Filha do brigadeiro-general da Força Aérea chilena – Alberto Bachelet
– integrante do governo do presidente
Salvador Allende, ela era membro do Partido Socialista, desde 1973, quando a
ditaduras militar o prendeu, em 1974, e o matou, na prisão, torturado.
O fato fez Michelle e sua mãe –
arqueóloga Angela Jeria – passarem à clandestinidade. Detidas, em 1975 – também,
torturadas –, ao se livrarem da prisão, exilaram-se na Austrália e, depois, na
então Alemanha Oriental.
É assim que começa a história politica da médica – trabalhou como
epidemóloga – Verónica Michelle
Bachelet Jeria, nascida em Santiago – 29.09.1951 –, primeira mulher a
governar o Chile – 11.03.2006 a 2010 e de 2014 até hoje.
MICHELE FOI, também, a primeira
presidente da União das Nações Sul-Americanas; primeira chefe da agência Nações
Unidas Mulheres; primeira mulher ministra da Defesa (chilena) no continente latino-americano e primeira a
vencer duas eleições presidenciais (em seu país). Passada a ditadura militar
chilena, foi ministra da Saúde do presidente Ricardo Lagos – 2000 a 2002 – e o
sucedeu eleita, em segundo turno, 53,5% do total dos votos, tornando-se a sexta
presidente da república latino-americana – após
Isabelita Perón (Argentina-1974); Violeta Chamorro (Nicarágua-1990);
Rosalía Arteaga (Equador-1997, por dois dias) e Mireya Moscoso (Panamá-1999).
Do casamento com o arquiteto Jorge Dávalos, ficou mãe de Sebastián e de
Francisca. Na década-1990, trabalhou junto com o colega epidemólogo Aníbal
Henríquez e, com este, gerou Sofía.
EMPOSSADA EM 11 de março de 2006, Michelle adotou como primeiro ato
importante gratuidade do sistema público de saúde para maiores de 60 anos e criação
de comissão para reforma da Previdência
Social. Seus inícios presidenciais valeram-lhe a popularidade em 60% do
eleitorado.
No entanto, ela teve problemas com estudantes secundários, descontentes com o ensino no país enfrentou
descontentamentos, também, com o sistema de moradia. E, ao anunciar distribuição gratuita de anticoncepcionais na rede pública
de saúde para qualquer mulher acima dos 14 anos de idade, enormemente, a Igreja
Católica. Resultado: queda de prestígio.
Na economia, durante os primeiros meses do governo, Michelle a manteve em
bom estado, ajudada pelo grande crescimento do valor do cobre ( principal
produto de exportação chileno) no marcado internacional, valendo mais de US$ 6
bilhões de dólares de em superavit
fiscal.
Michelle
Bachelet, com desempenho moderado no primeiro governo, conseguiu terminá-lo com
um grande apoio, especialmente graças a medidas adotadas quando a crise
econômica internacional chegou ao Chile. Protegeu setores sociais mais
fragilizados, sobretudo o dos aposentados, pois a previdência chilena era
totalmente privatizada.
MESMO ASSIM, Michelle não fez o sucessor, perdendo o pleito para Sebastian Piñera. Mas voltou, em 2014, com propostas
para um governo muito mais avançado. Prometeu ampliar gastos
sociais, investir mais em educação e reduzir desigualdades. Além de devolver a gratuidade do ensino universitário e promover
reformas tributária e eleitoral, o que cumpriu, sem aumentar a sua popularidade,
contribuindo para isso a resposta do grande empresário, fazendo a cabeça do
povo sugerindo momentos de pessimismo, o que coincidiu com a baixa dos preços
dos produtos primários de exportação – em particular, do cobre –, para diminuir
o nível de crescimento econômico.
Em
2015, o governo Michele viveu uma terrível crise, motivada por denúncias e
corrupção por parte de políticos da base governista, inclusive do filho dela,
Sebastian Dávalos, acusado de usar o seu cargo (Noragate) para obter
empréstimo, de US$ 10 milhões, para
empresa de sua mulher, junto a um banco privado que havia contribuído para a
campanha de Bachelet. Ele se demitiu, mas não impediu que o desgaste diminuísse
ainda mais o apoio ao governo.
O
ESCÂNDALO levou Michelle a tentar acalmar o eleitorado, anunciando troca de 23
dos seus secretários de Estado e ministros. Recuperou pontos em seu conceito,
ajudada pela criação de comissão de notáveis para um projeto de maior
transparência e ataque à corrupção. Mas
o seu prestígio, em 2015, caiu a 29%, o mais baixo patamar de sua avaliação.
Em sua
corrida pelo aumento de popularidade, em agosto dete 2017, Bachelet apresentou
três projetos de reforma previdenciário, a fim de subir, em 20% , o
valor das aposentadorias, pois o trabalhador chileno era responsável, exclusivamente,
pelo seu futuro financeiro. Estipulou 5% de contribuição para o empregador e
estabeleceu uma aposentadoria básica universal para todos os excluídos do
sistema que hoje paga o equivalente a 157 dólares a 1,3 milhão de pessoas.
BACHELET anunciou, também, proposta para igualar as aposentadorias dos
militares, em média, sete vezes mais
altas que as do restante dos chilenos. –
chegar ao poder, as vezes, não é difícil. Duro é manter-se amado por
ele.FOTOS DIVULGAÇÃO DO GOVERNO CHILENO
Nenhum comentário:
Postar um comentário