Hoje faz, exatamente, 65 anos que o Flamengo
preparou a maior festa para a sua galera. E convidou logo quem? Os vascaínos! Explodiu
muitos fogos explodindo o céu dos cariocas e deixou curiosos os que não acompanhavam
as notícias do “balípodo”.
Naquele dia, o clube vermelho-e-preto
inaugurava o seu estádio, na Gávea. Para ele, a festa só seria completa passando
por cima do seu maior rival, o proprietário da maior praça de esportes do país,
na Rua General Almério de Moura, com fundos para a Rua São Januário. E o Fla acreditou
que seria capaz.
Bons
de festas, os rubro-negros poderiam ser. No entanto, pareciam não serem grandes
observadores das estatísticas. Se até ali, desde 29 de abril de 1923, quando encararam
o “Almirante”, pela primeira vez, e foram afundados, por 3 x 1, já “deviam” duas – 12 triunfos cruzmaltinos e
três empates –, logo, não seria fácil reduzir a diferença de suas vitórias para
uma só. Além do mais, no meio do percurso, estavam registradas tremendas humilhações:
7 x 0, em 26 de abril de 1931, e 5 x 2, em 1º de maio de 1934. Sem falar que,
no aniversário deles, no 15 de novembro de 1925, quando marcaram a primeira
festa com a presença de um convidado rico, não foram além do 1 x 1. Então, a parada
seria dura. E foi! Fácil, para a “Turma da Colina”.
Mais antigo – três anos –, o Flamengo, evidentemente, tinha mais quilômetros
rodados do que o seu convidado. Enquanto corria atrás da bola desde 2003, o seu
futuro maior rival só o faria a partir de 1916. E só o teria por adversário
mais sete temporadas adiante, quando o parceiro já contava com três títulos
estaduais. Sem problemas! Os cruzmaltinos eram de virar a história. Em 1938,
chegaram para o confronto festivo com apenas uma título estadual a menos: 4 x 5
Fla.
Veio, então, a tarde do festão rubro-negro. O
treinador húngaro Dori Krueschner mandou para o gramado – Válter Goulart, Domingos da Guia, Marin,
Médio, Fausto dos Santos, Natal, Sá, Valido, Leônidas da Silva, Valdemar e Jarbas
– uma patota louca para traçar uma loira, estupidamente gelada, depois da pugna.
Daquela turma, Domingos, Fausto e Leônidas já haviam vestido a jaqueta
cruzmaltina, e sabiam “com´ é´que é!”
Impaciente pelo começo do forrobodó, a torcida
flamenguista começou a assoviar, para sua senhoria, o árbitro José Ferreira
Lemos, o “Juca da Praia”, mandar o sambinha rolar. Afinal, a festança já passava
da hora de começar. E, enfim, começou. Os organizadores só se esqueceram de
combinar com o minerinho ‘come-quieto” Niginho. Como nada lhe avisaram, ele
mandou duas pipocas quentes na chapa do “Urubu”. E quem voou foi Krueschner, importado
para modernizar os sistemas táticos brasileiros.
Vale ressaltar que o impiedoso do Niginho era irmão de Orlando Fantoni, atleta vascaíno, entre 1948 e 1950, e treinador campeão carioca em 1977. Portanto, bater no Flamengo era assunto de família. Convenhamos!
SARGENTÃO - A moçada de São Januário
era treinada por um uruguaio barra pesada, o Ramón Platero, que mandava tinir
na afinação das canelas dos marmanjos. Ainda bem, pois eles viravam qualquer
placar, razão de serem membros do apelidado “Time da Virada”. Era assim:
desafiante com “gravata pra fora”, no segundo tempo, eram esfolados. No caso da
execução da inauguração rubro-negra, os executores foram: Joel, Jahu,
Florindo, Oscarino, Azziz, Argemiro, Bahia, Gabardino, Niginho, Villadoniga e
Luna. Vale ressaltar que o impiedoso do Niginho era irmão de Orlando Fantoni, atleta vascaíno, entre 1948 e 1950, e treinador campeão carioca em 1977. Portanto, bater no Flamengo era assunto de família. Convenhamos!
Vencer o Flamengo nos 4 de setembro terminou virando um dos esportes prediletos dos vascaínos. Se bem que isso começara por 1932, quando eles mandaram 5 x 1. Em 1960, a dose foi fraquinha: 1 x 0, mesma quantidade de 1988. Tá no caderninho. Não dá pra apagar! (foto reproduzida dos sites NetVasco/Mauro Prais). Agradecimento.
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