

Outros anúncios
daquela mandavam avisar que, se o time campeão passou muita dor de cabeça aos
adversários, a saída para um sorriso pós-dor era a Cafiaspirina, “o remédio de
confiança” da alemã Bayer. Por falar em cabeça, se o torcedor era vaidoso e não
queria parecer velho, com cabelos brancos, uma garrafa de Juventude Alexandre
sumia com o problema, evitando tingimento.Nesse lance de vaidade quem entrava
também era a Loção Phenomeno (sem acento) , fortificador dos cabelos e que gritava: “Sae,
caspa!” (no original).
Ser um bom orador
também seria uma grande jogada. Melhor ainda mantendo a calma, dominando os
nervos com Adalina, mais um produto Bayer. Marcar a hora de usá-lo poderia ser
pelo relógio Cyma Automatic, um modelo tão elegante quanto a elegância vendida
pela Camisaria Veneza, da Rua Pedro I,
ou pelas roupas para esporte, praia e campo vendidas pela Mesbla, na Rua do
Passeio, tudo isso no Rio de Janeiro. Esta era a onda, também, da Vieira de
Castro, empresa com cinco lojas vendendo vestuário, chapelaria, calçados,
perfumes, produtos esportivos, de higiene pessoal e para a mesa, e a Casa José
Silva. E, como ninguém era de ferro, batia-se uma pelada, com bolas Superball
e, depois, molhava-se o pescoço por dentro com Braham Chopp.

POTÊNCIA
PLANETÁRIA – Entre 1945 e 1952, o Vasco da Gama foi o time mais forte do
futebol brasileiro e um dos melhores do mundo. Chegou a vencer o inglês Arsenal,
que se considerava o numero 1 – os ingleses não disputavam a Copado Mundo, por
acharem que não havia adversários para eles. Logo, os vascaínos seguiam sendo caminho
das pedras para vendas de anúncios.
Quando da conquista do último título da “Era
Expresso da Vitória”, em 1952, a Esporte Ilustrado vendeu 27 anúncios para Nº 775, (32 páginas) publicado em 12 de fevereiro de 1953, com a demora causada pelo tempo oferecido aos contatos publicitários para as vendas de espaços no mercado
carioca.

Com tal estatística ajudando, foram vendidas três páginas inteiras – Brahma Chopp, Cibrasil
e Alberto Portella & cia Ltda, vendedor do sofá Camabel –; quatro de três
colunas – Ladrilhos Ayres; Creme de Milho Lux; Polar (calçados) e Perfumaria
Meyer; oito de duas colunas – Casa Marques (armarinho e confecções); Velas Senun
(para filtros de água); A Portuense (joalheria, relojoaria, prata e filigranas portuguesas);
Calçados Souto; Calçados Fox; Óleo de Peroba; Joalheria Área e Almeida e Comércio
Indústria de Ferro e Patrone (caramelos, toffus e ovos de páscoas) –; duas de
uma coluna, de ponta a ponta – Caixa Econômica Federal e Polvilho Antisséptico
Granada –; dois aparecimentos do lustra
couros Tic-Tac, com quatro coluna verticais, em pé de página, com 21 x 6 cm, e
pequenas inserções – Loção Phenomeno; Curso Prático de Danças Ritz; Amaralina (tônico capilar) e Peitoral Pinheiro
(contra tosse).

ESTAMPA - Esporte Ilustrado era o que de melhor o desportista
brasileiro poderia ter, entre as décadas-1930 e até as suas quase 900 edições
semanais. Trazia muitas fotos de jogos, de gols, de atletas, de times posados e
de pessoal que complementava o ambiente.
E tinha o diferencial de mostrar lances
de bola na rede por gráficos. Mesmo assim, pode-se considerar, hoje, pequena a
sua inserção publicitária, se comparada com o que vendeu a revista Placar, entre 1970 e 2015, quando pertenceu à Editora
Abril – atualmente, é da Editora Caras. Vale assinalar, no entanto, que, por
aquela época, não havia as multinacionais do esporte e firmas fortes brasileiras
se divulgando por até duas páginas.

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