A UDN-União Democrática Nacional não engolia a
eleição do candidato do PSD-Partido Social Democrático, Juscelino Kubitscheck,
à presidência da República. E passou a infernizar a posse do homem, alegando
que isso só ocorrera devido ao apoio dos comunistas, que estavam na
ilegalidade, desde 1947, por uma canetada do então presidente e general Eurico
Gaspar Dutra.
Rolava o rolo, com parlamentares pró e contra
a posse de Juscelino, o JK, e do seu vice, João Goulart, o Jango. No final das
contas, o Ministro da Guerra e ultalegalista general Henrique Dufles Teixeira
Lott garantiu a posse de ambos. Assim,
pela última vez, o Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro, sediou a posse de um
chefe da nação.
Foi um dia de festão na Cidade Maravilhosa.
Tanques, canhões e carros de combate do Exército, além de unidades da
Aeronáutica e da Marinha formaram alas, entre o Palácio do Catete (residência
dos presidentes) e a Câmara dos Deputados, percurso no qual JK e Jango
desfilarm dentro do Rolls Royce presenteado ao Brasil pela Inglaterra. Enquanto
as autoridades aguardavam pelos eleitos, o povo se virava pels ruas para saudar
o JK. Teve até quem subiu em poste de iluminação. Embaixo, o Rio de Janeiro
estava enfeitado por escudos e bandeiras brasileiras.
“Prometo
manter, defender, e cumprir a Constituição da República, observar as suas leis,
promover o bem geral do Brasil, sustentar-lhe a iunião, a integridade e a
independfência” foram as palavras juradas por Juscelino, quando assumia o cargo
presidencial. Em seguida, Jango fez o seu juramento nos mesmos termos – a
declaração de posse, pelo Congresso Nacional, foi apóss a assinatura dos textos
dos respectivos compromissos.
Ainda
em plenário, a banda do Batalhão de
Guarda Prsidencial executou o hino nacional, aplaudido por parlamentares
(poucos das UDN), ministros de Estado, outras autoridades brasioeiras e 59
representantes de nações amigas, que gostarasm, também da decoração d palácio,
com flores naturais.
A
sessão foi encerrada pelo presidente do Congresso Nacional, Carlos Gomes de
Oliveira e a transmissão do cargo presidencial ocorreu no Palácio do Catete. O
presidente que saía, Nereu Ramos (senador que assumiu o cargo após crise
político-militar que teve dois antecessores, Café Filho e Carlos Luz, tendo
este (presdiente da Câmara dos Deputados) pulado no cargo tão logo o primeiro
ter sido internado em um hospital, por problemas coronários).
Nereu,
acompanhado pelos seus ministros, esperou por JK e Jango à porta do Catete.
Junto com os dois, subiu até o segundo andar do prédio, onde se deu a
transmissão do cargo. Com a casa superlotada, os fotógrafos subiram na messa de
despachos do presidente, para registrar a nova história que nascia. De velho, só a faixa presidencial, que ainda
era a usada pro Washington Luis, em 1926 (?)
Ecerrada
a solenidade de posse, quando o JK e Jango voltavam, da Câmara para o Catete,
os sinos da igreja de São José repicaram e os canhões dos fortes cariocas
disparam tiros de estilo, saudando-os.
JK fora bom prefeito de Belo Horizonte e bom
governador de Minas Gerais. Mas, como deptuado federal, era caladão e seguia,
rigorosamente, a liderança do PSD e a cabeça dos seus gurus mineiros, Bendito
Valadares e José Maria Alkimin.
Quem
diria! JK votara contra a mudança da capital brasileira, para o Triângulo
Mineiro, conforme uma das propostas que chegaram ao Congresso. Mas, em campanha
presidencial, o goiano Toniquinho pegou-lhe de surpressa, indagandose ele
cumpriria a constituição e mudaria a capital para o centro do país. Tremeu as
pernas e disse sim. Não tinha cOmo dizer não logo no primeiro comício – tempos
depois depois de construir e inaugurar Brasília, foi proibido de visita-la,
pelos militares que cassaram os seus direitos políticos.
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