Vasco

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quinta-feira, 14 de março de 2013

O BEIJO DA MULHER TIGRESA

O Campeonato Carioca de 1956 terminou duro, para os vascaínos. Nem tanto para o zagueirão Hideraldo Luís Bellini. Na tarde domingueira de 23 de dezembro, com muito calor na Rua Bariri, ele teve de se virar para segurar o ataque do time da casa, que estava danado. Compensação só o beijão que ganhou, antes da refrega, da anfitriã, a Raínha do Olaria, Georgine Milliet, usando roupa em tons de tigre.  A “Turma da Colina” toda  ficou com inveja. E não era pra menos. Olhe só para o sorrisão do capitão cruzmaltino! Mas ele merecia, afinal fora um dos grandes nomes da equipe campeã carioca, por antecipação, e que só cumpria tabela, naquele dia.
Quando a rapaziada adentrou ao tapete verde do estádio Mourão Filho, por sinal, inaugurado pelo “Expresso da Vitória”, em 6 de abril de 1947, a ideia era fechar o tempo, com um carnavalaço, após o apito final de José Monteiro. E o “script” começou a ser cumprido, na etapa inicial. Válter Marciano recebeu a “maricota”, na altura da intermediária olariense, viu Lierte bem colocado e entregou-lhe a  “menina”.
O ponteiro até perdeu o ângulo do chute. Mas um espírito de luz baixou no bico de sua chuteira e ele conseguiu encobrir o goleiro Ernani. Pena que, na etapa final, o ex-vascaíno Santo Cristo estivesse com o diabo no corpo e empatasse a pugna, em contra-ataque.
Como time campeão antecipadamente costuma relaxar no último jogo, o goleiro Hélio não foi  naquela. Não teve culpa pela pelota que fora buscar lá onde a coruja dorme. Da turma da zaga, Bellini sobrou. Mereceu o beijo de rainha. Ortunho pegou leve, e Orlando e Laerte foram melhores do que ele. Coronel subiu e deasceu na gangorra, enquanto Válter só subiu. Foi o melhor da moçada, com grande atuação.
 Aliás, aquele fora um domingo glorioso para os xarás. O olariense Walter Goulart da Silveira, que tinha o apelido de Santo Cristo, chegou a lembrar dos seus velhos tempos vascaínos, quando conquyistou o Torneio Início, o Torneio Municipal e o Estadual, todos de 1945, e os Torneios Relâmpago e Municipal de 1946. Mas, como santo de casa não faz milagre, não ganhou um beijo da Georgine, bem como Lierte, mesmo marcando um gol e atuando bem. Já os atacantes Livinho, Vavá  e Valmir, embora regulares, não mereciam, pois mulher bonita só deve beijar quem arrebenta no gramado.       
 

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