Semanária
do empresário Roberto Marinho, a revista carioca “O Globo Sportivo” antecedeu a
“Manchete Esportiva” na prática de não ligar muito para a cata de anúncios.
Tinha um grande jornal por trás para segurá-la.
Bem diversificada, visitando os mais diversos
esportes e abrindo espaços para divulgar individualmente os atletas, a
publicação apresentava grande potencial
para os anunciantes colocarem as suas peças publicitárias. Inclusive,
trazia algo que o torcedor gostava muito, as historinhas em quadrinhos, as
vezes até duas por edições, desenhadas por Vasquez e Otelo Caçador, e as cartas
que chegavam dos mais diferentes pontos do país, indagando sobre fatos do
futebol e que eram respondidas pela redação. Desperdiçava, porém, este dado, que
seria uma boa informação para possíveis clientes. 

Comparadas com a Manchete Esportiva, que era
moderníssima para a sua época, a revista de Roberto Marinho parecia muito
antiga, com diagramação, as vezes, em uma, duas e três colunas largas, além de texto muito grande, o que cansa o leitor. Também,
em alguns casos, a qualidade das fotos era sofrível.

Uma terceira divulgação de produto na mesmas
ediçã, da água sanitária Super-Globo, estava inserido, como anunciantes no
programa humorístico de Silvino Neto, o “Clube das Camaradagem”, transmitido
pela Rádio Globo-PRE 3, que valorizava o seu comunicador como “o humorista Nº
1”. E só.
Mais adiante, pelo pela mesma temporada e pelo
Nº 662, de 20 de outubro de 1951, com mais um atleta cruzmaltino na capa –
Friaça –, a revista trouxe quatro anúncios – Grapette, refrigerante de uva, com
desenhos de um rapaz e de uma moça, e a gracinha no texto “Ivo vê a Eva; Eva vê a uva”; do polvilho
antisséptico Granado, também com desenhos; da Gilette, em um colunão ocupando
mais da metade de página e o desenho humorístico de um sujeito cantando serenata
e a homenageada atirando um prato na cabeça dele. A mensagem era inteligente:
“Se a cosias está preta para ele” dizia que ficaria “tudo azul para os que usam
Gilette Azul”. E agora colocava o desenho do cantor feliz ao lado da paquerada,
com o texto fazendo alusão a um programa radiofônico de calouros, e o constante
Juventude Alexandre que vinha anunciando-se desde os tempos da revista Esporte Ilustrado.

Assim, na fase do melhor time que o futebol
brasileiro havia montado, com comerciantes portugueses de cofre cheio, jogou-se
fora um bom mercado publicitário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário