro após as refeições.
As outras ordens foram proibir falas em enquanto ele estivesse falando; instalar um banco, perto do gramado, para os repórteres cobrirem os trabalhos da rapaziada; tirar a concentração de São Januário; ter duas rouparias à disposição; isolar profissionais dos juvenis e acabar com as multas. Esta, quando nada, agradou.
Dorival Knipel, o Yustrich, nasceu em Corumbá-MT, em 28 de setembro de 1917. Viveu até 15 de fevereiro de 1990. Ganhou o apelido devido a sua semelhança física com um goleiro muito famoso na Argentina, Juan Elias Yustrich, do Boca Juniors.
No Vasco, Yustrich esteve durante a temporada-1944, quando o treinador era o uruguaio Ondino Viera e a "Turma da Colina" tinha este time-base: Barqueta/Yustrich/Oncinha; Sampaio (Rubens, Zago) e Rafanelli; Berascochea (Alfredo II), Dino (Nílton, Eli) e Argemiro; Djalma (Cordeiro), Lelé (Eugen), Isaías, Ademir (Jair) e Chico.
Por ser muito exigente, durão, Yustrich ganhou o apelido de “Homão”. Mas jurava ser um sujeito tranquilo, tratável. Avisava, porém, ser rigorosamente disciplinador, sem hesitar usar meios violentos para atingir objetivos, sem complacência com quem tentasse sabotar o seu trabalho.
À Revista do Esporte de Nº 38, de 28 de novembro de 1959, Yustrich disse que a trajetória de um treinador não depende só dele, mas de uma série de fatores conjugados, que podem levá-lo à gloria ou ao abismo. “Depois que o time entra em campo, ... passa a depender, quase que exclusivamente, dos reflexos dos seus comandados. Quando... não acerta, não tem técnico que dê jeito”, afirmou.
Quando Yustrich chegou ao Vasco, em outubro de 1959, os jogadores eram: Barbosa (Hélio, Miguel), Paulinho (Dario), Bellini, Orlando (Russo) e Coronel; Écio e Roberto Pinto (Rubens); Sabará (Teotônio), Almir (Pacoti), Delém (Roberto Peniche) e Pinga. Ele saiu da Colina em março de 1960, entregando o cargo ao argentino Filpo Nuñez.
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