Em
março de 1970, quando o desportistas ressentia-se da falta de uma boa revista
esportiva de circulação nacional, chegou “Placar”, da Editora Abril. Das duas
últimas publicações esportivas de circulação nacional, a Revista do Esporte e A
Gazeta Esportiva enquadravam-se em uma gíria da época: “já era!”

Se à porta da Copa, que teria o Brasil entrando
no dia 3 de junho, o escrete nacional ficava no 1 x 1, com o timeco banguense, empatando
aos 26 minutos do segundo tempo (após perder no primeiro), com gol contra de
zagueiro, o que um vendedor de anúncios teria
de fazer para convencer um cliente? Evidentemente, ninguém queria associar a
imagem do seu produto a uma equipe que não entrasse para vencer. E olhe que o
time que tropeçou diante dos “Mulatinhos Rosados de Moça Bonita”, no Estádio
Proletário, em Bangu, alinhava o que de melhor havia pelos nossos gramados – Ado-Cor; Carlos Alberto Torres-San (Zé Maria-Cor),
Brito-Fla, Joel Carmargo-San e Marco Antônio Flu; Clodoaldo-San (Zé Carlos-Cruz,
Dirceu Lopes-Cruz (Edu-San) e Rivellino-Cor; Jairzinho-Bota, Pelé-San e Paulo César-Bota.

Pouco
adiante, à página 11, era a agência de viagens Exprinter, de olho no transporte
do torcedor brasileiro para o México, que gastava uma página vendendo a imagem
de que ela seria a camisa 12 na busca pelo tri. Virada mais uma folha, quem
entrava em campo era a cueca Zorba, garantindo “elasticidade”, como todo
torcedor gostaria de ver no futebol da Seleção Brasileira. Para ele, a bola
canarinha deveria, sempre, exceder, como o óleo Shell Super, que a propaganda às
páginas 23 e 24 dizia que “excede”. Pelo menos, uma montagem com Pelé pedalando
a jogada conhecida por “bicicleta”, por várias pernas, excedia naquela peça
publicitária bem moderna para o começo de década-1970.

O
empate Seleção Brasileira 1 x 1 Bangu derrubou a vendagem de anúncios para o Nº
2 de Placar, mesmo com a moçadas goleando o Chile, por 5 x 0, no dia 22 de
março, 48 horas após o lançamento da primeira edição. Apenas três anunciantes
compareceram às páginas – Conhaque Dreher e os repetentes Ducal e Cigarro Continental
– jogo duro!
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