
Quando a rapaziada adentrou ao tapete verde do estádio Mourão
Filho, por sinal, inaugurado pelo “Expresso da Vitória”, em 6 de abril de 1947,
a ideia era fechar o tempo, com um carnavalaço, após o apito final de José
Monteiro. E o “script” começou a ser cumprido, na etapa inicial. Válter
Marciano recebeu a “maricota”, na altura da intermediária olariense, viu Lierte
bem colocado e entregou-lhe a “menina”.
O ponteiro até perdeu o ângulo do chute. Mas um espírito de luz baixou no bico
de sua chuteira e ele conseguiu encobrir o goleiro Ernani. Pena que, na etapa final, o ex-vascaíno Santo Cristo estivesse com o diabo no corpo e empatasse a
pugna, em contra-ataque.
Como time campeão antecipadamente costuma relaxar no último
jogo, o goleiro Hélio não foi naquela.
Não teve culpa pela pelota que fora buscar lá onde a coruja dorme. Da turma da
zaga, Bellini sobrou. Mereceu o beijo de rainha. Ortunho pegou leve, e Orlando
e Laerte foram melhores do que ele. Coronel subiu e deasceu na gangorra, enquanto
Válter só subiu. Foi o melhor da moçada, com grande atuação.
Aliás,
aquele fora um domingo glorioso para os xarás. O olariense Walter Goulart da
Silveira, que tinha o apelido de Santo Cristo, chegou a lembrar dos seus velhos
tempos vascaínos, quando conquyistou o Torneio Início, o
Torneio Municipal e o Estadual, todos de 1945, e os Torneios Relâmpago e
Municipal de 1946. Mas, como santo de casa não faz milagre, não ganhou um beijo
da Georgine, bem como Lierte, mesmo marcando um gol e atuando bem. Já os atacantes Livinho, Vavá e Valmir, embora regulares, não mereciam, pois mulher bonita só deve beijar quem arrebenta no gramado.
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