Nomeado
Ministro da Guerra, por Getúlio Vargas, o legalista Dutra mostrou-se incoerente
com os seus princípios políticos, apoiando o ditador que tomou o poder, em 1930, dissolveu o Congresso Nacional,
interveio em governos estaduais e rasgou a Constituição de 1891. Dutra apoiou um
Getúlio que governoua por decreto até o país ter uma nova Constituição, em
1934, e seguiu com ele pelo Estado Novo, período cruel da “Ditadura Vargas”,
extinta em 1945.
PELOS INÍCIOS da II Guerra Mundial, em 1939, Vargas
defendia a neutralidade do Brasil e assinou o decreto-lei1 1.561, encerrando a discussão. Enquanto o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Oswaldo Aranha –
irmão de Cyro Aranha, futuro presidente do Vasco da Gama – , travava uma queda
de braço com militares, para convencer Vargas a ficar do lado dos Aliados, os “milicos”
liderados pelo General Dutra defendiam uma aproximação com o nazi-fascismo,
contando com o forte apoio do também líder militar General Pedro Aurélio de Góes
Monteiro e do Chefe de Polícia do Distrito Federal (Rio de Janeiro, então),
Felinto Muller, fã ardoroso do chefe das forças da elite (SS) militares
alemãs, Henrich Himmler.
Enquanto Dutra simpatizava com a política do alemão
Adolf Hitler e do italiuano Benito Mussolini, os submarinos nazistas e fascistas atacaram 35 navios mercantes
brasileiros, matando 1.081 pessoas, mais do dobro dos 465 homens tombados no
“front” de guerra, na Itália, lutando vestidos com o uniforme da Força Expedicionário Brasileira.
Em
1942, quando o fanático capitão nazista Harro Schacht, comandante do submarino
U-507, torpedeou os navios Baependy,
Araraquara, Aníbal Benévolo, Itagiba, Arará e Jacira, matando mais de 600
pessoas, o clamor popular foi muito grande. Dutra, então, traiu os seus ideais nazi-fascistas. De sua parte,
Getúlio Vargas decretou os estado de beligerância (inicialmente) e de guerra, enquanto o vento do momento empurrava o “bandeirante”
Eurico Gaspar para um outro pensamento.
EM OUTUBRO de 1945, a “Era Vargas” agonizava. Então, o ministro que jurara
fidelidade ao presidente liderou um golpe de estado, juntamente com Góes
Monteiro, e o expulsou do poder. Sem Getúlio atrapalhar, candidatou-se à sua
sucessão e tornou-se o 16º presidente da República brasileira, com 55% dos
votos.
Dutra fez um governo sem grandes realizações
para o país, com a maioria dos seus atos criticados, principalmente por não cumprir
parâmetros fixados para alimentação,
saúde, transporte e energia. De positivo, criou a Companhia Hidrelétrica do São
Francisco e aproximou o Nordeste do Sudeste, abrindo a Rodovia Rio-Bahia.
Em setembro de 1946, promulgou a quinta Constituição brasileira, mantendo a
estrutura fundiária que tornava intocáveis os grandes latifúndios e a estrutura
sindical fascista dos grandes sindicatos trabalhista vinculados ao Estado. Para
não perder o costume de ser “bandeirante” levado pelo vento do momento, ele aproveitou
de os Estados Unidos saírem da II Guerra Mundial liderando, ideologicamente, o
mundo ocidental, e jogou-se, inteiramente, nos baços de Washington.
Numa puxada de saco monumental, cortou relações com a União Soviética.
Dutra valeu selos e moeda |
O presidente Dutra era
considerado um “camisolão”. Às sete da noite, já estava de pijama, por conta da
Primeira Dama, a carolíssima Dona Santinha, a quem atribuíram lhe exigir o fechamento dos cassinos no país. Mas não fora coisa dela. Independentemente daquilo, com a
sua canetada, Dutra traiu e desempregou milhares de trabalhadores, entre artistas,
empresários e demais gente que tirava dos palcos – e demais setores debaixo daqueles telhados –, o sustento de suas famílias. Coisa
típica de flamenguista: em 1987, o “Urubu” concordou com o regulamento do Campeonato
Brasileiro, mas, no final, traiu a sua assinatura na aprovação do documento,
recusando-se a participar de um quadrangular final entre times de dois módulos,
como concordara antes.
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