No dia 15 deste março, o líder do Governo n
Senado, Romero Jucá, envergonhando o povo de Roraima, que o elegeu, mostrou ao
país até onde pode ir a falta de uso de “óleo de peroba” entre os políticos
destas plagas. Teve a coragem de apresentar Proposta de Emenda
Constitucional-PEC, deixando os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado
e do Tupremo Tribunaol Federal fora de investigações por atos passados ao
exercício de suas funções, durante o mandato.
Está na caderneta que a proposta
acima só vale para o “cara”, o
presidente da República. Ignorando-a, o líder governista jogou o vidro
de óleo no lixo e disse, em plenário: “Se os senhores (senadores) tiverem
a coragem de restabelecer a seriedade, o compromisso e a responsabilidade da
instituição, votarão comigo!” – discurso de um grande mentecapto, maior do que
o personagem do livro de Fernando Sabino.
De acordo com o sociólogo
Vamiré Chacon, da Univerdade de
Brasília, um povo gasta três séculos para mudar a sua mentaliudade. Logo, até
chegarmos aos nossos “hexanetos” – já somos penta! – as futuras gerações de
brasileirinhos ainda terão muito que conviver com cabeças que deveriam ter
vivido à época da Revolução Francesa (1789/1799), quando, seguramente,
seguiriam a de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre.
O líder governista é alvo de oito
inquéritos criminais no Supremo Tribunal federal e contou com o apoio assinado
de 28 senadores de nove partidos das base governista, entre eles Renan Calheiros,
aquele que pagava as despesas de uma
capa de Playboy com grana entregue por um lobista; Aécio Neves, o inventor do
13º salário para deputados federais, e Edison Lobão, ex-jornalista e amigão do
ex-presidente-ditador Ernesto Geisel. Quem não se lembra destes “grandes
brasileiros, em abril de 2016? Votaram – Jucá e Lobão, inclusive, foram
ministros do governo do PT – pelo “impeachment” da então presidente da
República, Dilma Roussef, alegando ser necessário a volta da ética e da moral que, segundo eles, a mulher
teria mandado para Plutão.
A meta da PEC “jucariana”,
retirada de circulação, pouco depois de apresentada, seria, evidentemente, atrapalhar a investigação contra corruptos na chamada
Operação Lava Jato. O dito cujo, por sinal, antes já havia comparecido ao
recinto senatorial, levando aos seus pares proposta de incluir
parentes de políticos dentro do projeto que propunha regime diferenciado para
regularizar contas bancárias no exterior sem o conhecimento da Receita Federal, a chamada por Lei de Repatriações de Recursos.
Se emplacasse a sua vergonhosa
blindagem, o líder governista impediria, por exemplo, investigações contra o
deputado carioca Rodrigo Maia e o senador cearense Eunício de Oliveira,
respectivamente, presidentes da Câmara e do Senado, citados, como a imprensa já
divulgou, por várias vezes, amaciados para não serem tão
fanáticos durante depoimentos contra investigados pela Lava Jato.
Pernambucano, nascido em 1954, o
líder governistas graduou-se em Economia e cumpre o seu terceiro mandato no
Senado. Antes do atual cargo, foi ministro do Planejamento do presidente Michel
Temer, tendo saído após a divulgação de conversa publicada pela imprensa
na qual ele sugeria “um pacto para barrar a Lava Jato”. Ele foi para Roraima,
em 1988, como último governador do então território e, pouco depois, primeiro
do recém-criado Estado. Seu primeiro grande voo político em Brasília foi ser
ministro da Previdência Social do governo do presidente Lula. É proprietário da
principal cadeia de
comunicação de Roraima – duas TVs, um jornal diário e duas
emissoras de rádio, em Boa Vista – depois da proposta de blindagem aos políticos investigados
pro currupção, é um ótimo candaidato a
judas, neste sábado de aleluia que vem por aí. Confere?
Nenhum comentário:
Postar um comentário