O Vasco da
Gama-1948 é, praticamente, a máquina que começou a ser montada, em 1945, pelo
treinador uruguaio Ondino Viera, que colocou nos trilhos o “Expresso da
Vitória”. Basta conferir quem estava no grupo naquelas quatro temporadas:
1945 - Barcheta, Barbosa, Augusto,
Rafagnelli , Ely ; Djalma, Ademir Menezes, Lelé
e Chico; 1946 - Barbosa, Augusto, Rafagnelli, Ely , Danilo, Jorge;
Djalma, Lelé, Chico e Friaca; 1947 - Barbosa, Augusto e Rafanelli, Wilson, Ely,
Danilo, Jorge, Djalma, Maneca, Dimas,
Friaça, Lelé, Ismael e Chico; 1948 - Barbosa, Augusto, Wilson, Rafagnelli, Ely,
Danilo, Jorge, Djalma, Maneca, Lelé, Friaça Dimas, Ademir Ismael e Chico.
Pois bem! A rapaziada do ultimo grupo
chegou ao 14 de março de 1948 para abrir uma das mais belas páginas há
história do futebol brasileiro. Conquistou o o primeiro titulo de um clube
canarinho no exterior, o Sul-Americano de Clubes Campeões, um torneio programado
para o River Plate vencer, tão importante que, na final, os presidentes
chileno, Gabriel González Videla, e argentino, Juan Domingo Perón,
compareceram ao Estádio Nacional de Santiago do Chile – e entregaram o troféu
ao capitão cruzmaltino Augusto da Costa.
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Naquele dia, todo
o Brasil foi Vasco. O "Time da Colina" empatou, por 0 x 0, com o
argentino River Plate, uma das equipes mais fortes do planeta, chamado por “La
Máquina”. Prejudicado, pela arbitragem, que anulou um gol seu, legítimo,
o Vasco, treinado por Flávio Costa, jogou com raça, tendo o goleiro Barbosa –
titular a partir de 1947 – defendido um
pênalti, batido por Lostau.
Dos participantes,
River Plate, Colo Colo e Nacional haviam sido respectivamente, campeões
argentino, chileno e uruguaio, no ano anterior, enquanto o Litoral detinha o
título da capital boliviana, e o equaqtoriano Emelec fizera o mesmo em sua
terra, em 1946. Já o Municipal era vice-campeão peruano. Como ainda não havia
um
CAMPANHA - 14.02.1948
(sábado) – Vasco 2x 1 Litoral-BOL. Público: 34 mil presentes. Gols: Lelé
(2). VASCO: Barbosa, Rafagnelli (Augusto) e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Djalma
(Friaça), Lelé, Ismael (Maneca) e Chico.
18.02.1948
(quarta-feira) – Vasco 4 x 0 Nacional-URU. Público: 45 mil presentes. Gols:
Ademir Menezes, Maneca, Danilo e Friaça. VASCO: Barbosa, Wilson e Rafangnelli;
Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Ademir (Ismael) e Chico.
Ely, Wilson, Barbosa, Rafagnelli, Jorge e Danilo (em pé, da esquerda para a direita), Djalma, Maneca, Dimas, Ademir Menezes e Chico, em foto reproduzida da revista carioca Sport Ilustrado. |
25.02.1948 – Vasco
4 x 0 Municipal-PER. Público: 29.452 espectadores. Gols Friaça (2), Lelé e
Ismael. VASCO: Barbosa (Barcheta), Wilson e Rafangnelli; Ely, Danilo e Jorge;
Djalma, Friaça, Maneca (Dimas), Lelé (Ismael) e Chico.
28.02.1948 –
(sábado) Vasco 1 x 0 Emelec-EQU. Público: 38.500 presentes. Gol: Ismael. VASCO:
Barbosa, Augusto e Rafangnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca
(Dimas), Friaça, Lelé (Ismael) e Chico (Nestor).
08.03.1948 – Vasco
1 x 1 Colo Colo-CHI. Gol: Friaça. VASCO: Barbosa, Augusto e Wilson; Ely, Danilo
e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé), Ismael e Chico.
14.03.1948 – Vasco
0 x 0 River Plate-ARG: VASCO: Barbosa, Augusto e Wilson (Rafangnelli); Ely,
Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé), Friaça (Dimas), Ismael e Chico.
DETALHE - Além de ter se dado
bem na disputa acima contra os “cucarachas”, o Vasco fez o mesmo diante de mais
um “gringo”. Amistosamente, em 10 de junho, em São Januário, venceu o inglês Southampton, por
2 x 1, com gols de Djalma e de Chico.
O "xerifão" argentino Rafagnelli,em imagem reproduzida de Esporte Ilustrado |
Os demais
amistosos da temporada ficaram assim distribuídos, sem ordem cronológicas: 0 x
0 América e 1 x 0 Olaria (Torneio Inicio); 2 x 1, 3 x 1, 1 x 2, 2 x 2 Palmeiras; 1 x 2, 2
x 2, 3 x 1 e 2 x 0 São Paulo; 1 x 2 e 2 x 0 Atlético-MG; 4 x 1 América-MG; 3 x
1 Cruzeiro-MG; 4 x 2 Bahia; 3 x 1 Ypiranga-BA;
7 x 0 Coritiba-PR; 2 x 1 Santo Antônio-ES 3 x 1 Rio Branco -ES; 3 x 5
Boca Juniors-ARG e 1 x 4 Combinado Carioca.
EM CASA – Após buscar
o caneco continental, no Chile, o Vasco disputou o Torneio Municipal, em que só
entravam times da “Cidade Maravilhosa”. Saiu vice-campeão, com o Fluminense levando
a taça. Em quatro jogos contra os tricolores, venceu um, empatou um e perdeu
dois. Nos demais: 4 x 3 Olaria; 0 x 0 Bonsucesso; 3 x 1 Madureira; 3 x 1 Bangu;
3 x 3 São Cristóvão; 4 x 2 Canto do Rio; 2 x 1 Flamengo; 3 x 1 América e 2 x 2
Botafogo.
No Campeonato Carioca,
o Vasco disputou o título, jogo a jogo com o Botafogo, tendo perdido dele (1 x
3), na última partida – 12.12.1948 –, em dia marcado por muita catimba. Os
vascaínos acusaram os botafoguenses de terem atirado pó-de-mico em seus jogadores,
deixando o goleiro Barbosa com uma coceira que não o abandonou por toda a
partida, e de colocarem a droga Neambual na água gelada e na laranjada que eles
beberam no intervalo.
O Estadual-1948
teve 11 times, em turno e returno, e o Vasco foi vice-campeão, com dois pontos
a menos (34 x 36) e memo número de vitórias do Botafogo (17). Ganhou em empatas
(0 x 2), gols pró (62 x 59) e gols contrta (34 x 36). Mas teve duas derrotas a
mais (1 x 3). O time do último jogo foi quase
o mesmo que esteve no Chile: Barbosa, Augusto e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Friaça, Ademir, Dima, Iojucan (a novidade)
e Chico.
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