Vasco

quinta-feira, 31 de outubro de 2013
ANIVERSARIANTE - DUNGA
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
BASQUETE VASCAÍNO ENCAROU SPURS
terça-feira, 29 de outubro de 2013
O IMBARRÁVEL ORLANDO ROSA PINTO
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
O VENENO DO ESCORPIÃO. MARECHAL GOLPISTA ERA UM CARA BOLA MURCHA
Murilo começou a servir ao Jornal do Brasil duas semanas antes do golpe militar que derrubara o presidente João Goulart. No 7 de abril, os comandantes supremos da ação – tenente-brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica), vice-almirante Augusto Rademaker (Marinha) e o general Artur da Costa e Silva (Exército) ungiram o marechal cearense Humberto de Alencar Castelo Branco novo chefe da nação – quemmmm!
A imprensa brasileira desconhecia, completamente, nada sabia do homem, enquanto o presidente deposto debandava, do Rio de Janeiro, para Brasilia e Porto Algre, razão para o Senado declarar vaga a presidência da república e a Câmara dos Deputados emprestar o seu presidente, Ranieri Mazzilli, para tomar conta do Palácio o Planalto, interinamente.
Golpe na praça, começara a rolar violentas repressões a setores de esquerda, como Confederação Geral dos Trabalhadores, União Nacional dos Estudantes, ligas camponesas e grupos religiosos tipo Juventude Universitária Católica e Ação Popular. Milhares de pessoas foram presas, irregularmente, sem fundamentos jurídicos, e abertos centenas de inquéritos policiais-militares “para apurar atividades subversivas”, além, de milhares de brasileiros terem direitos políticos suspensos, e funcionários públicos civis e militares demitidos ou aposentados.
No entanto, importantes setores da vida nacional saudaram o golpe, bem como parte da classe média, pedindo aos militares que pusessem fim às ameaças de esquerdização do governo e para controlar a crise econômica do país. Rola rolo daqui, rolo dali, o país pegava fogo. E o tal de Castelo Branco, quem seria? Informação que os jornais ainda ficavam devendo aos seus leitores. Até o dia em que um “foca” (como eram chamados os estagiários) entrou no DPD do JB, no instante m que o Felisberto falava ao telefone com o editor de Política.
Ao ouvir a conversa entre o Felisberto e o colega, e escutar o nome Castelo Branco, quando o próximo saiu do telefonema, o “foca” disse-lh: “Tenho uma tia que é vizinha, amigona desse novo presidente. Ele toma café na casa dela, ela na dele, vão à missa juntos. Inclusive, já deixei a tia na casa dele. E só não digo que ela anda beliscando a tia porque parece um véi muito bola murcha”.
Imagine! O cara derruba um governo e um “foquinha” o considera bola-murcha.
– O quêeêêêê! - exclamou o Felisberto, desvairado e ordenando: “Saia daqui, urgente, vá à casa da sua tia e arranque dela tudo o que ela sabe sobre o homem”.
Rola o balanço das horas O fechamento do Jornal do Brasil caminhava para o final, com o editor-chefe - Alberto Dines - insatisfeito e considerando incompleto o noticiário do dia sobre o novo governo. Naquele instante, Murilo Felisberto chegou, entregando-lhe texto produzido com a ajuda do “foca”, contando quem era Castelo Branco – festa na redação. O JB iria furar o Supemeo Comando da Ditadura.
OBS: esta história me foi contada pelo jornalista Tarciso Holanda, que trabalhara no JB por aquela época revolucionária. Ele contou-me, também, ter negociado com os militares para não matarem o redator (do JB) Fernando Gabeira, preso como subversivo. Mas isso é assunto para uma outra coluna
domingo, 27 de outubro de 2013
ANIVERSARIANTE - PRESIDENTE LULA
sábado, 26 de outubro de 2013
A FOTO DO DIA - ADÃO E DINAMITE
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
O GRANDE ESPETÁCULO DE IPOJUCAN
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
VASCO DA GAMA 3 X 2 GOIÁS
Os gols vascaínos foram marcados por Thalles (2), no primeiro tempo, quando a rapaziada colocou dois tentos de frente, e por Willie, perto do final da segunda etapa. Na primeira fase, ao Vasco teve um gol legítimo, anulado pela arbitragem.
OS GOLS CRUZMALTINOS: aos dois minutos, em jogada pela lateral direita, Fagner cruzou na medida para Thalles dominar a bola e bater para a rede: Vasco 1 x 0; aos 16, Thalles recebeu a bola na entrada da área, pela esquerda, foi para o meio e bateu colocado, à esquerda, pelo alto: Vasco 2 x 0; aos 34a do segundo tempo, Willie recebeu ótimo cruzamento de Yotún e fechou o placar: Vasco 3 x 2.
CONFIRA A FICHA TÉCNICA:
24.10.2013 (quinta-feira) - Vasco 3 x 2 Goiás. Copa doa Brasil. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Luiz Flavio de Oliveira (SP). Público: 29.937 pagantes (mais de 31 mil no total). .Renda: R$ 439.900,00. Gols: Thalles, aos 2 e aos 16a, e Hugo, aos 18 min do 1º tempo; Amaral, aos 10, e; Willie, aos 34 min do 2º tempo. VASCO: Alessandro; Fagner, Renato Silva, Luan e Yotún; Sandro Silva (Willie), Fillipe Soutto (Pedro Ken), Juninho e Jhon Cley (Marlone); Reginaldo e Thalles. Técnico: Dorival Júnior. GOIÁS: Renan; Vítor, Ernando, Rodrigo e William Matheus; Amaral, David, Eduardo Sasha (Júnior Viçosa), Hugo e Roni (Thiago Mendes); Walter (Welinton Júnior. Técnico: Enderson Moreira.
O Vasco voltará ao gamado, no domingo, para encarar a Ponte Preta, na paulista Campínas, a partir das 16ha, pelo Campeonato Brasileiro.
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Juninho lutou muito, teve a chance de uma cobrança de falta, da entrada da área, ao final da partida. Não deu. (imagens reproduzidas de www.crvascodagama.coam.br). Agradecimentos. |
ANIVERSARIANTE - DONIZETE 'PANTERA'
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A arquibancada homenageou o "Pantera" com uma bandeira |
A galera se amarrava.
O sucesso com a camisa cruzmaltina – 30 jogos e oito gols, entre 1997/1999 – levou Donizete a ser convocado, pelo treinador Mário Jorge Lobo Zazgallo, para os jogos preparativos da Copa do Mundo de 1998, na França. Amado pela torcida, ele ganhou, dos "arquibandos", uma bandeira com o seu símbolo animal, o que foi divulgado, pela Internet, por www.globoesporte, ao qual agradecemos pela reprodução, que viz fazer a torcida vascaína manter acesa a lembrança do antigo ídolo
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
O VENENO DO ESCORPIÃO - ODAIR JOSÉ, O 'TERROR DAS EMPREGADAS DOMÉSTICAS'
Em 1972, o Brasil apresentava estabilidade política, por conta de o presidente Emílio Garrastazu Médici permitir a direitistas radicais usar da repressão policial-militar contra opositores da Ditadura dos generais-presidentes, o que gerou a maior onda de repressão política da história do país.
Tempo, também, do chamado milagre econômico, com o Brasil apresentando índices de crescimento que chegavam 13% à virada do calendário. E época em que a indústria se expandia e as exportações agrícolas geravam milhões de empregos, o que o Medici dizia serem conquistas do regime militar. Só que a tal prosperidade era muito mais causa da boa situação do quadro econômico externo, tanto que, quando a economia mundial desacelerou, o milagre brasileiro ruiu, deixando brutal concentração da renda nos bolsos dos ricos. Vieram pela frente grandiosas desigualdades sociais e aumento da pobreza, o que não permitia a nenhum pobretão sonhar - caso do cidadão Odair José.
Vivente do então atrasadão interior de Goiás, Odair, no entanto, decidiu desafiar os tempos difíceis e foi para o Rio de Janeiro, querendo ser cantor, pois compunha e cantava desde 17 de idade. Passou fome, frio, dormiu na rua e tocou em inferninhos da Praça Mauá, até conhecer o cantor/compositor/produtor de discos Rossini Pinto, que gostou do que ouviu dele e o levou para a gravadora CBS (atual Sony Music).
Naquele mesmo 1972, Odair gravou “Eu vou tirar você desse de lugar”, em homenagem ao cantor baiano Waldick Soriano que, ao fazer um show em um cabaré de zona meretrícia de Belém do Pará, apaixonara-se por uma “prima” e prometera-lhe tirá-la daquele lugar, o que cumpriu, casando-se com ela.
Com “Eu vou tirar você desse lugar” vendendo muito bem, Odair José pode sair do meio da turma castigada pelo modelo econômico do Governo Médici e até frequentar shows de cantores da linha de frente da Música Popular Brasileira-MPB, como Nana Caymmi. E foi por ali que ele teve grande surpresa. Reconhecido por Caetano Veloso, este disse-lhe que gostaria de gravar, em dueto com ele, “Eu vou tirar você deste lugar”. E o apresentou a Dorival Caymmi, que, também dissera-lhe ter gostado muito da canção e afirmado ser ele o compositor que melhorar expressara o sentimento pelas ‘meninas velhas de guerra”.
Beleza! Mas foi em 1973, Odair José compôs o seu maior sucesso (e dilema): letra em que o cara pede à parceira parar de tomar a pílula e terem um filho. Em dois dias no mercado, o disco esgotou-se, as rádios o tocavam insistentemente e os líderes das paradas de sucesso, Roberto Carlos e Agnaldo Timóteo, ficaram para trás.
Sucesso chegado aos ouvidos da Ditadura, imediatamente, o disco foi proibido, pois o Governo apoiava um programa de controle de natalidade, pelo Nordeste e recebia pressões dos laboratórios multinacionais. De sua parte, Odair José enfrentava até amaças de acabarem com a sua vida. Com medo de cumprirem o que prometiam, fugiu do Brasil e escondeu-se na inglesa Londres.
Quando a coisa esfriou, Odair voltou às terras brazilis e soube que “La Pílula” fizera grande sucesso por toda a América Latina - até ser proibida, também, por pressões dos laboratórios multinacionais.
Tempinho depois, por meio de um amigo do general Golbery do Couto e Silva, a chamada “Iminência Parda do Governo, Odair conseguiu ser recebido pelo homem, de quem esperava uma ajudinha para liberar o seu grande sucesso. Levou um chá de cadeira e foi despachado, em menos de 30 segundos, ao ouvir: “A sua música está proibida e assim vai continuar” – e mandou-o sair da sala.
Odair José teve outros problemas com a Censura da Ditadura, pois ele era o cantor das empregadas, prostitutas, homossexuais, bissexuais, cornudos, lésbicas e afins, enquanto o Governo era o grande defensor do moral e dos bons costumes. Bem como a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana.
Quando o regime militar dos generais-presidentes transitava pela “abertura lenta e gradual”, de Ernesto Geisel, e seu sucessor, João Figueiredo, avisava que mandaria “prender e arrebentar” quem fosse contra, sem que ninguém esperasse, o Governo liberou “Pare de tomar a pílula”, em 1979 - ainda bem (para Odair José), pois Sidney Magal já estava ali na esquina dizendo para Sandra Rosa Madalena: “O meu sangue ferve por você”.
ResponderEncaminhar |
terça-feira, 22 de outubro de 2013
ANIVERSARIANTE - AUGUSTO
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O coroão Augusto (E) junto a Oswaldo e o então novato Bellini |
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
ANIVERSARIANTE - EDSON BORRACHA
No Vasco, Edson Borracha estreou com zaga formada por Ari, Brito, Ananias, e Mendez. Durante as suas duas temporadas
domingo, 20 de outubro de 2013
NA RAÇA: VASCO 2 X 2 BOTAFOGO
Com o empate, por 2 x 2 o Vasco foi a 33 pontos, ainda na zona de rebaixamento. Seus gols foram marcados por Jomar, durante cobrança de escanteio, batido por Juninho Pernambucano, da direita do ataque, e por Pedro Ken, em novo lance iniciado com escanteio cobrado pelo "Reizinho".
CONFIRA A FICHA TECNICA - 20.10.2013 (domingo) Vasco 2 x 2 Botafogo. Campeonato Brasileiro. Estádio: Maracanã-RJ; Juiz: Wilton Pereira Sampaio (GO). Renda: R$ 518.430,00. Público: 15.152 presentes. Gols:Dankler, aos 5, e Lodeiro, aos 6 min do 1º tempo;: Jomar, aos 8, e Pedro Ken, aos 23 min do 2º tempo. VASCO: Diogo Silva; Nei, Cris, Jomar e Yotún; Sandro Silva (Wendel), Fillipe Soutto (Thalles), Pedro Ken e Montoya (Juninho Pernambucano); Marlone e Willie
Técnico: Dorival Júnior. BOTAFOGO: Jefferson; Edilson, Dankler, André Bahia e Lima; Lucas Zen, Gegê, Lodeiro, Octávio (Renato) e Hyuri (Daniel); Sassá (Bruno Mendes). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
OBS; Vasco e Botafogo já se enfrentaram em 310 oportunidades, com 183 vitórias vascaínas e 93 empates. Os alvinegros ganharam 84. Na foto, antes do jogo, aquele abraço! Depois, rolou um clássico bem movimentado, mas pouco prestigiado pelos torcedores.
ANIVERASARIANTE –- FRIAÇA
Como vascaíno, Friaça serviu à Seleção Brasileira no Sul-Americano de 1947 e na Copa Rio Branco de 1948. Em 1949/50, vestiu a farda do selecionado paulista. De 1950, garantia: “Se, naquela época, eu estivesse melhor de finanças, se tivesse alguma coisa firme... teria deixado de jogar. Nunca mais entraria num campo de futebol”.
sábado, 19 de outubro de 2013
CORREIO DA COLINA - PEIXE CIUMENTO

"Este blog vive dizendo que Pelé é vascaíno. Sou santista e nunca ouvi o "Rei" falar disso. Acho que é. Invenção. Não tem nada a ver Pelé com vocês. Inventem outra” Marcelo Oliveira, Taguatinga-DF.
Marcelo! Foi ele mesmo quem falou. E várias e várias vezes. Recentemente, posou para fotos, com uma camisa cruzmaltina, dizendo na TV que o primeiro título da sua carreira fora ganho com aquela jaqueta, o que, aliás, nem é muito verdade, pois o Torneio Morumbi, que ele disputou pelo Combinado Vasco-Santos, não chegou ao final, devido o prejuízos financeiros que os patrocinadores vinham tendo, entre maio e junho de 1957. Além disso, Marcelo, os filhos sempre torcem para o time do pai, e tudo indica que Dondinho (pai de Pelé), fosse vascaíno. Tanto que registrou o seu segundo filho com o nome de Jair, a graça de um meia-esquerda da “Turma da Colina”, Jair Rosa Pinto. Na época, os desportistas do interior brasileiro só sintonizavam a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, dotada dos transmissores mais potentes da América do Sul, para fazer a propaganda do governo Getúlio Vargas. Dono de um dos times mais fortes do planeta, entre 1944 e 1952, o Vasco tinha uma grande torcida nacional, principalmente no interior de Minas, onde Dondinho morava, antes de ir para Bauru-SP.
2 - "POR ONDE ANDA BISMARCK?" Pergunta Joaquim Sérgio dos Santos Filho, de Samambaia-DF.
Pois bem, Quinca, este ex-meia-atacante que foi da “Casa” desde os tempos de infantil, quando entrou para o time de futebol de salão da Colina, atualmente trabalha como empresário de atletas, no Rio de Janeiro. De vez em quanto, pinta em São Januário, para matar a saudade dos velhos tempos.
Registrado como Bismarck Barreto Faria, o cara vestiu a jaqueta cruzmaltina, entre 1988 a 1993, tendo, antes disso, passado por todas as seleções nacionais de base. Promovido ao grupo principal vascaíno, em 1988, ajudou a rapaziada a buscar o caneco do bi estadual. Na temporada seguinte, colocou a faixa de campeão brasileiro, ao lado de Bebeto, no ataque que o levou à Seleção Brasileira da Copa de 1990, na Itália. Em 1992, voltou a ser ganhador das temporada estadual no "ErreJota", daquela vez, invicto.
Assim, convenhamos que ter sido o bom de sua terra, em 1987/88/92/93, e brasileiro, em 1989, foi até pouco para este garoto nascido em São Gonçalo-RJ e que balançou as redes em 112 vezes, em 319 jogos em nome da patota da Rua General Almério de Moura. Além de ter disputado 15 compromissos e marcado um tento pela seleção canarinha, em 23 de julho de 1989, em Brasil 1 x 0 Japão, amistosamente, em São Januário, perante 2.174 pagantes. Arnaldo César Coelho apitou e o treinador Sebastião Lazaroni escalou: Taffarel (Zé Carlos); Mazinho (Josimar), Mauro Galvão, Aldair, André Cruz e Branco (Edivaldo); Dunga (Alemão), Valdo (Silas) e Bebeto (Renato Gaúcho); Romário (Bismarck) e Careca (Tita/Cristóvão).
2 - POR ONDE ANDA BISMARCK?
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
A GRAÇA DA COLINA - VASCONCELOS

quinta-feira, 17 de outubro de 2013
HISTÓRIAS DO FUTEBOL CANDANGO. O BARBEIRO-BOLEIRO PRESIDENTE TIM
“Amar a Deus sobre todas as coisas e, depois, o Gama, que já nasceu grande”
Esta era a frase que o presidente da Sociedade Esportiva do Gama, Herminio Fereira Neves, mais gostava de falar. Mas o Gama nem sempre o amou. Um dia, o abandonou, o afastou por completo de sua vida, como veremos adiante.
Mineiro, nascido (02.04.1926) em Rubim, a 784 quilômetros de Belo Horizonte, como todo garoto brazuca, ele foi mais um dos “tantos muitos” que jogavam futebol pelas ruas de sua cidade e de Almenara, por onde também passou, aos 15 de idade. O apelido surgiu porque diziam que ele queria ser o (driblador) Tim (Elba de Pádua Lima), que defendera a Seleção Brasileira da Copa do Mundo-1938. “Tim era, também, mais fácil para a molecada falar do que Hermínio”, achava.
Nas peladas de rua e em seu primeiro time organizado, o Iguaçu, de Araçuaí, na região do Vale do Jequitionha, ele rolava a bola em qualquer posição do ataque, até que pintou em um time maior, o Atlético, de Teófilo Otoni. Depois, achou que tinha bola para encarar o Atlético Mineiro, e tentou. Mas uma forte pancada em um dos pés acabou com o seu sonho de ser um ídolo da torcida do Galo (apelido dos atleticanos) aos 25 de idade.
Em 1961, o desiludido (com o futebol) Tim resolveu tentar a vida em Brasília, da qual muito ouvia falar, sobretudo das oportunidades de emprego. Como aprendera o ofício de barbeiro durante o tempo em que não podia rolar a bola, veio trabalhar na Cidade Livre (hoje, Núcleo Bandeirante). “Depois, na (SQS) 306 Sul (Salão Ceará) e no Supremo Tribunal Federal-STF, sempre cuidando de cabelos, barbas e bigodese” - e só falando de futebol com os clientes, lembrava.
Como a grana que ganhava era curta, o sempre durão Tim foi residir na cidade satélite do Gama, onde, curado da lesão em um dos pés, chegou a jogar pelo time do Gaminha. Tempinho depois, embora bem enturmado no ambiente futebolístico da cidade satélite, ele desentendeu-se com os diretores do Gaminha e, em 14 de fevereiro de 1965, juntou-se a outros dissidentes para formar o Minas Atlético Clube, que disputou vários torneios da cidade sem nunca carregar um caneco.
Após juntar algumas economias, para ficar mais perto do emprego, o cansado (de pegar ônibus lotado) Tim mudou-se para o Cruzeiro, em 1966, mas não se desligou dos ares boleiros do Gama dos finais de semana. Nove temporadas se passaram e, quando a FMF se mexeu para promover o seu primeiro campeonato de futebol profissional, um animado Tim reuniu a diretoria do gamense Minas e propôs criar o primeiro clube do setor em uma cidade satélite de Brasília. Proposta aceita, ele pediu audiência ao administrador regional da cidade, Walmir Bezerra, para pedir apoio, o que lhe foi prometido, desde que mudasse o nome do Minas Atlético Clube, para Sociedade Esportiva do Gama, ficando com a sigla SEG, a do órgão ao qual o administrador era lotado-Secretaria de Governo.
Saído do gabinete do administrador do Gama, um mais do que animado Tim marcou com os amigos Antônio José Gonçalves, Antônio Domingos de Aguiar, José Rafael de Aguiar, Luiz Alberto Brasil de Carvalho, Palmiro Bueno Nogueira Barros, Esmerindo Valeriano da Silva e Otacílio Nascimento de Freitas fundarem a Sociedade Esportiva do Gama, no 15 de novembro de 1975 – e fundaram.
Clube na praça, a segunda ideia do Tim foi ter por escudo o desenho de uma coluna do Palácio da Alvorada, a residência do presidente da república. “O meu pensamento era homenagear Brasília por um símbolo da (arquitetuar) da cidade”, explicou ele, que havia tirado empréstimo bancário para os gastos inicais de regularização do clube no profisisonalismo.
Tim foi sincero com os primeiros atletas a assinarem contrato com o Gama, em um prédio sobre a loja dos Móveis Guará – prometido um salário-minimo mensal (Cr$ 800 cruzeiros, a moeda da época): “O clube não tem condições de pagar nada. Se conseguir alguma renda em seu jogos, divido tudo com vocês, e dividi, afirmou ele que disse mais: “Algumaas vezes, para não deixar a moçada tão decepcionda, eu e os outros diretores tiramos o pouco que tínhamos nos bolsos e passamos para eles. Fizemos o que pudemos”.
Bola rolando no nascente futebol profissional candango, o Gama foi o pior time das primeiras disputas. Levou goleadas durante uma competição experimental –Torneio Imprensa – e só venceu uma partida do I Campeonato Brasiliense de Futebol Profissional.
Por ter nível cultural baixo, o Tim foi pressionado a deixar a presidência do Gama, como contou: “O doutor Walmir (Bezerra, administrador regional da cidade do Gama) para nos dar apoio, pediu mudança no nome (do clube, de Minas Atlético Clube para Gama). Depois, pra eu deixar o comando (do time) e indicou o seu principal assessor (Márcio Tanus de Almeida) para o meu cargo (de presidente do Minas AC). Fiquei chocado, porque eu havia me sacrificado muito para o Minas representar a cidade (do Gama) no campeonato (de profissionais). Havia deixado um cheque, com o doutor Wilson de Andrade (presidente da FMF), para garantir a filiação (do Minas), e tirei empréstimos, de Cr$ 7,5 mil cruzeiros, na Caixa Econômica Federal, na CAPEMI (caixa de pecúlio de militare) e no IPASE (instituto pensionista de servidores públicos). Levei mais de um ano pagando tudo, do meu bolso, com desconto em folha salarial (no Supremo Tribunal Federal”.
Tudo isso aconteceu porque o Tim foi uma festa no clube gamense Opromeso e ouvido do Sargento Walter (como era conhecido nos meios futebolísticos do Gama) que o seu time, o Flamenguinho, iria representar a cidade no campeonato de profissionais da FMF (em 1976). “Não aceitei aquilo, pois o time dele era recente, enquanto o meu rolava a bola há 13 anos. Me apressei, para o Minas, que eu havia fundado, em 1962, não perder aquela chance, pois tinha história, desde que consegui autorização da administração regional para fazer o camp onde a moçada treinaria, atrás de um supermercado no Gaminha (setor assim chamado n cidade do Gama). Com a nossa primeira rapaziada, disputamos vários torneios do Departamento Autônomo da Federação. Tinha de ser a gente”, defendeu.
Tim deixou a Sociedade Esportiva do Gama em 20 de junho de 1976. Em 1978, o símbolo que ele havia criado para a camisa alviverde foi trocado por um desenho riscado pelo arquiteto da Administração Regional, o baiano Alberto Farah, que bolou algo que lembrasse uma mão segurando uma bola, parodiando com o símbolo do Brasília Esporte Clube (pé em movimento chutando uma bola) e o da Copa do Mundo da Argentina-78. Enfim, nada que que lembrasse o fundador, ficou no clube que ele fundou e do qual lembrava: “Deus tem quatro letras e o Gama, também”.
Passado dos 70 de vida, o Tim residia em Sobradinho, tendo dificuldades para pagar o seu aluguel. Então, mordia uns trocos em uma barbearia da Quadra 8, ‘também, para espantar a solidão”, dizia, acrescentando que não tirava o ouvidos do rádio nos dias de jogos do Gama. Sentia saudades do volante Santana, jogador de chute forte, que sabia cadenciar o jogo e fazia gol, cobrando faltas, de longa distância.
Longe do Gama, o fundador Tim só recebeu dois convites para voltar ao clube: dos presidentes Osvando Lima (em 1980), “para presidir (simbolicamente) uma reunião de diretoria” e de Wagner Marques (em 2000) para participar das comemorações dos 25 anos do clube’, lembrava.
