Zoca, Vaidosa e Volúve, lançada ao mar, em novembro de 1998, foram os primeiros barcos vascaínos |
Estava dado o aviso. Uma nova potência no “rowing” estava chegando. Tanto que repetiu a dose em 1906/12/13/14/19/21/22/23/24/1927 a 1932 e de 1934 a 1939. Dois pentas? Pouco! O Vasco foi buscar 15 títulos seguidos, de 1944 a 1959. Na década-60, entrou em entressafra. Só beliscou em 1961, quando o estado do Rio de Janeiro virou Guanabara, por Brasília tomar-lhe a vaga de capital federal. Mas, em 1970, as glórias voltaram em terra e mar: campeão no futebol e no remo. Seguiu-se mais uma paradinha, com novo título só pintando em 1982. Depois, retorno ao pódio em grande estilo: tetra-1908/2002. Por fim, canecos de 2000 e de 2008.
PONTO DE PARTIDA - Os carioca começaram a sair no braço a partir de 20 de agosto de 1846, com uma regata entre as canoas Cabocla e Lambe-Água. É o que informa o “Jornal do Comércio”. Em 1873, surge a primeira associação organizada, o Clube Guanabarense, seguido nas regatas por Cajuense (1885); Internacional (1887); Uninon des Canotiers e Fluminense (1892); Botafogo (1894); Icaraí e Flamengo (1895); Natação e Regatas (1896) e Boqueirão do Passeio 1897).
Uma regata íntima vascaina, no início do século 20 |
Em 1898, quando rolava o IV Centenário da descoberta do caminho marítimo para as Índias, quem chega? Um clube homenageando um capitão-mór enviado por Don Manuel, o “Venturoso”, para a maior aventura marítima do século 15. Mas, como você está careca de saber dessa história, pulemos, então, para a primeira conquista do glorioso Vasco da Gama.
Garagem de barcso vascaínos instalada na Serraria do Poço |
Pela ordem, para ser campeão, pela primeira vez, o Vasco disputou contra: Botafogo (1º páreo); Taça Jardim Botânico (2º); Flamengo (5º); Boqueirão do Passeio 7º); Campeonato do Rio de Janeiro (8º); Dr. Pereira Passos (10º) e Vasco da Gama (11º) . No inicial, a rapaziada ficou em segundo, com o barco “Gladiador”, yole a dois remos, classe sênior, patronado por Ernesto Flores Filho e remado por Manoel Costa e Joaquim Carneiro Dias. Na prova “Jardim Botânico”, os seniors vascaínos mantiveram a colocação, montados em “Albatroz”, yole de quatro remos, com Flores Filho repetindo o patronato e Manoel Costa, Manoel Ramos, Joaquim Carneiro Dias e Eugênio Monteiro remando.
Veio, então, o páreo em homenagem ao “Flamengo”. E saiu a primeira vitória. O barco era “Procelaria”, yole a oito remos, pilotado por veteranos, com patronato de Luciano Saroldi e remadas de Antônio Azevedo, Guilherme Azevedo, Alfredo Linhares, Antônio Carneiro, Carlos Leal Sobrinho, José da Silva Campos e Adeodato Pacheco. Na “Boqueirão do Passeio”, a canoa “Voga”, classe sênior, teve Flores Filho patronando, mais uma vez, com os remadores Júlio de Araújo Ribeiro e Antônio Contins ajudando-o a vencer. A rapaziada venceu, também, o páreo da classe júnior, “Dr. Pereira Passos”, homenageando o prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, com o yole “Açor”, a quatro remos. Luciano Saroldi patronou e Antônio Carneiro, Carlos Leal Sobrinho, José da Silva Campos e Deodato Pacheco remaram.
A FESTA - Por fim, o “Almirante” soltou as amarras do seu primeiro título, em uma prova em sua homenagem, voltando a navegar com “Procelaria”, trocando a tripulação para sênior, patronada por Antônio Damaso. Os remadores campeões foram: Júlio de Araújo Ribeiro, Antônio Contins, Albano Pereira da Fonseca, Abel F. Costa, Antônio Pateira, Delfim Leite, José Alves Pinto e Eduardo Soares.
Enquanto isso, no oitavo páreo do programa, “Campeonato do Rio de Janeiro”, entre os remadores que foram em busca da medalha de ouro estava Antônio Taveira, avô do maior goleador do time de futebol cruzmaltino na década de 1960, Célio Taveira Filho, autor de 100 gols e ganhador de vários títulos. O Vasco repetiu o barco e o patrão da prova anterior, e, além do “vovô sangue bom”, os outros eram: Albano Pereira da Fonseca, Manoel da Silva Rabelo, Raymundo Martins, João Jorio, Manoel Rezende, Joaquim Duarte e João Saliture. (fotos reproduzidas do arquivo do Club de Regatas Vasco da Gama). Agradecimento.
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