Não
tinha jeito, eles tinham de ser. Como aquele menino baiano que os pais levaram
a batizar por São José e a Virgem Maria,
para não escapar do Céu. Nos casos do Rei Felipe II, da Espanha, e do Presidente
da República do Brasil, Juscelino Kubitscheck, também foi assim.
Felipe II –
1527 a 1598 – era filho de Carlos V, Imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, e da Imperatriz D. Isabel, filha do Rei D. Manuel, de Portugal. Como
foi neto, genro, tio e sobrinho dos quatro últimos reis de Portugal, só
não seria, também, rei dos portugueses se fosse um monarca muito borocoxô. E
correu atrás.
O caminho para Felipe II dominar os lusitano
abriu-se quando Don João III bateu as botas. Sucedido por Don Sebastião, este esticou
as caçuletas durante a batalha de Alcácer-Quibir, em 1578. O novo titular do reino, o
Cardeal Don Henrique, foi mais um a passar desta para outras quebradas,
sem demora. Na falta de herdeiros direto dos três ex-vivos, Don Antônio
reivindicou a coroa, alegando ser filho de Don Luís, um outro rebento
de Don Manuel, o Venturoso, aquele que mandou Cabral descobrir o Brasil, que já
havia sido descoberto pelo espanhol Vicente Yañez Pizon, que não aguentou o
arroxo dos índios nordestinos e deu no pé, ó pá!
Por ter se casado, em primeiras núpcias, com a sua prima Dona Maria, filha do Rei Don
João III, o esperto espanholito Felipe II sacou:
- Porra ! Se
sou filho de Isabel, sou neto de Dom Manuel. Se casei-me com a filha de
Don João, sou genro dele. É por aqui! – e mandou a sua rapaziada botar Don
Antônio pra correr.
Depois do casório com Dona Maria, de
Portugal – que viveu pouco –, Felipe II casou-se com Maria Stuart, Rainha da Inglaterra e que, também, partiu cedo. Ficou genro de Henrique VIII e cunhado de Elizabeth I. Com duas ex-vivas no currículo, o Felipão casou-se com Isabel de Valois, filha de Catarina de Médicis,
irmã do Rei Henrique III, da França. Cunhadão do cara! No quarto (casamento, é claro), papou a sua sobrinha Ana de Habsburgo, a tal
de Ana Áustria. Quer dizer: além dos rolos familiares com os portugueses, ainda esteve
enrolado com sangue azul inglês, francês e austríaco. Do carvalho, este cara! De quebra, ele uniu as coroas
espanhola e portuguesa, sob a União Ibérica, que manteve a “portugada” na
coleira por 60 temporadas. Alias, esta união só serviu
para fazer uma grande sacanagem contra o Brasil: Espanha e Portugal, juntos,
expulsaram os holandeses daqui. Seguramente, se os “brasucas” tivessem jogado
pelo mesmo time da camisa laranja, não teríamos por aqui escroques
“representantes do povo”. Ou alguém ouve e lê sobre isso, ou falar de "Lava Jato" na Holanda?
Em um mês, Johan Van Dorth deu um jeito na esculhambação que era Bahia e nos baianos moradores da então capital brasileira, que contava 70 mil almas, em 1624.
Em um mês, Johan Van Dorth deu um jeito na esculhambação que era Bahia e nos baianos moradores da então capital brasileira, que contava 70 mil almas, em 1624.
SACANAGEM
À BRASILEIRA - Eleito presidente do Brasil,
em outubro de 1955 – pela coligação Partido Social
Democrático-PSD/Partido Trabalhista Brasileiro-PTB –, Juscelino Kubitscheck obteve
3.07 milhões de votos (36,5%), contra 2,6 milhões (30,2%) dados a Juarez
Távora, da União Democrática Nacional-UDN; 2,2 milhões de Adhemar de Barros,
do Partido Social Progressista-PSP e 714 para o integralista Plínio Salgado, do Partido da Representação Popular.
Para
a Constituição brasileira, tudo certo, tudo legal. Menos para a UDN. Esta
inventou uma tal de “maioria absoluta” não conquistada pelo JK e tudo fez para
impedir a posse do cara, tendo por “espalha brasa” dessa tese o deputado federal Carlos Lacerda, de pensamento igual ao do presidente Café
Filho que, alegando problema de saúde, passou o cargo ao presidente da Câmara dos
Deputados Carlos Luz, que foi obrigado, pouco depois, a repassar o cargo ao
presidente do senado, Nereu Ramos. Exceto este último, havia uma patotinha de
mesma ideologia golpista, que incluía o ministro da Aeronáutica, o brigadeiro
Eduardo Gomes, o candidato da derrotada UDN,
Juarez Távora, e outros membros do setor militar simpatizantes do partido que tocavam fogo no circo.
Os
golpistas, no entanto, esbarraram na figura legalista do Ministro da Guerra e general Henrique Dutra Teixeira Lott, que
reuniu, no Rio de Janeiro, os seus tanques e cercou o Palácio do Catete
e os quarteis suspeitos de lealdade aos “ilegalistas”. E Nereu Ramos empossou o
JK.
Estava escrito: assim como há então 425 anos que Felilpe II havia unido duas nações ibéricas,
sob a sua mesmas coroa, o JK, chegaria ao comando de um país onde se plantando tudo dá. Principalmente, filhos
daquela moça de menos responsabilidade e que não assinou nenhum contrato na
jurisdição voluntária do Estado. Confere?
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