Vasco

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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

TRAGÉDIAS DA COLLINA - FLAPEÃO

Não há nada mais bola fora, para o torcedor cruzmaltino, do que o Flamengo vencer o Vasco da Gama, de virada, e sair de campo campeão, com uma rodada de antecedência. Aconteceu durante a noite do sábado 12 de fevereiro de 1955, valendo pela penúltima rodada do Campeonato Carioca-1954, que invadiu a temporada seguinte.
 Que tragédia! Rolava o terceiro turno, com os dois rivais, além, de Botafogo, Fluminense e Bangu, se pegando. A “Turma da Colina” terminou a etapa a dois pontos dos rubro-negros, em terceiro lugar, ainda vendo o América, vice., em sua frente. Quando nada, deixou os outros três concorrentes para trás.
Imagens reproduzidas de "Esporte Ilustrado" Nº 875, de 13.01.1955
 Se o glorioso “Almirante” tivesse segurado a onda, quando Ademir Menezes abriu o placar, complicaria as pretensões de bicampeonato dos flamenguistas. Mas deixou Índio e Paulinho mexerem no placar (um gol em cada etapa), proporcionando ao presidente rubro-negro, Gilberto Cardoso, e ao treinador Fleitas Solich comemorarem faixa e caneco debaixo do chuveiro do vestiário, com roupa e tudo. Afinal, faltava só uma semana para o Carnaval começar.      
 O Vasco pressionou durante os primeiros 20 minutos, viu Pinga acertar bola na trave, sofrer um pênalti (negado pelo juiz Antônio Viug) e desperdiçar duas ótimas chances de gol, na cara do goleiro Garcia. Mais? O zagueiro Elias contundiu-se durante o clássico.
 Aliou-se a tais infortúnios vascaínos o nó tático de Solich em seu colega vascaíno Flávio Costa, recuando Servílio para ajudar Pavão a tomar conta da zaga. Liquidou as ousadias ofensivas dos vascaínos durante o prélio que rendeu Cr$ 1.727,909,70.
 A tragédia daquela noite foi vivida por Victor Gonzalez, Paulinho de Almeida e Elias; Mirim, Laerte e Dario; Sabará, Ademir, Vavá, Pinga e Parodi. O Flamengo usou: Garcia, Tomires e Pavão; Servílio, Dequinha e Jordan; Paulinho, Rubens, Índio, Benitez e Evaristo.
 Os vascaínos não queriam ver o Flamengo bi. E até poderiam atrapalhar mais, pois o rival não havia sido o mesmo do título de 1953. Caíra (0 x 3) ante o Fluminense e  (0 x 2)  o Bangu, mas não decepcionou tanto nos vexames. Tinha regularidade de crédito.
Como o rival mostrara-se pouco brilhante no início do terceiro turno, era só o Vasco não bobear. Mas bobeou. Então, o Fla jantou bacalhau naquela noitada que valeu-lhe o terceiro turno, com três vitórias e um empate, somando sete pontos, marcando 10 e levando quatro gols. De sua parte, o Vasco só venceu um jogo na etapa. Empatou dois e perdeu quando não deveria. Somou quatro e perdeu quatro pontos, fazendo oito e levando um gol.  

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