Vasco

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quarta-feira, 31 de maio de 2017

O GOL MAIS BONITO DE VÁLTER MARCIANO

Meia-armador, Válter era santista e foi buscado pelo Vasco para arrumar a ligação de sua defesa com a rapaziada da frente, numa fase em que a "Turma da Colina" passava por uma entressafra. Com o final do "Expresso da Vitória", o time quase imbatível, em 1952, os novos tempos eram de estudos e tentativas para dar uma nova "esquadra" forte ao "Almirante".
Válter caiu muito bem na "meiuca" vascaína, chegando a marcar seis gols nos primeiros sete jogos do Campeonato Carioca de 1955, um a menos do o líder do pelotão de fuzilaria. Foi diante do São Cristóvão, pela terceira rodada, em 21 de agosto, que ele marcou o que considerou o seu tento mais bonito.
Conforme narrou para o repórter Sérgio Lopes, para o Nº 912, de "Esporte Ilustrado", no lance, Laerte lançou Sabará, que escapou, pela ponta direita, e cruzou bola aérea para a área dos "Alvos", encobrindo o zagueiro Jorge, que pulou e não achou a pelota. Acompanhando tudo, Valter mandou uma bicicleta e a bola para o canto direito do inapelavelmente batido goleiro Neném. O tento saiu quando o placar era 1 x 0.
Gráficos desenhados por William
  O belo gol faz parte da história do estádio da Rua São Januário (fundos), foi apitado por Ivan Capeletti, rendeu Cr$ 88 mil,741 cruzeiros (a moeda da época) e teve Válter saindo por três vezes para o abraço – Pinga e Parodi completaram os 5 x 0 da rodada em que o técnico Flávio Costa escalou: Vítor Gonzalez, Paulinho e Haroldo; Laerte, Orlando e Dario; Sabará, Valter, Ademir Menezes, Pinga e Parodi.    
O gol mais bonito era uma das atrações para os leitores da revista
    

Midfielder, Valter was a Santista and was sought by Vasco to fix the connection of his defense with the boys from the front, at a stage when the "Turma da Colina" was going through an offseason.
With the end of the "Express of Victory", the team almost unbeatable in 1952, the new times were studies and attempts to give a strong new "squad" to the "Admiral."Válter fell very well in the Vasco "meiuca", reaching to score six goals in the first seven games of the Carioca Championship of 1955, one less than the leader of the firing squad.
It was against St. Kitts, for the third round, on August 21, that he scored what he considered his most beautiful goal.As he told reporter Sérgio Lopes – No. 912, in "Esporte Ilustrado" – Laerte sent Sabará, who escaped on the right wing and crossed the ball into the "Targets" area, covering defender Jorge, Who jumped and did not find the ball. With everything in hand, Valter sent a bicycle and the ball to the right corner of the ineluctably beaten goalkeeper Neném.
The goal came out when the score was 1 x 0.
The beautiful goal is part of the history of the Rua São Januário stadium (funds), was nicknamed by Ivan Capeletti, earned Cr $ 88 thousand, 741 cruzeiros (the currency of the season) and had Valter coming out three times to embrace - Pinga and Parodi completed the 5 x 0 of the round in which coach Flávio Costa climbed: Vítor Gonzalez, Paulinho and Haroldo; Laerte, Orlando and Dario; Sabará, Valter, Ademir Menezes, Pinga and Parodi.
The most beautiful goal was one of the attractions for the magazine readers


 

terça-feira, 30 de maio de 2017

ALMIRANTE CONTRA O 'MANÉ'

O Campeonato Carioca de 1953 ganhara uma grande atração: um cara todo torto, pela ponta-direita do ataque do Botafogo. Chamado, inicialmente, pela imprensa, por Gualicho, o nome de um cavalo de corridas, ele consagrou-se mesmo foi com o apelido de Garrincha. Na verdade, Manoel dos Santos.
Garrincha, apelidado, algum tempo depois,  por Mané Garrincha, vestira a camisa alvinegra, pela primeira vez, em uma partida do time de aspirantes, vencendo o Avelar, por 1 x 0, em 21 de junho daquele 1953. Passado uma semana, já estava no time profissional, ajudando a golear o Cantagalo, por 5 x 1. Oficialmente, a estreia seria em 19 de julho, ainda de  1953. pelo Campeonato Carioca, marcando três gols nos 6 x 3 sobre o Bonsucesso.

Em 27 de dezembro daquela temporada, Garrincha estava no 1 x 1, com o Vasco, no Maracanã. Ele vinha sendo um demônio de pernas tortas naquele campeonato, quando marcou 20 gols em 27 jogos – dois a menos do que o principal artilheiro da competição, o paraguaio Benitez, do campeão Flamengo. Com 37 pontos, os alvinegros (16 vitórias, 5 empates, 6 derrotas, 59 gols pró e 28 contra) ficaram em terceiro lugar, deixando o Vasco, com 34 pontos, em quarto lugar (12 vitórias, 10 empates, 5 derrotas, 68 gols pró e 40 contra).
No entanto, na primeira temporada de Garrincha, que viria a ser um dos maiores astros da história do futebol, ele não venceu os vascaínos, dos quais, por sinal seria um grande freguês. Em 20 jogos, entre 1953 e 1965, pelo Botafogo, perdeu 20, empatou sete e ganhou 10. Depôs, o Mané, perderia, por 3 x 0, defendendo o Corinthians, em 1966, e por 2 x 0,em 1968, por 2 x 0, pelo Flamengo – pelos alvinegros, a última partida contra o Vasco foi em 5 de setembro de 1961, caindo, por 2 x 1, na final da I Taça Guanabara.  

Vasco 1 x 1 Botafogo,  segundo jogo de Garrincha contra a “Turma da Colina”, valeu pelo terceiro turno do Cariocão-1953, no Maracanã, apitado por Alberto da Gama Malcher. Rendeu Cr$ 765 mil, 690 cruzeiros e 60 centavos e teve gols vascaíno de Alvinho (foto/D) e alvinegro de Carlyle, ambos no segundo tempo. Flávio Costa era o treinador da cruz de malta, com seu time sendo: Osvaldo Baliza, Beto e Haroldo; Ely, Mirim e Jorge; Sabará, Vavá, Alvinho, Pinga e Djayr. O Botafogo teve: Gilson, Gérson, Nílton Santos, Arati, Bob, Juvenal, Garrincha, Ceci, Carlyle, Jaime e Vinícius. Técnico: Gentil Cardoso.
Detalhe: o primeiro jogo de Garrincha contra o Vasco foi em 15 de agosto de 1953, pela sexta rodada do primeiro turno do Campeonato Carioca, no Maracanã e a “Turma da Colina” goleou, por 4 x 1, com gols de Maneca (3) e Pinga – Vinícius fez o alvinegro. Carlos de Oliveira Monteiro apitou e a renda foi de Cr$ 777 mil, 958 cruzeiros e 70 centavos. O Vasco foi:  Ernâni, Mirim e Bellini; Ely, Danilo e Jorge; Sabará, Maneca, Ipojucan, Pinga e Alvinho. Técnico: Flávio Costa. O Botafogo contou com: Gilson, Gérson, Nílton Santos, Arati, Bob, Juvenal, Garrincha, Geninho, Dino, Ariosto e Vinícius.Técnico: Gentil Cardoso.


 
 
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

HISTÓRIA DA HISTÓRIA - CANECADA

A data 29 de maio é gloriosa para a "Turma da Colina". Valeu dos títulos regionais, com a rapaziada carregando dois canecos paras as prateleiras da Colina. Confira:

29 DE MAIO DE 1977 - Vasco 2 x 0 Botafogo valeu a conquistou a Taça Guanabara-1977, com um cartel indiscutível. Venceu os "grandes" e distribuiu goleadas para os  "pequenos" Bangu, Campo Grande e Olaria.  A apagada da "Estrela Solitária"  foi em um clássico de casa cheia: 131.741 pagantes, valendo o caneco do primeiro turno regional. Luís Carlos Félix apitou e Roberto Dinamite emplacou as duas pipocas nas redes alvinegras. Foi ordem, do “Titio” Orlando Fantoni,  ganhar mais uma do velho freguês, obedecida por: Mazaropi; Orlando ‘Lelé”, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanata e Dirceu; Wilsinho (Luís Fumanchu), Ramon Pernambucano (Helinho), Roberto Dinamite.
CAMPANHA: 27.03.1977 – Vasco 2 x 1 Goytacaz; 03.04 – Vasco 6 x 0 Bangu; 06.04 – Vasco 4 x 0 Campo Grande; 10.04 – Vasco 0 x 1 América; 13.04 – Vasco 3 x 0 Olaria; 17.04 – Vasco 7 x 1 Madureira; 24.04 – Vasco 3 x 0 Flamengo;  07.05 – Vaso 1 x 0  Fluminense; 15.05 – Vasco 3 x 1 Portuguesa; 18.05 – Vasco  2 x 1 Bonsucesso; 25.05 – Vasco 3 x 0 Americano; 29.05 – Vasco 2 x 0 Botafogo.     
29 DE MAIO DE 1988 -  Em Vasco 2 X 1 Fluminense, a rapaziada conquistou  a Taça Rio. Mediado por Aloísio Viug, o clássico teve poucos corações na assistência (36.496), mas muitas emoções para a galera vascaína. 
Foi outra conquista indiscutível, pois contou com vitórias sobre os três grandes rivais. O time do técnico Sebastião Lazaroni só definiu o placar diante dos tricolores pelo final da partida. Sofreu um gol, com um minuto de bola rolando, e teve de fazer valer a sua sina de "time da virada".  Na etapa final, em dois minutos, aos 37 e aos 39, respectivamente, Vivinho e Bismarck resolveram a parada, tirando o grito de gol da garganta da galera. A “Turma da Colina” foi à luta com: Acácio; Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Zé do Carmo, Henrique e Geovani; Vivinho, Romário e William (Bismarck).
CAMPANHA: 02.04.1988 – Vasco 2 x 0 Volta Redonda; 10.04. 1988 – Vasco 0 x 1 Cabofriense; 13.04.1988 - Vasco 1 x Friburguense; 16.04.1988 – Vasco 0 x 0 Americano; 21.04. 1988 – Vasco 2 x 1 Goytacaz; 24.04.1988 – Vasco 1 x 0 Porto Alegre; 01.05.1988 – Vasco 2 x 0 Bangu;  08.05.1988 – Vasco 1 x 0 Flamengo; 14.05.1988 – Vasco  3 X América; 23.05.1988 – Vasco 3 x 0 Botafogo; 29.05.1988 – Vasco 2 x 1 Fluminense.

domingo, 28 de maio de 2017

O DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - SABRINA, A ATRIZ QUE VIVEU UM DRAMA

   Maria Lúcia Marquesine do Amaral, atriz e modelo fotográfico que usava o “nome artístico” Sabrina, conheceu e não resistiu aos encantos de um sujeito que sempre tivera fascínio misterioso sobre as mulheres. Adorou os cuidados lhe dispensados. Uma dia, porém, o sujeito mudou de modos. Durante uma discussão, agrediu-lhe, com palavrões, agarrou-lhe, pelos ombros, sacudiu-lhe, violentamente, jogou-lhe sobre uma poltrona e ameaçou quebrar-lhe todos os ossos. Ela conseguiu escapar de sua fúria e foi a uma delegacia de polícia registrar queixa.
Sabrina era atriz e modelo fotográfico
 Para o delegado de plantão, tratava-se de mais uma  briga de namorados que, depois, iam lhe encher o saco. Ainda mais porque o denunciado, Rodolfo Burgos, não tinha nenhuma passagem policial. Só que Rodolfo Burgos não era o próprio, mas Ronaldo Guilherme de Souza Castro, aquele mesmo – em liberdade condicional –, condenado pela participação na tentativa de estupro que fizera Aída Curi atirar-se do 13º andar do Edifício Rio Nobre, na carioca Avenida Atlântica, em Copacabana, no 14 de julho de 1958.
 Sabrina namorava “Rodolfo” há poucos meses. Não se lembrava, mas ele dizia tê-la conhecido, onze anos antes, quando ela era secretária de um dos seus advogados. Não dava pra reconhecer Ronaldo, pois o “Rodolfo” este era mais gordo, barrigudinho, tinha penteado diferente e não usava os óculos escuros “de playboy” que ficaram famosos na época do crime – as novas lentes, contra miopia, eram mais claras e tinham graus aumentados.
 Devido à tranquilidade que seu namorado aparentava, Sabrina não ligou muito para o fato de ele ter uma arma. Ao indagar-lhe do motivo, ele contou-lhe ter dissuadido um amigo (general), de matar um rival (major), por causa de uma mulher. A recebera, de  presente, pela sua atitude. Como o major terminou assassinado, por um tiro no peito, Sabrina ficou apavorada, intuiu que o seu amor inventara aquela história, mas ficou na dela, quietinha.

MEMÓRIA -  Condenado a 37 anos de prisão, Ronaldo apelou para novo julgamento e, em março de 1959, o advogado Romeiro Neto conseguiu inocentá-lo do crime de homicídio, ficando condenado só por atentado violento ao puder e tentativa de estupro.
 Após cinco temporadas de bom comportamento no xadrez, o juiz João Claudino, da 20ª  Vara de Execuções Criminais  do Estado da Guanabara, concedeu-lhe liberdade condicional. Mas deveria arrumar emprego – passou um tempo comprando e vendendo automóveis importados – e comprová-lo à Justiça, a cada 60 dias, bem como comunicar eventuais mudanças de endereço residencial, não frequentar locais atentatórios à moral, aos bons costumes e a ordem pública, e não usar armas de fogo. No entanto, só cumpriu o combinado por pouco tempo – voltou às manchetes, visitando à cidade, a capixaba Vitória, sem avisar às autoridades cariocas.  
  Tempos depois, houve ainda um terceiro julgamento, por homicídio simples e tentativa de estupro, e condenação a seis anos de reclusão. O promotor Pedro Henrique Miranda recorreu e aumentou a pena, para oito anos e nove meses. Ronaldo cumpriu seu “mandato de cadeia” e voltou à liberdade.
O falso "Rodolfo" era o real Ronaldo
  Filho de família tradicional do Espírto Santo, ao sair da prisão, Ronaldo passou a viver em casa de tios, no Rio de Janeiro, sem gastar nada. A mesada – NCr$ 650 novos cruzeiros – lhe enviada pelo pai, era gasta em roupas, bebidas alcoólicas e jogos de cartas.            
Quando Sabrina registrou queixa e “Rodolfo” foi preso, em agosto de 1969, a polícia entrou em sua valise uma pistola e documentos falsos. A nova prisão, além de anotar porte ilegal de armas, incluiu ligação com grupos terroristas, chamados, então, por subversivos. Engrossava um currículo que, a partir dos seus 19 anos de idade, quando chegou ao Rio de Janeiro, listava, entre outros itens, ser devasso, integrante da juventude transviada de Copacabana, expulsão de colégio, prisão durante o serviço militar e acusação por roubos – Ronaldo voltava a atacar.
  A última notícia sobre ele dizia ter-se tornado empresário, em sua terra, casado-se e ser pai de uma menina.
FOTOS REPRODUZIDAS DA ANTIGA REVISTA 'FATOS & FOTOS'

       

 

sábado, 27 de maio de 2017

VASCO DA GAMA 3 X 2 FLUMINENSE

O "Almirante" viveu um sábado emocionante. Abriu o placar, levou virada dos tricolores, mas depois virou pra cima deles, como é a sua tradição de eterno "Tima da Virada". Foi a sua segunda vitória neste Brasileirão – a primeira, no domingo passado, teve  2 x 1 Bahia.
O terceiro gol de Luís Fabiano pelo Vasco foi o 401 de
sua carreira. Foto de www.crvascodagama.com.br
 
Luís Fabiano abriu o placar, aos 25 minutos da etapa inicial. A virada tricolor saiu em dois pênaltis, em um espaço de seis minutos do segundo tempo. Mas Manga, em grande lance, livrando-se de vários marcadores, empatou, coincidentemente, aos 25, para Nenê cravar a vitória, aos 48 minutos da etapa final.

FICHA TÉCNICA – 27.05.20177 (sábado) VASCO 3 X 2 FLUMINENSE : 3ª rodada do Campeonato Brasileiro. Juiz: Raphael Claus-SP. Público presente: 20.442. Pagantes: 19.082. Renda: R$700.560,00. Gols: Luís Fabiano, aos 25 min do  1º tempo;  Henrique Dourado, aos 13  e aos 19; Manga, aos 25, e Nenê, aos 48 min do 2º  tempo. VASCO: Martín Silva; Gilberto, Breno, Paulão e Henrique; Jean, Douglas, Yago Pikachu (Nenê), Mateus Vital e Kelvin (Manga); Luis Fabiano. Técnico: Milton Mendes. FFLUMINENSE: Diego Cavalieri; Lucas (Marcos), Nogueira, Henrique e Léo; Orejuela, Douglas (Marcos Junior), Wendel e Gustavo Scarpa (Marquinho); Richarlison e Henrique Dourado. Técnico: Abel Braga. 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

26, OU O VENENO DO ESCORPIÃO - BARREIRAS, 115 ANOS

Em 1825, quando a primeira barca – “Babau” – parou pela Bahia Oeste, encontrou um porto deserto, no Rio Grande – afluente da margem esquerda do Rio São Francisco. Passados 22 anos, chegou por lá  o vapor “Amaro Cavalcante”. Três anos depois, já havia o casebre do pescador Plácido Barbosa. Mais 30? Anotava-se 20 moradias. E rolado mais 11? Quem apareceu no 20 de fevereiro daquele 1891 participou das comemorações pela elevação do pedaço a Distrito de Paz do atual município de Angical. Dois meses mais tarde, mais festas. Em 6 de abril, o ato estadual nº 237, de 6 de abril do mesmo 1891, promoveu a localidade a vila independente.
Reprodução de www.editoracerrado.com.br Agradecimento
 Barreiras tornou-se sede de comarca, pela lei  estadual nº 280, com o nome Ribeira e tendo por marco de instalação 1º de novembro de 1889. Rompendo mais três temporadas políticas, em 26 de maio de 1902, atingiu a categoria de cidade, pela lei estadual nº 449. Mas o festão de investidura  ao novo status só se deu varando seis meses, em 15 de novembro, quando a Filarmônica União e Jacaré tocou, fortíssimo, no sentimento de sua gente.

 DURANTE MUITO TEMPO, Barreiras apagou velinhas na data errada. Confundiram a sua independência polítca com  mudança de categoria. Sem problemas! O progresso, paulatinamente, foi chegando. Em 1916, surgiu “Rio Grande”, o primeiro jornal; em 1918, luz elétrica, serviço postal e o segundo jornal, “A Cidade”; em 1920, era o cinema que chegava, pela tela do Cine Ideal; 1821 marcou a criação do Ipiranga, o primeiroa clube de futebol, seguido por São João, Vitória, Bonsucesso, Barreiras, Comercial e etc; 1925, trouxe uma escola agrícola e a igreja matriz, dedicada a São João; em 1927, o primeir grupo escolar, homenageando o Juiz de Direito da Comarca, o doutor Costa Borges. E, em 1949, um dos mais famosos educandários do oeste baiano, o Ginásio Padre Vieira. E mais e mais foi acontecendo.
Lana Turner, em foto do álbum
de José Nunes da Mata

NO PERÍODO EM QUE o mundo viveu o seu maior conflito inerncional, entre 1939 e 1945, Barreiras teve um aeroporto operado por militares dos Estados Unidos e que tornou-se um importante ponto de ligação do Brasil-Norte-Sul.
 Em tempos da “Aliança para o Progresso”, era comum descer dos antigos aviões Douglas que pousavam na cidade, com destino ao Rio de Janeiro, gente como o ator Cesar Romero e a 'deusa' (a foto não deixa mentir) Lana Turner.
 Dizem que foi em Barreiras que surgiu o termo “forró”. Os militares do “Tio Sam”, quando liberados a programarem eventos, convidavam o povo da cidade e diziam que seria um encontro “for all” – para todos. E rolava a festa. E muitos namoros. Por sinal, muitas moças barreirenses acharam que a Segunda Guerra Mundial acabou na hora errada. Logo quando elas estavam perto de serem pedidas em casamento.      
É assim que rola a história de uma das mais progressistas cidades do interior brasileiro. Barreiras já é o 12º produtor nacional de soja, atividade que turbinou a sua economia, deixando-lhe com mais 160 mil almas vivendo em seu perímetro urbano. Por lá, já se entra lojas, supermercados e hotéis que nada ficam a dever casas do ramo instaladas por Brasília, Goiânia, ou qualquer outra cidade do Centro-Oeste.
Antônio Balbino, em foto
do álbum de
José Nunes da Mata
  BARREIRAS JÁ OFERECEU um governador à Bahia, Antônio na Câmara, o deputado federal Tarcilo Vieira de Melo, em 1955, durante o mandato do presidente Juscelino Kubitscheck. Também, um dos maiores líderes empresariais da primeria metade do século passado, Geraldo Rocha, criador de jornais e revistas no Rio de Janeiro – A Noite e Noite Ilustrada, por exemplo – e da Rádio Nacional, que lhe foi confiscada pelo presidente Getúlio Vargas que, por sinal, tempos depois, visitou os barreirenses, como também o fez o seu sucessor Eurico Gaspar Dutra.
  Barreiras tem, também, o sorriso de suas morenas – donas de sotaque vagaroso –, dentro de biquines moderninhos, exalando alegria pelas águas do Rio de Ondas. De quebra, pra esquentar a alma, uma pinguinha 100sacional! Confira!       

       

quinta-feira, 25 de maio de 2017

REVISTA DO KIKE - O 'PERNAMBUQINHO'



 Havia um empresário, em Recife, um tal de Cier Barbosa, que tinha por esporte predileto indicar revelações do Sport Recife ao Vasco da Gama, como Vavá – Edvaldo Izídio Neto. Depois,  Almir Morais de Albuquerque. 
Almir aconteceu muito rápido em São Januário. Até poderia ter disputado a Copa do Mundo-58. Fora convocado para os treinamentos, depois dispensado do grupo, mas esteve perto de voltar a integrá-lo, quando a comissão técnica vivia a dúvida de manter, ou dispensar, o contundido garoto Pelé.
Cracaço do time do Vasco, que o recebera, aos 19 anos de idade, com cara de garotão – nasceu, em 28 de outubro de 1937 – Almir foi integrado ao time juvenil vascaíno, demorando-se pouco nele, para sagrar-se, no dourado 1958,  “super-super-campeão carioca” e do Torneio Rio-São Paulo, jogando barbaridades.

O Vasco vinha fazendo campanha irregular no Torneio Rio-São Paulo-1957 – 3 x 2 Botafogo; 1 x 1 Palmeiras; 1 x 0 Flamengo; 0 x 3 São Paulo; 5 x 2 Portuguesa e 0 x 2 Fluminense. Diante do América-RJ, quando  perdera dois jogadores, o treinador Martim Francisco recorreu ao  garoto pernambucano com idade de juvenil. Eem 23 de maio, no segundo tempo, mandou-o para o jogo, em lugar de Lierte, que já havia substituído Sabará. Diante de 6.825 pagantes e de 2.989 caronas, totalizando 9.814 almas, Almir estreou, ajudando o Vasco a vencer, por 3 x 0.
No jogo seguinte – Vasco 1 x 2 Corinthians – ele não jogou. Entrou no último compromisso do torneio – 01.06 - Vasco 3 x 2 Santos, na Vila Belmiro, a casa do adversário. Daquela vez, substituiu Sabará, enquanto o Santos trocou Del Vecchio por um outro garoto, um tal de Pelé, que até marcou gol –  dois craques estavam surgindo.   
 
                         PRIMEIROS JOGOS OFICIAIS

25.03.1957 ´-Vasco 3 x 0 América. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: 160.100,00. Publico: 6.825 pagantes e 2.989 não pagantes. Total: 9.814 presentes. Juiz: Frederico Lopes. Gols: Laerte, Livinho e Vavá. VASCO: Carlos Alberto Cavalheiro, Paulinho de Almeida, Bellini e Ortunho (Dario); Orlando Peçanha e Laerte; Sabará (Lierte/Almir), Livinho, Vavá, Valter e Pinga. Técnico: Martin Francisco.

01.06.1957 – Vasco 3 x 2 Santos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Urbano Calderia (Vila Belmiro), em Santos. Renda: 342.900,00. Juiz: Paulo Simões. Gols: Tite, Pelé (San), Valter Marciano, Livinho e Vavá (Vsc). VASCO: Carlos Alberto Cavalheiro, Paulinho e Bellini; Dario, Orlando e Laerte; Sabará (Almir), Livinho, Vavá (Wilson Moreira), Valter Marciano e Pinga (Roberto). Técnico: Martim Francisco. SANTOS: Manga, Getúlio e Mourão; Fioti, Brauner e Urubatão (Zito); Dorval, Álvaro, Pagão, Del Vecchio (Pelé) e Tite (Pepe).Técnico: Luís Alonso Peres, o  Lula.
 
                                        TEMPOS DOURADOS

No início de 1958, o Vasco excursionou ao exterior, disputando doze amistosos, entre América Central, Estados Unidos e Europa. No penúltimo, em Moscou, Almir marcou um gol, diante do Dínamo Kiev. Foi um giro muito cansativo, mas  em que ele pôde ver em ação jogadores esperientes defendendo os espanhóis, Real Madrid, Atletic Bilbao, Valencia, Barcelona, Espanyol, o português Benfica e o soviético Dínamo Moscou, em nove vitórias vascaínas e três derrotas. De volta ao Brasil, Almir ajudou o Vasco conquistar o Torneio Rio-São Paulo, o seu primeiro título com a camisa cruzmaltina, atuando nos nove jogos – 2 x 4 Palmeiras;  3 x 1 Corinthians; 3 x 2 São Paulo;  6 x 1 Fluminense; 1 x 0 América; 1 x 0 Santos; 4 x 2 Botafogo; 1 x 1 Flamengo e 5 x 1 Portuguesa de Desportos.

                                                   ÍDOLOS

 Almir Pernambuquinho e o zagueiro e capitão Hideraldo Luís Bellini foram dos maiores ídolos da torcida vascaína da década-1950, quando a rapaziada conquistou os títulos cariocas de 1956 e de 1958. Bellini chegou a participar da campanha de 1952, a última do "Expresso da Vitória", do então imbatível time de São Januário. Na época, ele estava chegando e participou, apenas, de três partidas, pois a zaga tinha Haroldo e Ely do Amparo como dois 'xerifões' titulares absolutos. Mas durante as campanha do título estadual-1956, participou de todos os 22 jogos. 
  De sua parte, Almir Albuquerque foi um dos principais nomes na conquista do Estadual-1958, marcando cinco tentos e entrando em 13 das 25 partidas - Bellini jogou 22. 
Pelos méritos desses dois vascaínos, a  "Revista do Esporte" fez várias capas com os dois, para atrair torcedores da Turma da Colina. Dava certo - como nos gramados. 

                                                 CORINTIANO
                                                           
Com Valdemar e Pinga, na reprodução de foto da Manchete Esportiva
colorizada por  www.netvasco.com.br
Em 1960, o Corinthians, que não era campeão paulista, desde 1954, chorava o sucesso do Santos, principalmente, por ter a maior torcida do seu estado e não contar com um craque como Pelé. Então, abriu o cofre e levou Almir, por uma  fortuna. Ele não queria ir embora e nem ser o Pelé Branco, como lhe chamaram os corintianos, cansados de assistir às diabruras do camisa 10 santista diante deles.
 
Por capricho do futebol, Almir, durante as suas duas temporadas corintianas – 29 jogos, 13 vitórias, 7 empates, 9 derrotas e 5 gols, entre 1960 e 1961 – , jamais enfrentou Pelé. Isso só aconteceu quando ele era um vascaíno. E ganhou o duelo, por 1 x 0, marcando o tento da vitória, em 22 de março de 1958, no Maracanã, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, também chamado de Rio-São Paulo. O gol saiu aos 67 minutos, ou aos 22 do segundo tempo do prélio apitado por João Etzel Filho, da Federação Paulista de Futebol, com a refrega levando 37.455 almas ao estádio, das quais 32.978 foram pagantes e 4.477 caronas. 
Almir, o Pelé Branco venceu o  Pelé Preto integrando esta patota: Hélio, Paulinho de Almeida e Bellini (Viana); Écio, Orlando e Coronel; Sabará, Almir, Vavá, Rubens (Roberto) e Quincas (Wilson Moreira). Técnico: Francisco de Souza Ferreira, o Gradim. O Santos teve: Manga, Fiotti, Ramiro e Dalmo; Urubatão e Zito; Dorval, Jair da Rosa Pinto (Guerra), Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe. Técnico: Lula.
Por aquela época, era costume da revista carioca Manchete Esportiva distribuir notas para os atletas participantes de uma partida.  Em sua edição de Nº 123, de 29 de março,  a semanária viu Almir Morais Albuquerque jogando mais do que Pelé. E atribuiu-lhe nota 8, Ao “Camisa 10, apenas 7.  Além de ter marcado o tento da vitória cruzmaltina, Almir teve, ainda, chance de fazer mais.
Aqueles jogos do Torneio Rio-São Paulo e o “SS-RJ” da mesma temporada-1958, foram os dois grandes momentos de Almir no Vasco da Gama. Durante a disputa interestadual, ficou muito marcada, principalmente, a sua atuação nos 5 x 1 Portuguesa de Desportos –  06.04 – no Pacaembu, em São Paulo, quando ele fez três dos cinco gols que garantiram o título ao Almirante – antes, havia batido na rede em: 01.03 – Vasco 2 x 4 Palmeiras (1 gol); 08.03 – 3 x 2 São Paulo (1); 13.03 – 6 x 1 Fluminense (1); 22.03 – 1 x 0 Santos (1); 26.03 – 4 x 2 Botafogo (1).
                                    
                             TROCOU COLINA PELO PARQUE

 Para fazer aquela troca, em 1960, Almir custou mito caro ao Corinthians, além de ganhar um automóvel, por dois anos de contrato. Bom para os dois lados? Financeiramente, sim, para os cartolas; sentimentalmente, não, para o atleta.

Mesmo faturando Cr$ 30 mil mensais – entre salários, gratificações e prestações das luvas, tiraria perto de Cr$ 200 mil mensais, valores que faziam daquele um dos maiores contratos do futebol brasileiro –, Almir preferia continuar cruzmaltino, por sentir-se muito bem como um grande ídolo das torcida. Por isso,  dificultou o negócio. O que o deixou mais magoado foi saber que um dirigente vascaíno  teria dito não haver mais ambiente para ele no Vasco. Aquilo levou-o a uma crise de nervos.
Almir abraça os ex-companheiros Miguel e Pinga.
 
Para encerrar a queda-de-braço entre Almir e o clube carioca, o presidente do clube paulistano, Vicente Matheus, topou pagar Cr$ 6, 5 milhões de cruzeiros à vista, e ceder ao Vasco da Gama toda a renda de um amistoso, em 16 de abril, na capital paulista, pelo Torneio Rio-São Paulo-1960, a grande disputa da época. Com isso, os cofres da Colina deveriam receber cerca de Cr$ 8 milhões. Um dinheiraço! O maior negócio do futebol brasileiro. Segundo falava, com a grana saindo do bolso de Matheus.
 
                                      DO LADO DE LÁ

 Almir havia disputado a sua última partida com a jaqueta curzmaltina em 16 de janeiro daquele 1960, no amistoso em que a Turma da Colina goleara o Atlético-MG, por 6 x 3, no Estádio Independência, em Belo Horizonte. Marcara dois gols, aos 9 e aos 50 minutos – Delém, aos 16, aos 46 e aos 49, além de Cabrita, aos 77 minutos, fizeram os demais – e fora substituído, no segundo tempo.
O último Almir vascaíno entrou nesta formação escalada pelo treinador Dorival Knipel, o Yustrich: Barbosa (Ita); Paulinho de Almeida, Bellini (Viana), Orlando Peçanha e Coronel; Barbosinha e Roberto Pinto (Waldemar); Teotônio (Wanderley), Almir (Cabrita), Delém e Roberto Peniche (Dominguinhos) – Ernani, aos 36 do 1º e aos  88, e William, aos 27 minutos, marcaram para o “Galo”. 

                         DO OUTRO LADO DO BALCAO

O que Almir não desejava, aconteceu na noite da terça-feira 5 de abril de 1960, no Pacaembu. Ele estreou como corintiano diante do Vasco, e abriu o placar, aos 6 minutos, para a partida terminar  em “Timão” 3 x 0. A renda? Cr$ 1 milhão, 76 mil e 900 cruzeiros, quase igual à de 11 dias depois, no mesmo estádio, quando o placar ficou no 1 x 1 e as bilheterias da casa arrecadaram Cr$ 1 milhão, 75 mil e 900 cruzeiros. 

Com Orlando e Gilmar
O primeiro Vasco contra Almir foi escalado pelo técnico argentino Filpo Nuñes com: Miguel; Paulinho de Almeida (Dario) e Bellini; Écio (Russo), Orlando (Barbosinha) e Coronel; Sabará, Pinga (Pacoti), Teotônio, Roberto Pinto (Valdemar)  e Roberto Peniche. A nova turma do “Pernambuquinho”, treinada por Alfredo Ramos,  era: Gilmar (Cabeção); Egídio, Olavo (Marcos) e Ari Clemente; Benedito (Sidnei) e Oreco; Lanzoninho, Almir (Luizinho), Higino (Bataglia), Rafael e Evanir.   
 No jogo oficial, pelo Rio-São Paulo, Almir não encarou o Vasco, Que teve seu tento marcado por Delém, igualando o placar, aos 56 minutos. O time armado, pelo mesmo Filpo Nuñes, teve: Barbosa; Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e Orlando Peçanha; Sabará, Roberto Pinto, Delém, Pinga e Roberto Peniche. 
 
                                            MARCADO
 
 Capa do Nº 30 da Revista do Esporte de 3 de outubro de 1959, Almir começou a ficar marcado pelas torcidas adversárias do Vasco, devido as confusões em que se envolvia. A pior delas rolou, em 9 de agosto daquele 59, pelo Campeanto Carioca, quando ele disputou um lance e deixou o lateral-esquerdo Hélio, do América, com uma das pernas fraturadas. Xingado pela torcida americana, Almir jurou à “RE” que não tivera a intenção de encerar a carreira do colega de profosissão. “Nunca...tive o espírito de carrasco”, garantiu. Disse mais:” Os gritos de ‘assassino’ que me dirigiram...foram como...setas me perfurando todo o corpo”.

Suspenso, pelo Tribunal de Justiça da Federação Carioca de Futebol, o Pernambuquinho – seu apelido – viu no castigo até uma ajuda. Segundo avaliou, poderia não render mais nada para o ataque vascaíno, caso saísse impune do acontecido, devido a tensão que passara a viver. Para ele, os que o atacaram poderiam raciocinar melhor e concluir que, sendo tão jovem, ele não poderia seria burro ao ponto de liquidar a sua carreira em apenas um jogo.  Almir disse, ainda, à revista que o lateral Hélio era um dos seus “melhores amigos” no time do América e que vinha rezando pelo seu restabelecimento, pois não compreendia aquele “incidente”.  E prometeu mostrar a sua classe, “sem precisar usar da deslealdade, já que todos me julgam um carrasco, coisa que nunca fui”, garantiu.
Nesse jogo em que Almir virou “bandidão”, o Vasco caiu,  por 1 x 3, diante de 59.317 pagantes, e ele marcou o chamado “gol de honra” cruzmaltino. O juiz Cláudio Magalhães  e a Turma da Colina do dia era dirigida pelo treiandor Francisco de Sousa Ferreira, o Gradim, que escalou: Barbosa, Paulinho de Almeida, Bellini e Orlando; Écio e Coronel; Sabará, Almir, Roberto Pinto, Rubens e Pinga.  
 
                                                            O CARA
 
 Almir era visto como um jogador encrenqueiro. Muitos cobravam do treinador Gradim (Francisco de Souza Ferreira) dar um jeito no seu pupilo. Mas o comandante do time vascaíno discordava de quem via um moleque em lugar de um homem. E dizia não admitir brincar coma personalidade de seus atletas. Preferia um Almir bravo,  valente, “que entra no fogo com o maior desprendimento, só cuidando do Vasco”, do que um Almir apático, sem vontade de lutar e sem alma, como falou à revista “Manchete Esportiva” de Nº 126, de 19de abril de 1958.
 Gradim via Almir como um jogador que precedia, em campo, como homem que não aceitava, impassível, um insulto, uma agressão. E apontava-lhe uma grande virtude: não ser mascarado (termo da época para pessoa antipática). Acreditava que o pernambucano, quando tivesse mais experiência, poderia ser tão grande o quanto fora o Leônidas da Silva do Campeonato Sul-Americano de 1932. 

                                                      VELHAS HISTÓRIAS

1 - O Vasco da Gama foi ao Uruguai, em 11 de janeiro de 1958, vencer o Nacional, por 2 x 1, em Montevidéu. A partida rolou no Estádio Centenário e teve os gols cruzmaltinos marcados por Rubens, cobrando falta sobre Vavá, aos quatro minutos.
Os anfitriões empataram, em lance de interpretação duvidosa, mas Vavá recolocou a rapaziada na frente do placar, aos 15 minutos. Aos 38, quando o juiz anulou um gol legitimo, de Almir, rolou o maior rebu no gramado. Chegou a paralisar a partida, por cinco minutos.
Na foto, reproduzida do Nº 113 da "Manchete Esportiva" de 18 de janeiro, vemos o "'Pernambuquinho" Almir  dizendo ao adversário que não aceitava "patriotadas".
  


2 - Esta não foi uma tragédia no placar. Acontece durante o clássico Vasco 4 x 2 Botafogo, pelo Torneio Rio-São Paulo de 1958, quando o caneco foi, tão brilhantemente na bola, incontestavelmente, carregado para São Januário.  
Almir saiu na porrada, com torcedor, e foi expulso de campo
Nos minutos iniciais do encontro, da quarta-feira 26 de março, o lateral-esquerdo vascaíno, Coronel, chegou em um lance, deslealmente, parecendo querer quebrar Mané Garrincha. Pouco depois, o atacante botafoguense Paulinho Valentim revidou e foi expulso. Quando ia embora, foi insultado pelo meia-atacante cruzmaltino Almir, que saiu do meio do gramado para ir à lateral xingá-lo. Paulinho foi à forra. Logo, surgiu um torcedor alvinegro no gramado, para agredir Almir, que descontou, quando o penetra estava seguro por um policial.
 Coronel bateu e depois foi batido. Deu no que deu
A partir daquele instante, jogadores, cartolas, massgistas, torcedores e policiais transformaram o gamado do Maracanã em uma praça de guerra. De acordo com o Nº 124, de 24 der abril de 1958, da Manchete Esportiva, Vavá, Viana, Orlando, Paulinho de Almeida e Almir foram os principais brigões da Turma da Colina, dos quais apenas o Pernambuquinho foi expulso de campo.
O Vasco não precisava ganhar no braço. Segundo a revista, “ganharia (na bola) de qualquer forma, já que foi muito mais quadro, durante todo o jogo”. No primeiro tempo, abriu 3 x 0 de vantagem, entre os 24 e os 24 minutos, com gols marcados por Almir, Écio e Pinga. Na etapa final, quando o rival diminuiu a contagem, cinco minutos depois Rubens, de pênalti, voltou a restabelecer a diferença. Por fim Quarentinha “deu números finais ao placar”.

A Manchete Esportiva culpou, também, o árbitro Amílcar Ferreira, pelas pancadarias, alegando que ele não soube coibir a violência nos inícios da partida. Perdeu o torcedor, que gastou Cr$ 1.005.180,00, para sair de casa à noite e ver o feio, quando Vasco e Botafogo tinham tantos craques, como se confere nas suas escalações. VASCO: Hélio; Paulinho e Viana; Écio, orlando e Coronel (Dario); Sabará, Rubens, Vavá, Almir e Pinga. BOTAFOGO: Amaury, Beto, Tomé e Nilton Santos: Servílio e Pampolini; Garrincha  


 
 
 

                                                               VASCO DAS CAPAS

O atacante Almir Morais de Albuquerque começou a ficar marcado pelas torcidas adversárias do Vasco devido as confusões em que se envolvia, dentro dos gramados. A pior delas rolou em 9 de agosto daquele 59, pelo Campeonato Carioca, quando ele disputou um lance do qual o lateral-esquerdo Hélio, do América, saiu com uma das pernas fraturadas. Xingado pela torcida americana, Almir jurou à “RE” que não tivera a intenção de encerar a carreira do colega de profissão. “Nunca...tive o espírito de carrasco”, garantiu. E disse:” Os gritos de ‘assassino’ que me dirigiram, no Marcanã, foram como que setas me perfurando todo o corpo”.
Suspenso, pelo Tribunal de Justiça da Federação Carioca de Futebol, o “Pernambuquinho” – seu apelido – viu no castigo até uma ajuda. Segundo avaliou, poderia não render mais nada para o ataque vascaíno, caso saísse impune do acontecido, devido a tensão que passara a viver. Para ele, os que o atacaram poderiam raciocinar melhor e concluir que, sendo tão jovem, ele não poderia seria burro ao ponto de liquidar a sua carreira em apenas um jogo.
Almir disse, ainda, à "Revista do Esporte de Nº 30, de 3 de outubro de 1959, que o lateral Hélio era um dos seus “melhores amigos” no time do América e que vinha rezando pelo seu restabelecimento, pois não compreendia aquele “incidente”. E prometeu mostrar a sua classe, “sem precisar usar da deslealdade, já que todos me julgam um carrsco, coisa que nunca fui”, garantiu.
Naquele jogo em que Almir virou “bandidão”, o Vasco caiu, por 1 x 3, diante de 59.317 pagantes, e ele marcou o chamado “gol de honra” cruzmaltino. O juiz Cláudio Magalhães e a “Turma da Colina” do dia era dirigida pelo treinador Francisco de Sousa Ferreira, o Gradim, que escalou: Barbosa, Paulinho de Almeida, Bellini e Orlando; Écio e Coronel; Sabará, Almir, Roberto Pinto, Rubens e Pinga.

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Almir era visto como um jogador encrenqueiro. Muitos cobravam do treinador Gradim (Francisco de Souza Ferreira) dar um jeito naquele seu pupilo. Mas o comandante do time vascaíno discordava de quem via um moleque em lugar de um homem. E dizia não admitir brincar com a personalidade de seus atletas. Preferia um Almir bravo,  valente, “que entra no fogo com o maior desprendimento, só cuidando do Vasco”, do que um Almir apático, sem vontade de lutar e sem alma, como falou à revista “Manchete Esportiva” de Nº 126,de 19de abril de 1958.
 Gradim via Almir, ainda, como um jogador que precedia, em campo, como homem, que não aceitava, impassível, um insulto, uma agressão. E apontava-lhe uma grande virtude: não ser mascarado (termo da época para pessoa antipática). Acreditava que o pernambucano, quando tivesse mais experiência, poderia ser tão grande o quanto fora o Leônidas da Silva do Campeonato Sul-Americano de 1932.    

O gande  atacante Almir Albuquerque, apelidado por "Pernambuquinho", evidentemente, por ter nascido no estado de Pernambuco, chegou para o Vasco ainda quase menino. Basta conferir nesta foto. A cara não nega.
 'SuperSuperCampeão' carioca e do Torneio Rio-São Paulo-1958, Almir era um atleta valente, brigador (em todos os sentidos), Agradou, rápido, à torcida cruzmaltima. Por causa daquilo, a única revista semanal esportiva brasileira da época, a "Manchete Esportiva" deu-lhe duas páginas para contar a sua história, o que mostrava o interesse da imprensa e da torcida por tudo o que ele vinha mostrando.                                                   
 
 The striker Almir Albuquerquedubbed by "Pernambuquinho" evidently because he nacido in the state of Pernambucocame to Vasco still almost a boy. Just look for the photohis faceBrave athlete, brawler (in all senses), Almir pleasedfast, cruzmaltima the crowdBecause of that, the only Brazilian sports weekly magazine of the era, the "Headline Sports", the business group Adolph Blochgave him two pages to tell your story. A primacy that many players with long walkhad notAlmri was 'SuperSuperCampeão' Rio in 1958 and the Rio-São Paulo TournamentFor manythe greatest team name crdumaltino that season.


Almir tinha veronha na cara ei chorou após a goleada
Vasco e Flamengo disputariam um “Clássico dos Milhões”, absolutamente amistoso, em 15 de dezembro de 1957, pelo Campeonato Carioca. Isso porque, na véspera, Botafogo e Fluminense haviam vencido, respectivamente, Madureira e Bangu, coincidentemente, pelo mesmo placar de 4 x 2, tirando da dupla de rivais as chances de briga pelo título estadual. Sem motivação, os vascaínos foram para o gramado do Maracanã sem nenhum tesão na partida. Estiveram sempre apáticos, não demonstrando nem mesmo o interesse de igualar o placar, que cheu a 0 x 2 para o dversário.  “Se o Flamengo chegou à goleada (4 x 1) foi mais pelas facilidades ... encontradas do que ... pela vontade de encher a caçapa do adversário”, escreveu a revista  Manchete Esportiva.
Neste ponto, entra um detalhe. A semanária, que  considerava Almir Morais de Albuquerque “o jogador mais mal criado do futebol brasileiro”, naquela dia teve de tirar o chapéu para o atacante cruzmaltino. Viu muito espírito de luta no “Pernambuquinho”, enquanto a maioria dos colegas não queria nada com a bola – exceto Bellini e Wilson Moreira, o autor do gol do time. Para completar, publicou uma foto de Almir chorando, envergonhado pela goleada sofrida (ao lado, à esquerda).
Almir podia ser “bandido”, mas tinha amor à camisa 10 que vestia. Cumpria como seu dever de jogar para ganhar, aidna que fosse em uma partida sem moivação. Naquele clássico, o Vasco foi: Carlos Alberto Cavaleiro, Paulinho de Almeida e Bellini; Écio Capovilla, Orlando Peçanha e Coronel; Sabará, Rubens, Wilson Moreira, Almir e Pinga.
     
rifão da zaga cruzmaltina entre, por 11 anos, Ely do Amparo encerrou a carreira defendendo  Sport Club Recife, entre 1955 a 1956. Mesmo de longe, não tirava a cabeça de São Januário. Um dia, assistindo a um jogo dos juvenis do “Leão da Ilha”,  gostou de um ponta-esquerda raçudo e habilidoso. Não perdeu tempo. O indicou ao Vasco da Gama, que mandou buscar o garoto terrível.
Pra início de conversa, o moleque já se dizia um torcedor vascaíno, mesmo sem nunca
ter visto o time carioca jogar. Mas, ouvindo as suas partidas, pelo rádio, queria brilhar como o seu conterrâneo Ademir Marques de Menezes, buscado pelos cruzmaltinos no mesmo Sport. Cheio de personalidade, ele só não queria imitar o ídolo, mas ser ele mesmo, mostrar o seu jogo. Tudo bem! O Vasco topou. No entanto, tirou-lhe da ponta e mandou-lhe para o meio. No time A, a camisa 9 era de outro pernambucano, Edvaldo Izídio Neto, o Vavá. Bom patrício, este apoiou logo o garoto que chegava, e o guri honrou a terra. Em dois jogos pelos juvenis da Colina, marcou quatro gols. Estava aprovado. Rápido, fez um voo direto para o time principal, sem escalas pelos aspirantes.
Assim começa a história cruzmaltina de um dos maiores atacantes do Vasco, na década de 1950. Chamava-se Almir Albuquerque Moraes e viveu entre 28 de outubro de 1937 até 6 de fevereiro de 1973, tendo sido vascaíno dede 1957 a 1960, tempo em que foi  campeão carioca e do Torneio Rio-São Paulo-1958.
Raçudo, impiedoso e sabendo o que fazer com a bola, Almir passou longe dos atacantes trombadores. Sem perder tempo com ele, o Vasco o incluiu na delegação que viajaria à Europa, e ele já foi deixando um gol no único amistoso em que participou, em Moscou. Por aqui, a estreia rolou no clássico de maior rivalidade do futebol carioca, em Vasco 1 x 0 Flamengo, em 8 de maio de 1957, com casa cheia e gol de Pinga. Até então, o ataque vinha sendo Sabará, Livinho, Vavá, Walter Marciano e Pinga. Com ele, o time vencera o Botafogo (3 x 2) e empatara, como Palmeiras (1 x 1), pelo Torneio Rio-São Paulo. Foi então que o treinador Martim Francisco decidiu unir os dois pernambucanos, Vavá e Almir, na partida contra os rubro-negros.
Sem medo dos microfones, Almir não falavas para agradar. Certa vez, quando a revista carioca “Manchete Esportiva (Nº 109, de 21.12.1957) quis saber dele qual fora o treinador responsável pele seu sucesso, bateu forte: “Posso ser antipático, pretensioso, mas ninguém me ensinou o que sei. Ouço e tento aplicar a tática que o treinador pede. Mas aprendi a passar a bola, chutar e cabecear jogando nas peladas de Recife”.
Como todo nordestino, Almir costumava traçar, durante o almoço,  arroz, feijão, bife salada. Não era muito chegado a uma sobremesa, mas capaz de devorar uma lata de goiabada. Foi casado com maia de Lourdes Morais de Albuquerque e teve o filho Almirzinho. Apelido? Chegou a ser chamado de “Pelé Branco”. Temperamental, vivia metido em confusões. Vira e mexe, era expulso de campo. Mas foi um grande vascaíno.