Vasco

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quarta-feira, 27 de março de 2013

BARBOSA: ANIVERSARIANTE DO DIA

    
Considerado o melhor goleiro da história do Vasco da Gama, Moacir Barbosa do Nascimento não estava mais nos planos dos treinadores cruzmaltinos, a partir de 1956, quando foi emprestado ao Bonsucesso. No ano seguinte, mudou-se para Recife, a fim de defender o pernambucano Santa Cruz. Não contava ele que, em 1958, o treinador da “Turma da Colina”, Gradim, pedisse a sua volta.
Barbosa estava com 37 anos, quando voltou a São Januário, onde chegara em 1945. Titular a partir de 1946, e até meados de 1956, encontrou Miguel e Hélio como concorrentes. Gradim confiou nele e lhe fez titular por todo o primeiro turno, quando só ficou fora de uma partida, No returno, começou a dividir a vaga com os outros dois, até que Miguel ganhou a parada e fez os jogos decisivos. No entanto, Barbosa atuou mais do que os rivais, 14 vezes, contra 9 de Miguel e três de Hélio.
TEMPORADA - Barbosa ficou na Colina até 1960. Um ano antes,  protagonizou uma das  mais incríveis histórias de um goleiro brasileiro. Aos 38 anos, recebeu a nota 10 pela sua atuação em Vasco 0 x 0 Flamengo, pelo Torneio Rio São Paulo. Em sua edição Nº 180, de 2 de maio de 1959, a principal revista esportiva brasileira, a “Manchete Esportiva”, analisou assim a sua atuação na partida do dia ....: “Começou sem ter trabalho e acabou sendo a maior figura do jogo, quando o Flamengo cresceu. Nota 10”.
Além de lhe dar a nota máxima, sob o título “Barbosa, o bom velinho, foi o dono da bola”, a revista carioca publicou uma sequência de três fotos em que ele pratica uma defesa dificílima, aos pés de um atacante rubro-negro. Diz a legenda: “Moacir Barbosa acabou se convertendo na atração principal de Flamengo e Vasco. Operou defesas sensacionais, notadamente na segunda fase da partida, quando o Flamengo tentou a vitória sob todas as formas. Eis o veterano arqueiro mostrando numa defesa como se salva um time de uma derrota certa.” 
Abaixo, ocupando cinco colunas, a o editor estampou mais uma foto de Barbosa em ação e escreveu acima da fotografia: “O segredo de Barbosa intriga muita gente. A verdade é que, quando mais velho, melhor ele fica. Notem a carta espantada de Belini, nesta foto. Em contraponto, o velho Moacir Barbosa abaixa-se firmemente para a defesa”.
TALENTO - Dias depois, Barbosa enfrentou o Santos, no Pacaembu, em São Paulo. Daquela vez, quem se rendeu ao seu talento foi Nélson Rodrigues. Pela coluna em que ele elegia “Meu personagem da semana”,  dedicou um “canto de louvor” ao veteraníssimo goleiro, pelo último número da “Manchete Esportiva, que foi às bancas com data de 30 de maio daquele 1959.  Escreveu: “...ele (Barbosa) esfrega a sua eternidade na cara da gente... se trata da eternidade mais viçosa já ocorrida no futebol brasileiro. No comum dos mortais, a vida é uma luta do corpo a corpo contra ao tempo... Para Barbosa o problema de folhinha (calendário)  e de relógio não existe. É o homem sem tempo, que esqueceu o tempo, que vive sem o tempo, muitíssimo bem”.        
 Naquela coluna, Nélson lembrava do infortúnio de Barbosa, ao sofrer o gol de Gigghia, na final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, que fez o Uruguai virar o placar, para 2 x 1 sobre ao Brasil. Segundo ele, o brasileira já havia se esquecido de todas as mazelas que haviam atingido a pátria amada, menos daquele gol. Ele, porém, o glorificava. Assim: “Nove anos depois de 1950, Barbosa joga contra o Santos.... Funcionou num time de reservas contra um dos maiores, senão o maior time do Brasil... Começa o jogo e , imediatamente, Pelé invade, perfura e, de três metros, fuzila... Barbosa defendeu e com que soberbo descaro. Daí para a frente a partida se limitou a um furioso duelo entre o solitário Barbosa e o desvairado ataque santista”.
SOBROU - O treinador  Francisco de Souza Ferreira, o Gradim havia experimentado 12 de 14 goleiros que haviam passado, nos últimos tempos pelo clube – sobraram Miguel e  Barbosa. Indagado por um repórter da “Manchete Esportiva”, sobre quem havia atingido a perfeição com a camisa 1, respondeu: “Barbosa... Confesso que o apanhei, no ano passado, com o intuito de safar a onça... Barbosa, em 1959 está melhor do que em 58. Com Barbosa, em forma explendorosa, e Miguel em ascensção, o Vasco não tem a menor preocupação com ao arco”.  
Barbosa nasceu em 27 de março de 1921, em Campinas-SP e viveu por 79 anos, até 7 de abril de 2000, em Praia Grande-SP. Encerrou a carreira, em 1962, pelo Campo Grande-RJ. Defendeu a Seleção Brasileira entre 1949 e 1953, com 22 jogos, sendo 16 vitoriosos, dois empates e quatro derrotas. Sofreu 31 gols. Foi campeão sul-americano, em 1949; da Copa Rio Branco-1950 e vice da Copa do Mundo-1950.(foto acima reproduzida de www.crvascodagama.com.br). Agradecimento.

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