Bianchini é o terceiro agachado, com Mané Garrincha na ponta-direita |
Os
cartolas da década de 1960 diziam que a legislação esportiva só servia para
gerar indisciplina. Para eles, os
jogadores faziam tudo para serem negociados e levarem o seu. Bianchini achava
os 15% que um atleta levava em uma transferência algo irrisório, pois
considerava a carreira muito curta para se ter tempo de formar um bom pecúlio e
ter um futuro tranquilo. Para ele, uma ilusão. Na opinião dele, goleador que
passou, também, pelo Flamengo, em vez dos 15%, a lei deveria conceder 90% ao atleta trocante de clube. “Ou criar um
compensatório amparador do profissional que não conseguia sair dos pequenos
clubes, sendo obrigado a trabalhar após as pernas não dar mais para correr, em
empregos que não lhes permitisse manter o status anterior”, defendia ele, que via
muitos jornalistas “tentando deturpar a verdade, deixando a opinião pública
contra os atletas”.
ÚLTIMO A
SABER – Até chegar a São Januário, Bianchini percorreu uma estrada complicada. O
América, do México, o tirou do Bangu, e lhe permitiu ir a Cordeiro-RJ, em 19 de janeiro de 1965, acertar negócios,
com o irmão Vicente, seu sócio em uma padaria. Oito dias depois, recebeu um
telefonema, de Irineu Chaves, o representante, no Rio, do empresário Cacildo
Osés, avisando-o que deveria se apresentar, imediatamente, ao Botafogo, para
submeter-se a exames médicos e assinar um outro contrato. Antes de viajar,
entrou em uma negociação que levava o meia alvinegro Arlindo para o México.
Assim, no dia 28, foi a clube e acertou
tudo com o presidente Nei Cidade Palmeiro e o diretor Brandão Filho: Cr$ 10
milhões de cruzeiros, de luvas, metade na assinatura do contrato, e a outra
parte em parcelas mensais, a partir de março, com salário de Cr$ 200 mil
mensais, por dois anos de vínculo.
Bianchini (D) jogou com Mané durente um amistoso em Cordeiro-RJ |
CANARINHO - Por já
ter sido convocado para a Seleção Brasileira, Bianchini ganharia, do Botafogo,
Cr$ 70 mil cruzeiros sempre que entrasse em campo. Como Arlindo era meia, pouco
de fazer gols, ao contrário dele, “Bianca” achava que cairia, rápido, no gosto
da torcida do novo clube, balançando muitas redes. Malmente sabia ele que,
logo, estaria a caminho de São Januário.
Adhemar Bianchini
de Carvalho era o nome do atleta, nascido em 28 de setembro de 1940, em
Euclidelândia-RJ. Filho de Vicente Domingos Carvalho e de Ana Bianchini
Carvalho, media 1m68cm, calcava chuteiras de nº 38 e seu peso ideal era 65
quilos. Cria do Cordeiro Futebol Clube, assinou o seu primeiro contrato, em
1960, com o Bangu, pelo qual jogou até 1964 e foi o principal artilheiro do
Campeonato Carioca de 1963, com 18 gols. Esteve vascaíno, inicialmente, em 1966,
temporada em que participou do título do Torneio Rio-São Paulo (o Vasco
terminou empatado com Botafogo, Santos e Corinthians). No ano seguinte,
defendeu o Sport-PE e o Atlético-MG, para voltar à Colina em 1968. Viveu até 27
de outubro de 2005. Até encerar a carreira, ainda vestiu as camisas do
Flamengo (1969/1970), São José-SP e Red Star, da França, e Puebla, do México,
os três no mesmo 1970. (fotos do arquivo do ex-goleiro cruzmaltino Valdir Appel). Agradecimento.
NETVASCO - 28/10/2005 - 12:55 - Bianchini, ex-atacante do Vasco, morre aos 65 anos
ResponderExcluirAdhemar Bianchini de Carvalho, o grande atacante Bianchini, do Bangu, Botafogo, Vasco, Flamengo e Seleção Brasileira, nascido no dia 28 de setembro de 1940, morreu no dia 27 de outubro de 2005, aos 65 anos, não resistindo a uma operação de coração, no Hospital São Lucas, na cidade de Nova Friburgo (RJ).
Bianchini morava na cidade de Cordeiro (RJ), região serrana do Rio, a três horas de carro da cidade maravilhosa. Ele era casado com Dona Fernanda e deixou duas filhas (Fabíola e Verônica) e dois lindos netos (Samyr e Alice, ambos filhos de Fabíola e de Samyr Dabul Stork, fanático flamenguista)
O perigosíssimo matador Bianchini, que esteve nas cogitações do Santos por insistentes pedidos de Pelé, defendeu, entre 58 e 73, as seguintes equipes, como profissional: Bangu Atlético Clube, Botafogo, Vasco, Flamengo, Sport do Recife, Atlético Mineiro, Red Star (Paris/França) e Puebla (México), onde encerrou sua brilhante carreira.
Também teve passagem pela Seleção Brasileira, já que entre 64 e 67 era um dos grandes artilheiros do Brasil ao lado de Flávio, Silva, Toninho Guerreiro, Aírton Beleza (já falecido, assim como Toninho Guerreiro), César Maluco, Fio Maravilha, Artime e etc...
Bianchini, que foi dono de padaria em Cordeiro (RJ), revelava jogadores e trabalhava como técnico profissional. Ele até pretendia assumir um time no Oriente Médio, especialmente no Catar, um país que adoraria ter conhecido.